Filosofia: concepções e práticas docentes

O presente trabalho busca saber como os professores de Filosofia que atuam na região do ABC paulista, com alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, definem a Filosofia. Busca ainda identificar os métodos com os quais os docentes avaliam seus alunos, como a disciplina dialoga com outras áreas d...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Rizzo, Lupércio Aparecido
Other Authors: Pagotto-Euzebio, Marcos Sidnei
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2016
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-31102017-115421/
Description
Summary:O presente trabalho busca saber como os professores de Filosofia que atuam na região do ABC paulista, com alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, definem a Filosofia. Busca ainda identificar os métodos com os quais os docentes avaliam seus alunos, como a disciplina dialoga com outras áreas do currículo escolar, de que forma a mesma pode contribuir para o desenvolvimento dos discentes e qual o perfil deste grupo de profissionais. Para realizar essa tarefa foram utilizados questionários contendo questões objetivas e dissertativas. Tal instrumento foi compartilhado com os professores por meio da internet e o primeiro contato com os docentes se deu por e-mail ou carta. Identificou-se, por meio da pesquisa, que os professores definem a Filosofia como uma atividade que usa ou busca conhecimento, sem, no entanto, definir ou aprofundar o que seria conhecimento. Constatou-se também que, mesmo dando importância ao aprofundamento teórico da história da Filosofia, os docentes desejam prioritariamente que seus alunos adquiram o hábito de pensar filosoficamente. Isto é, procuram ensinar a filosofar. No que diz respeito aos materiais didáticos, os docentes demonstram insatisfação por conta da alegada aridez dos textos, e pela falta de dinamismo, fazendo com que recorram à internet em busca de recursos mais interessantes. Quanto à avaliação, os entrevistados afirmam usar procedimentos que, em nosso juízo, se configuram como formativos, ou seja, procedimentos que tentam captar processos, tais como seminários, rodas de conversa, debates etc. Como referenciais teóricos para esse trabalho foram usados Stephen E. Toulmin, com a teoria da argumentação, campos modais, garantias e apoios; Israel Scheffler, com o estudo sobre definições e sentenças; e Perelman e Tyteca no âmbito da retórica e do conceito de lugar comum. Com base no referencial e, especialmente, da leitura das respostas dissertativas, pode-se afirmar que os professores entrevistados fazem uma definição programática da filosofia, que atuam emitindo sentenças que enunciam normas e definem a Filosofia utilizando como recurso o que julgamos ser lugar comum. Por conta disso, a tese que se defende nesse trabalho é a de que os docentes de filosofia da região do ABC paulista, que atuam com o Ensino Fundamental II e com o Ensino Médio, definem e ensinam Filosofia como uma atividade que é processual e que, por isso mesmo, não pode ser avaliada em sua inteireza no espaço escolar. === This research intends to understand how the Philosophy teachers from the Great ABC, who work in elementary school (Ensino Fundamental II) and in high school (Ensino Médio), define Philosophy. It also intends to identify the methods by which teachers assess their students, how Philosophy dialogues with other areas of school curriculum, how this field of study can contribute to the development of the students, and to specify the profile of this group of professionals. In order to accomplish this task, this work employed questionnaires based on multiple choice tests and written assessments. Such research instruments were shared with the teachers through the Internet, moreover the first contact with the Faculty took place by e-mail or letter. Through this research, it was identified that teachers define the Philosophy as an activity that employs or seeks \"knowledge\", without, however, setting or deepen what would be knowledge. It was also noted that, despite giving importance to deepening the theoretical debate of the history of Philosophy, teachers want their students primarily to acquire the habit of thinking philosophically. That is, they intend to teach the act of philosophizing. With regard to teaching materials, teachers demonstrate dissatisfaction on the alleged aridity of the texts and on a lack of dynamism, which would make them look for more interesting resources on the Internet. Regarding the evaluation, interviewees claim to use procedures, which, in our judgment, can be considered more formative, i.e., approaches that try to capture processes, such as seminars, conversation, debates etc. Besides, this work used the following theoretical references: Stephen E. Toulmin\'s argumentation theory, modal fields, guarantees and support; Israel Scheffler\'s work on the study of definitions and sentences; and the Perelman and Tyteca\'s rhetoric and concept of commonplace. Backed up on philosophical studies and especially on the written assessments, it can be stated that the interviewed teachers employ a programmatic definition of Philosophy, since they issue sentences that explicit rules and define the Philosophy by using commonplace. Therefore, this work argues that the Philosophy teachers from the Great ABC, who work in elementary school (Ensino Fundamental II) and in high school (Ensino Médio), define and teach Philosophy as an activity or process, so it cannot be fully evaluated in school.