Summary: | Fundamentada em pressupostos teóricos como Platão, Vygotsky, Ferdinand de Saussure e Émile Benveniste, esta pesquisa investiga se o Role-playing Game (RPG), também conhecido como Jogo de Representação de Papéis, constitui uma ferramenta favorável, no âmbito escolar, no apoio à constituição da alteridade por parte de alunos. A alteridade diz respeito ao reconhecimento do outro como parte constituinte de si mesmo, que, para Delors (1998), é uma das competências necessárias aos cidadãos do século XXI. O RPG, por ser um jogo falado, no qual os jogadores narram suas ações e constroem, em conjunto, uma história, só funciona por meio da enunciação, e esse é o caráter explorado nesta pesquisa. O estudo desenvolve-se a partir de uma abordagem interacionista, reunindo em seu corpus teórico autores da Linguística, da Filosofia e da Educação, tencionando compreender se as situações enunciativas, proporcionadas pelo RPG, podem ser utilizadas por educadores como forma de auxiliar seus alunos na compreensão do outro e da interdependência que caracteriza as relações pessoais. O RPG apresenta-se como um jogo que não está fundamentado na disputa, como a maioria dos jogos, mas no triunfo coletivo, por meio da cooperação. Essa natureza cooperativa do jogo é o que me permite investigar possíveis aplicações do Role-playing Game, no contexto escolar, de modo a potencializar a constituição da alteridade. === Fondée sur des présuppositions théoriques comme Platon, Vygotsky, Ferdinand de Saussure et Émile Benveniste, cette recherche explore si le Role-playing Game (RPG), aussi appelé Jeu de Rôle, constitue un outil favorable, dans un cadre scolaire, en support de la constitution de l’altérité par les étudiants. L’altérité concerne la reconnaissance de l’autre comme partie de soi même et, d’après Delors (1998), est une des compétences nécessaires aux citoyens du XXIème siècle. Le RPG, étant un jeu parlé, dans lequel les joueurs racontent leurs actions et construisent, en groupe, une histoire, ne fonctionne qu’au moyen de l’énonciation, et ceci est le caractère exploré dans cette recherche. L’étude se développe à partir d’une approche interactionnelle, joignant dans son corpus théorique des auteurs de la Linguistique, de la Philosophie et de l’Éducation, tout en essayant de comprendre si les situations énoncées, crées par le RPG, peuvent être utilisées par les éducateurs pour aider leurs élèves à comprendre l’autre et l’interdépendance qui caractérise les relations personnelles. Le RPG se présente comme un jeu qui n’est pas basé sur la dispute, comme la majorité des jeux, mais sur le triomphe collectif, grâce à la coopération. Cette nature coopérative du jeu me permet d’étudier les applications possibles du Role-playing Game, dans un contexte scolaire, afin d’améliorer la constitution de l’altérité.
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