Efeitos da interação de estímulos acústicos e visuais na estimação subjetiva de tempo de indivíduos treinados e não treinados em dança

Estudos sobre a estimação subjetiva de tempo, sob a abordagem da Nova Estética Experimental, utilizam obras de arte (músicas, esculturas e pinturas) como estímulos, buscando revelar quais os processos psicológicos envolvidos na apreciação artística. Alguns desses estudos mostraram que a percepção de...

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Bibliographic Details
Main Author: Moretto, Mariana dos Santos
Other Authors: Bueno, Jose Lino Oliveira
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2011
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-30092015-143241/
Description
Summary:Estudos sobre a estimação subjetiva de tempo, sob a abordagem da Nova Estética Experimental, utilizam obras de arte (músicas, esculturas e pinturas) como estímulos, buscando revelar quais os processos psicológicos envolvidos na apreciação artística. Alguns desses estudos mostraram que a percepção de movimento de corpos humanos em posições de balé influencia a estimação subjetiva de tempo e que há um efeito do treinamento em artes dos participantes nestas estimações. Outros estudos que utilizaram estímulos acústicos (músicas clássicas de complexidades distintas) também revelaram que a estimação subjetiva de tempo pode estar relacionada com as características das composições. Alguns estudos que abordam a interação som/imagem indicam um domínio do estímulo acústico sobre o visual em tarefas que requerem percepção temporal. O presente estudo propõe a utilização de estímulos acústicos e visuais, com o objetivo de verificar se trechos musicais de diferentes andamentos (rápido e lento) e imagens estáticas com distintas representações de movimento, conjuntamente, afetam a percepção subjetiva de tempo de indivíduos treinados e não treinados em Balé Clássico. No primeiro experimento participaram 58 indivíduos não treinados em dança, e no segundo experimento participaram 49 indivíduos treinados em dança, todos com idade entre 18 e 38 anos de ambos os sexos, os quais foram submetidos a seqüências randômicas de estímulos compostos por um trecho de música clássica e uma imagem de posição de balé clássico. A tarefa dos participantes foi reproduzir o tempo de apresentação dos estímulos sob o paradigma prospectivo. Para controle experimental foram feitos dois grupos: Grupo Controle Imagem (GCI) com 32 participantes e um Grupo Controle Música (GCM) com 25 participantes. A análise dos resultados indica que tanto para bailarinos, como para pessoas não treinadas em dança, o movimento representado nas imagens exerce um efeito nas estimações temporais dos participantes, que pode ser mais ou menos evidenciado dependendo do tipo de andamento musical com o qual é apresentado simultaneamente. Para pessoas não treinadas em dança, a música em andamento lento (Adágio) exerceu um efeito sobre as estimações das imagens que foram estimadas com a mesma duração do tempo real, enquanto que para os indivíduos treinados em dança, foi a música em andamento rápido (Allegro) que exerceu tal efeito. Estes efeitos distintos do andamento musical nas estimações das imagens podem estar relacionados com o treinamento dos participantes, em função da congruência entre o movimento representado nos estímulos e visuais e o andamento musical do estímulo acústico === Subjective Time studies, under the approach of the New Experimental Aesthetics, has been using works of art (music, sculptures and paintings) as stimuli, which seek to reveal the psychological processes involved in artistic appreciation. Some of these studies showed that the perception of motion of human bodies in positions of Ballet influences the subjective estimation of time and that there is an effect of the training in arts by the participants in these estimations. Other studies that used acoustic stimuli (classical music of different complexities) also revealed that the subjective estimation of time may be related to the characteristics of the compositions. Some studies on the interaction sound / image indicate a domination of an acoustic stimulus on the visual tasks which require time perception. This study proposes the use of acoustic and visual stimuli, in order to verify pieces of music of different tempos (fast and slow) and still images with different representations of motion, together, affect the subjective perception of time by trained individuals and not trained in Classical Ballet. In the first experiment involving 58 individuals not trained in dance and in the second experiment involved 49 individuals trained in dance, all aged between 18 and 38 years of both sexes, who were subjected to random sequences of stimuli consisting of a piece of music and an image of classical ballet position. The participants\' task was to reproduce the time of presentation of stimuli under the prospective paradigm. For experimental control groups were made, a Picture Control Group (ICG) with 32 participants and a Music Control Group (GCM) with 25 participants. The results indicate that both dancers and for people not trained in dance, the movement represented in the images has an effect on participants\' time estimations that may be more or less evident depending on the tempo of the music with which it is presented simultaneously. For people not trained in dance the slow music tempo (Adagio) has an effect on the estimations of the images that were estimated with the same length of real time, while those trained in dance, the acoustic stimulus that exerted such influence over the estimates of the temporal images was the music in fast tempo (Allegro). These distinct effects of the tempo of the music in the estimations of the images may be related to the training of participants, depending on the congruence between movement and visual stimuli represented in the tempo of the music and the acoustic stimulus