Summary: | O artigo aborda tanto a produção quanto os paradoxos do efeito simbólico de instituição pública de ensino médio, quando do acesso dos seus estudantes à universidade pública. A escola pauta a sua ação em exames de seleção para o ensino superior, mesmo com o ensino médio tendo outras finalidades como a preparação para o trabalho e a cidadania. O efeito esperado da escola é o efeito simbólico, derivado do poder simbólico, sendo esse último, nos termos de Bourdieu (2004), um poder de fazer coisas, poder de consagração ou de revelação e que se faz existir para os outros quando é distinguido. A partir da seleção de escola pública do Distrito Federal (DF), que obteve na imprensa a repercussão por ter estudantes que ingressaram na Universidade de Brasília (UnB), foi realizada a análise documental do Projeto Político Pedagógico da Escola, aplicação de questionário junto a 81 (oitenta e um) estudantes do ensino médio e entrevista com a direção da escola. A construção do efeito simbólico dos resultados da escola se dá em meio a paradoxos a exemplo do não envolvimento de todos os professores em preparar os estudantes aos exames de seleção; estruturalmente, em escala macro e micro, confirma a crise do ensino médio brasileiro em busca de rumos. A tendência é de que escolas busquem suas particularidades por distinção social, aprofundando a desigualdade, conservação e hierarquização na rede escolar.
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