Summary: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias. Curso de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos === Made available in DSpace on 2012-10-19T11:48:48Z (GMT). No. of bitstreams: 0 === Segundo o CODEX ALIMENTARIUS (2000) glúten é uma fração de proteína procedente do trigo, cevada e centeio (para aveia ainda existem controvérsias) ou suas variedades cruzadas e respectivos derivados, insolúvel em água e em 0,5 M de NaCl (cloreto de sódio). A fração protéica do glúten solúvel em álcool, chamada gliadina, é tóxica aos portadores da doença celíaca. Esta toxidade faz com que as vilosidades da mucosa intestinal tornem-se atrofiadas e aplainadas, diminuindo a superfície de absorção e tornando as suas células deficientes em dissacaridases e peptidases. Estas enzimas são necessárias para a digestão dos alimentos e transporte de nutrientes na corrente sangüínea. A lei nº 8543 de 23/12/1992 determina que os produtos alimentares de trigo, cevada, centeio e aveia, comercializados no Brasil, possuam na rotulagem a informação "Contém Glúten", para benefício dos celíacos. Baseando-se neste contexto o objetivo do trabalho foi comprovar a ausência de glúten em cultivares brasileiros de aveia e a possível contaminação de produtos comerciais de aveia com os cereais tóxicos aos celíacos (trigo, cevada ou centeio). Além disso, analisar amostras de farinha de aveia processada após processamento de cevada, em mesmos equipamentos industriais, para verificar a possível contaminação com glúten da cevada. Foram analisados seis cultivares brasileiros de aveia (UPF 10, UPF 14, UFRGS 14, UFRGS 16, UFRGS 19 e IAC 7), sete amostras de produtos comerciais de aveia (5 marcas de flocos e 2 de farelo) e cinco amostras de farinha de aveia. Utilizou-se os métodos ELISA (Método Oficial da AOAC no 991.19, sendo as análises realizadas em duplicata com diluição de 1/5) e eletroforese em placa de gel de poliacrilamida. Através do método imunológico (ELISA) absorbância zero indica ausência de glúten, o que foi obtido para os seis cultivares de aveia analisados. Três produtos comerciais e as cinco amostras de farinha de aveia apresentaram contaminação pelo método ELISA. Destas, uma marca comercial e as cinco amostras de farinha de aveia contêm contaminação maior que a estabelecida pelo Codex Alimentarius, 20ppm. Através dos densitogramas todas as amostras comerciais de farinha de aveia não apresentaram picos característicos de outros cereais. Este método não tem a sensibilidade do ELISA. Os resultados dos cultivares brasileiros de aveia estão de acordo com o trabalho de HALLERT, et al., 1999 que considera a aveia um alimento naturalmente livre de glúten. A contaminação cruzada de produtos de aveia torna estes impróprios para os indivíduos com doença celíaca. Porém, a partir dos resultados obtidos, pode-se em nível de Brasil, sugerir pesquisas para verificar clinicamente a tolerância ao consumo de aveia pura pelos indivíduos celíacos, os quais não podem consumir trigo, cevada, centeio e seus derivados. Isto ofereceria mais uma opção na dieta dos mesmos, além de melhorar a qualidade nutricional da dieta, já que a aveia é um dos cereais nutricionalmente mais completos. Colocar que eletroforese não foi eficiente? Colocar que o codex considera 20ppm?
|