Educação infantil na era da técnica: des-caminhos para o poder-ser mais autêntico

Made available in DSpace on 2016-04-28T20:56:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Priscilla Andrea Glaser.pdf: 770025 bytes, checksum: 7a0a3a86702b52377f6289b20238393e (MD5) Previous issue date: 2012-07-20 === Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === The present research aims d...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Glaser, Priscilla Andrea
Other Authors: Almeida, Laurinda Ramalho de
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2016
Subjects:
Online Access:https://tede2.pucsp.br/handle/handle/16051
Description
Summary:Made available in DSpace on 2016-04-28T20:56:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Priscilla Andrea Glaser.pdf: 770025 bytes, checksum: 7a0a3a86702b52377f6289b20238393e (MD5) Previous issue date: 2012-07-20 === Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === The present research aims do study the meaning of educating for childhood education teachers. To reach this objective, we endeavored to understand the relationship between the meaning of being child and the meaning of educating for childhood education teachers, since these two notions beacon the practice of teaching. To answer this research problem, two groups of childhood education teachers were interviewed: one of a school known as traditional and the other of a so called non-traditional school, through the reflective collective interview. Through this study it becomes evident that depending on the understanding the teacher has of being child directs the way he or she teaches a child and, somehow, facilitates or makes it difficult the being educator. To build on a representational view of child, in which the being of child is found in its fixity, fosters the teacher to believe that the ideal model of teacher exists and to try to possess this model, showing certain automatic movement and feebleness. In addition, the teacher clings to one model of education as being the ideal for every and any child, in which teacher and student have to conform with. Thereby, teacher lives the teaching as a technique to be applied. This situation formed by this way of conceiving the being child, the being educator and the education makes it difficult for the teacher to unhide a meaning of teaching, which he can appropriate in a more authentic manner, as well as for the student, it makes it difficult for him to appropriate of himself. The teacher ends up complying with a scheme, in which the things come already done, following a way of teaching as if it were the only and exclusive manner of teaching. This way of appropriating of teaching can be approximated to a more inauthentic way of being. Regarding the children, a teaching that conceives them in a generalized way and takes care of them in the same manner, ends up not seeing anyone. A teaching that walks for the children, that presents them a finished world which they have to comply with, makes it difficult for them to put their own being in the line and to build themselves along with their world in a more authentic way, pressuring them to stay in the inauthenticity of the they-self . Meanwhile, when the being child is understood as a whole and the time of being child is respected (marked by primacy of the present and the intensity with which her being-in-the-world is being built), fosters the being educator, because it propitiates the teacher to appropriate of the teaching as something in the constant transformation, to look for necessary flexibility to deal with each student in his uniqueness, watch the way the child is showing herself, not tighten up in an only way of understanding and teaching every and any child. As the teacher conceives the child as singular, he considers himself as a craftsman. This way of being educator demonstrates a critical-reflexive posture, that unfolds in the way of leading with the students. It is a teaching that takes place in the meeting between teacher and student and through the dialogue, the poetic language, that promotes in the child a reflexive look at herself and goes in the direction of facilitating the child to take for herself her potentiality-for-being in a more authentic manner, that is, to track and take care of trajectory of being in a more authentic way === A presente pesquisa propõe-se a investigar o sentido de educar para professores da educação infantil (EI). Para isso, buscou-se compreender a relação entre o sentido de ser criança e o sentido de educar para professores da El, uma vez que essas duas noções balizam a prática docente. Para responder a este problema de pesquisa, entrevistou-se dois grupos de professores da El: um de uma escola dita tradicional e outro de uma escola conhecida como não-tradicional, por meio da entrevista reflexiva coletiva. A partir desse estudo torna-se evidente que a compreensão que o professor tem do ser criança direciona o modo como ele a educa e, de alguma forma, facilita ou dificulta o ser educador. Partir de uma visão representacional de criança, em que o ser da criança se encontra em sua fixidez (entificado), favorece o professor a crer que exista o modelo ideal de professor e a se apossar deste de um modo que exibe certo automatismo e superficialidade. Junto a isso, o professor se agarra a um modelo de educação como o ideal para toda e qualquer criança, ao qual professor e aluno devem corresponder. Sendo assim, o professor vive o educar como uma técnica a ser aplicada. Essa conjuntura formada por este modo de se conceber o ser criança, o ser professor e a educação dificulta ao professor que se desvele a ele um sentido de educar, do qual ele possa vir a se apropriar de modo mais autêntico, assim como dificulta que o aluno se aproprie de si-mesmo. O professor acaba por se moldar a um esquema em que as coisas lhe vêm prontas, tomando um modo de educar como se esse fosse a única, exclusiva, forma de educar. Esse modo de se apropriar do educar pode ser aproximado de um modo de ser mais inautêntico. Quanto às crianças, um educar que as concebe de forma generalizada e cuida de todas de uma mesma maneira, acaba por não enxergar nenhuma. Um educar que caminha pela criança, que lhe apresenta um mundo pronto , ao qual cabe a ela se adequar, dificulta a possibilidade dela colocar seu ser em jogo e a construir seu si-mesmo em concomitância com seu mundo de modo mais autêntico, pressionando-a a se manter na impropriedade do impessoal. Já ao se compreender o ser criança como uma totalidade e respeitar o tempo de ser criança (marcado pela primazia do presente e pela intensidade com que o seu serno- mundo está sendo construído), facilita o ser educador, pois propicia ao educador se apropriar do educar como algo em constante transformação, buscar uma flexibilidade necessária para lidar com cada aluno em sua singularidade, enxergar o modo como a criança está se mostrando, não enrijecido em um único modo de compreender e de educar toda e qualquer criança. Assim como o professor concebe cada criança como singular, ele se considera como um artesão. Esse modo de ser educador apresenta uma postura crítico-reflexiva, que se desdobra no modo de lidar com seus alunos. É um educar que se dá no encontro entre professor e aluno e por meio do diálogo, da linguagem poética, que incita na criança um olhar reflexivo para consigo e vai na direção de facilitar a criança a tomar para si o seu poder-ser de modo mais próprio, isto é, a trilhar e a cuidar da sua eterna inacabada trajetória de ser de modo mais autêntico. Esse modo de educar a criança pode ser aproximado de um modo de ser mais próprio, ao favorecer que a criança vá assumindo a intransferível tarefa de cuidar de seu ser de modo mais autêntico