Escola e famílias: mundos que se falam? Um estudo no contexto da implementação da progressão continuada.

Made available in DSpace on 2016-06-02T19:35:37Z (GMT). No. of bitstreams: 1 TeseCRM.pdf: 1638524 bytes, checksum: f4e202f6b88f64465ca828dd270bcbde (MD5) Previous issue date: 2004-02-27 === Financiadora de Estudos e Projetos === The aim of the present study was to analyze how school-families relat...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Magalhães, Cleidilene Ramos
Other Authors: Tancredi, Regina Maria Simões Puccinelli
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de São Carlos 2016
Subjects:
Online Access:https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/2233
Description
Summary:Made available in DSpace on 2016-06-02T19:35:37Z (GMT). No. of bitstreams: 1 TeseCRM.pdf: 1638524 bytes, checksum: f4e202f6b88f64465ca828dd270bcbde (MD5) Previous issue date: 2004-02-27 === Financiadora de Estudos e Projetos === The aim of the present study was to analyze how school-families relations took place in the context of the implementation of the Continued Promotion (Progressão Continuada) policy at a public elementary school in the State of São Paulo. This research, of a qualitative nature, a multiple case study, made use of in-depth interviewing as the main methodological strategy with the educational agents (two teachers, one coordinator and the principal) and seven families and their respective children, 7th grade students. By investigating the school-families interactions in the context of public educational policies it was possible to comprehend, amongst other aspects, the participants opinions about the importance of the school, the teachers role, the quality of the teaching offered, the type of the relations the school establishes with the students families, the families access to the educational proposals developed by the school. Despite increasing indication in the educational literature and legislation on the need for closer school-families relations, the results show that these relations are yet to be constructed. Although all the participants consider these relations to be important there are some school aspects that hinder their satisfactory accomplishment. The existing school-families relations are based on power inequality and centered on the ideal and interests established by the school and its agents rather than on real possibilities of interaction with families and their children and on their aspirations. Besides being in a cultural disadvantageous situation as compared to the school participants, the families do not receive the necessary and proper clarifications about changes and innovations that directly or indirectly affect their children s schooling, but are summoned to assist in the difficulties found by the teachers as regards the students learning and behavior. In addition, the irregular and fragmented process of elaboration and implementation of public educational policies and their effects on the educative practices and school routines were analyzed, indicating some aspects to which education administrators should pay close attention if they intend to provide the citizens with higher quality education. Rather than being regarded as mere implementers of educational policies the school and the community should be regarded as actors in this process, since they are directly responsible for the successful implementation of the proposals, and they also have to endure their direct effects. If schools and families look upon each other as such and jointly reflect about and participate in the implementation of educational proposals, the latter may develop into more efficient and democratic school practices. Also, they may favor the democratization and participation in other spaces of society. === O presente estudo teve como objetivo analisar como se configuravam as relações escola-famílias no contexto da implementação da Progressão Continuada em uma escola pública paulista de Ensino Fundamental. Para o desenvolvimento da pesquisa foi utilizada como estratégia metodológica principal a entrevista em profundidade realizada com agentes educativos da escola (duas professoras, a Coordenadora e a Diretora) e com sete famílias e seus respectivos filhos, alunos de uma 7a série da escola. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, do tipo estudos de caso múltiplos . Ao estudar a interação entre a escola e as famílias no contexto de mudança nas políticas públicas educacionais foi possível conhecer, entre outras coisas, a opinião dos participantes sobre a importância da escola, o papel dos professores, a qualidade do ensino oferecido, o tipo de relação que a escola estabelece com as famílias dos alunos, o acesso das famílias e dos alunos às propostas educacionais desenvolvidas pela escola. Os resultados mostram que apesar da crescente indicação da literatura educacional e da legislação vigente a respeito da necessidade de a escola estabelecer uma relação mais estreita com as famílias dos alunos esta ainda está por ser construída. Embora todos os participantes considerem importante essa aproximação, alguns limites impedem que ela se realize de maneira satisfatória no cotidiano escolar. As relações vigentes entre a escola e as famílias baseiam-se na desigualdade de poder e estão centradas mais no ideal e nos interesses estabelecidos pela escola e seus agentes do que nas reais possibilidades de interação e nos anseios das famílias e dos seus filhos. Além de estar em desvantagem cultural em relação aos participantes da escola, as famílias não obtém os esclarecimentos devidos e necessários sobre as inovações e mudanças que ocorrem no seu interior e que afetam, de forma direta ou indireta, a escolarização dos filhos, mas são chamados a participar na escola para suprir as dificuldades que os professores têm com relação à aprendizagem e ao comportamento dos alunos. Aliado a estes aspectos, o processo de descontinuidade e fragmentação na elaboração e implementação das políticas públicas educacionais e seus efeitos na prática educativa e no cotidiano escolar puderam ser analisados, apontando para os cuidados que os gestores da educação devem ter se pretendem proporcionar à população um ensino de melhor qualidade. Ao invés de serem tomadas como simples executoras das políticas educacionais, a escola e a comunidade devem ser vistas como atores desse processo, uma vez que são os responsáveis diretos pela implementação, com sucesso, das propostas e também sofrem seus efeitos diretos. Se escolas e famílias se descobrirem como tal e se organizarem para refletir e participar das mudanças e propostas educacionais implementadas nas escolas, talvez estas possam, de fato, tornar as práticas escolares mais democráticas e eficientes e também, quem sabe, favorecer a democratização de e a participação popular em outros espaços da sociedade.