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Previous issue date: 2006 === Este estudo objetivou investigar o processo de compreensão textual em adolescentes
surdos oralizados e adolescentes ouvintes, a partir das inferências de previsão. Três
aspectos a respeito da previsão foram considerados: a capacidade de fazer previsões a
respeito de informações veiculadas num texto, a capacidade de explicar as bases
geradoras de suas previsões (informações intratextuais ou extratextuais) e a habilidade
em verificar se as informações previstas ocorreram ou não no texto. Participaram deste
estudo dois grupos de adolescentes (13 a 17 anos): Grupo 1 - 20 surdos oralizados,
cursando da 4ª a 8ª séries do ensino fundamental; e Grupo 2 - 20 ouvintes, cursando da
6ª a 8ª séries do ensino fundamental. Adotou-se neste estudo, a metodologia on-line
utilizada em outras investigações. Esta metodologia por envolver a leitura interrompida
de um texto, possibilita investigar as inferências de previsão. Os participantes deveriam
ler um texto narrativo subdividido em partes e, após a leitura de cada uma das partes,
deveriam responder a perguntas de previsão ( sobre o que você acha que vai ser essa
história? , por exemplo), logo em seguida a perguntas de explicação ( por que você
pensa assim? ) e, ao final da leitura completa do texto, responder a perguntas de
verificação ( esta história falava sobre o que você imaginou quando leu o título? , por
exemplo). As respostas obtidas foram analisadas levando em consideração categorias
básicas: não responde, respostas prováveis e respostas improváveis para as perguntas
de previsão; não responde, respostas adequadas e respostas inadequadas para as
perguntas de explicação; e respostas corretas e incorretas para as perguntas de
verificação. Em relação à previsão, os resultados demonstraram os surdos e os
ouvintes se assemelham quanto ao estabelecimento de inferências de previsão
coerentes com o texto. No entanto, a principal diferença entre esses grupos é que os
surdos, quando comparados aos ouvintes apresentaram maior número de respostas
consideradas incoerentes e improváveis. Isso indica que apesar dos surdos serem
capazes de estabelecer previsões de forma adequada, ainda demonstram limites em
relação aos ouvintes. Em relação à explicação, tanto os surdos como os ouvintes
tendem a dar explicações adequadas, sejam elas baseadas no texto (intratextuais) ou
no conhecimento de mundo do leitor (extratextuais). No entanto, explicações
inadequadas e vagas foram muito mais freqüentes entre os surdos do que entre os
ouvintes. Os surdos, de certa forma, parecem ter dificuldades em declarar as bases
geradoras de suas inferências de previsão. Em relação à verificação, os ouvintes fazem
verificações apropriadas em quase todos os casos, enquanto os surdos apresentaram
dificuldades quanto a isso. Os surdos tendiam a desconsiderar o que foi anteriormente
previsto e em assumir fatos ocorridos no texto como sendo previstos inicialmente.
Diante disso, pode-se concluir que, o pouco acesso ao mundo da escrita e a
conhecimentos de mundo parece contribuir para as dificuldades encontradas, embora
as mesmas não apontem para um grande distanciamento entre surdos e ouvintes. Por
conseguinte, faz-se necessário implementar práticas pedagógicas inovadoras voltadas
para os surdos, no sentido de privilegiar situações e propor intervenções que aumentem
as oportunidades de leitura dos leitores aprendizes surdos
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