Summary: | INTRODUÇÃO: O comprometimento da qualidade de vida após o acidente vascular cerebral tem sido associado com a sintomatologia depressiva. Entretanto, até o momento não se tem estudos investigando se a associação da sintomatologia depressiva com a qualidade de vida é independente da qualidade de vida no momento basal. Este estudo teve como objetivo principal investigar a associação entre sintomas depressivos detectados um mês após o acidente vascular cerebral e a qualidade de vida três meses posteriores ao acidente vascular cerebral e avaliar se essa associação independe da qualidade vida um mês após o acidente vascular cerebral. Como objetivo secundário visou investigar a associação entre sintomas depressivos detectados três meses após o acidente vascular cerebral e a qualidade de vida três meses após o acidente vascular cerebral e avaliar se essa associação independe da qualidade vida um mês após o acidente vascular cerebral. MÉTODOS: Neste estudo foram triados de modo consecutivo 343 pacientes admitidos na enfermaria de Neurologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Destes, foram elegíveis 106 pacientes, e 67 foram avaliados prospectivamente um e três meses após o acidente vascular cerebral. A avaliação psiquiátrica consistiu na aplicação da entrevista clínica estruturada para diagnóstico pelo DSM-IV e na versão de 31 itens da escala de Hamilton para depressão (HAM-D-31); a avaliação da qualidade de vida foi realizada com a versão de 36 itens do inventario de qualidade de vida do Medical Outcomes Study (SF-36). As avaliações foram realizadas em 2 momentos, sendo a primeira em média 37 dias (dp + 6) após o acidente vascular cerebral e a segunda em média 91,6 dias (dp + 5,4) após o acidente vascular cerebral. RESULTADOS: Houve associação entre sintomas depressivos um mês após o acidente vascular cerebral com a qualidade de vida três meses após o acidente vascular cerebral, mas tal associação deixou de ser significativa quando se considera a qualidade de vida um mês após o acidente vascular cerebral. Os sintomas depressivos três meses após o acidente vascular cerebral se associaram com a qualidade de vida três meses após o acidente vascular cerebral, independente da qualidade de vida um mês após o acidente vascular cerebral. CONCLUSÕES: Os resultados salientam a associação da sintomatologia depressiva com a qualidade de vida, e evidenciam a relevância da avaliação da qualidade de vida basal quando se investiga prospectivamente o impacto da sintomatologia depressiva sobre a qualidade de vida em pacientes que sofreram um acidente vascular cerebral. Por outro lado, a associação da sintomatologia depressiva com a qualidade de vida no mesmo momento da avaliação independe da qualidade de vida prévia === BACKGROUND: The impairment of quality of life after stroke has been associated with depressive symptoms. However, to date there has been studies investigating the association of depressive symptoms with quality of life are independent of the quality of life at baseline. This study aimed to investigate the association between depressive symptoms detected one month after the stroke and the quality of life three months after the stroke and assess whether this association is independent of the quality of life one month after the stroke. As a secondary objective was to investigate the association between depressive symptoms detected three months after the stroke and the quality of life three months after the stroke and assess whether this association is independent of the quality of life one month after the stroke. METHODS: This study screened 343 patients consecutively admitted to the neurology ward of the Hospital das Clinicas in Sao Paulo. Of these, 106 patients were eligible and 67 were prospectively evaluated one and three months after the stroke. The psychiatric evaluation was the application of structured clinical interview for DSM-IV diagnosis and 31 items on the version of the Hamilton Scale for Depression (HAM-D-31), the quality of life assessment was performed with the version of 36 items inventory of the quality of life of the Medical Outcomes Study (SF-36). The evaluations were carried out in two moments: the first 37 days on average (SD + 6) after the stroke and the second on average 91.6 days (SD + 5.4) after stroke. RESULTS: There was an association between depressive symptoms one month after the stroke with the quality of life three months after the stroke, but this association was no longer significant when considering the quality of life one month after the stroke. Depressive symptoms three months after stroke were associated with quality of life three months after stroke, regardless of the quality of life one month after the stroke. CONCLUSIONS: The results highlight the association of depressive symptoms with quality of life, and show the relevance of assessing the quality of life baseline when investigating prospectively the impact of depressive symptoms on quality of life in patients who suffered a stroke. Moreover, the association of depressive symptoms with the quality of life at the same time independent evaluation of the previous quality of life
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