Um abismo do mesmo: sobre a autotradução em Beckett An abyss of the same: on Beckett's self-translation
Este artigo trata do duplo papel de autor/tradutor que Samuel Beckett desempenhou, tomando a peça Esperando Godot como exemplo. A hipótese que se apresenta, a partir de uma leitura de A tarefa do tradutor, de Walter Benjamin, é que a autotradução em Beckett se relaciona a uma espécie de reflexão e c...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Unversidade Federal do Rio de Janeiro
2012-06-01
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Series: | Alea: Estudos Neolatinos |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-106X2012000100006 |
Summary: | Este artigo trata do duplo papel de autor/tradutor que Samuel Beckett desempenhou, tomando a peça Esperando Godot como exemplo. A hipótese que se apresenta, a partir de uma leitura de A tarefa do tradutor, de Walter Benjamin, é que a autotradução em Beckett se relaciona a uma espécie de reflexão e crítica sobre o niilismo ocidental. Tentaremos situar a essa hipótese na discussão de Benjamin a partir da ideia da impossibilidade de uma tradução da tradução que fosse significativa. Acreditamos que este detalhe da discussão benjaminiana sobre a tradução se refere a uma espécie de impossibilidade de escapar do caráter mítico/sagrado/absoluto da experiência humana (lembrando o peso negativo e destrutivo que o mito tem em Walter Benjamin), com o original surgindo como figuração desse sagrado, e a tradução como a figuração do caráter histórico e mutável das obras humanas.<br>Este artículo trata del doble rol, autor/traductor, que desempeñó Samuel Beckett, tomando la obra Esperando a Godot como ejemplo. La hipótesis que se presenta, a partir de una lectura de La tarea del traductor, de Walter Benjamin, es que la auto-traducción en Beckett se relaciona a una especie de reflexión y crítica acerca del nihilismo occidental. Trataremos de situar a esa hipótesis en la discusión de Benjamin a partir de la idea de la imposibilidad de una traducción de la traducción que fuese significativa. Acreditamos que este detalle de la discusión benjaminiana sobre la traducción se refiere a una especie de imposibilidad de escapar del carácter mítico/sagrado/absoluto de la experiencia humana (recordando el peso negativo e destructivo que tiene el mito en Walter Benjamin), con el original surgiendo como figuración de ese sagrado, y la traducción como a figuración del carácter histórico y mutable de las obras humanas.<br>This paper is about the double role of Samuel Beckett as author and translator of his own work. We will take the play Waiting for Godot as an example. The hypothesis is built from an interpretation of Walter Benjamin's "The task of the translator", being that Beckett's self-translation is related to some sort of reflexion and criticism on the Occidental niilism. We will try to situate this hypothesis in Benjamin's discussion through the conception that it is impossible to the translation of an already translated work to keep its sense. We believe that this point of Benajmin's discussion on translation refers to some sort of impossibility of not recognize the mythical/sacred/absolut content of the human experience (and we must have in mind the negative and destructive value that the myth has in Benjamin's work). The original would be a figuration of this sacred content, while the translated work would be the figuration of the historical and changeable aspects of human work. |
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ISSN: | 1517-106X 1807-0299 |