A república e a contingência: a recepção do pensamento político de Maquiavel pela Escola de Cambridge (Quentin Skinner e John Pocock)

O presente trabalho versa sobre a recepção do pensamento político de Maquiavel pela chamada Escola de Cambridge, notadamente seus membros mais proeminentes: Quentin Skinner e John Pocock. Proponho examinar desde (i) a rica contribuição de Pocock e Skinner para uma metodologia da história intelectual...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Alexandre, Bruno Santos
Other Authors: Barros, Alberto Ribeiro Gonçalves de
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2017
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-30052018-111636/
Description
Summary:O presente trabalho versa sobre a recepção do pensamento político de Maquiavel pela chamada Escola de Cambridge, notadamente seus membros mais proeminentes: Quentin Skinner e John Pocock. Proponho examinar desde (i) a rica contribuição de Pocock e Skinner para uma metodologia da história intelectual (que é o que precisamente conforma a Escola), passando por (ii) suas interpretações de Maquiavel como um autor fundamentalmente republicano, e chegando até mesmo a (iii) uma filosofia política normativa despontada daqueles dois primeiros movimentos e com eles entremeada. A tese principal do trabalho é que uma noção de contingência (a anterioridade do particular sobre o universal, do criado sobre o espontâneo, do artificial sobre o natural, enfim, do contingente sobre o necessário) perpassaria e pautaria esses três estágios de seus comentários. Para elucidá-lo, procuro esquadrinhar como isso funciona estruturalmente entre os três diferentes momentos e também no diálogo estabelecido entre os dois intérpretes, a fim de evidenciar seus afastamentos e convergências. Por fim, investigo os limites e forças de ambas as posições teóricas quando do contato com críticas externas à dita Escola; sempre contando com a própria noção de contingência como critério de avaliação. Avaliações essas que me levam a concluir, especificamente no que tange aos segundo e terceiro movimentos das interpretações aqui tematizadas e essa é a tese secundária do trabalho , por uma espécie de vantagem teórica da interpretação de Skinner com relação à de Pocock. === This study discusses the reception of Machiavelli\'s political thought by the Cambridge School, more specifically its most prominent members, Quentin Skinner and John Pocock. I explore the question from three different instances or moments: (i) Pocock and Skinner\'s rich contribution to a methodology of intellectual history (precisely what conforms the \"School\"), (ii) their interpretations of Machiavelli as essentially a republican author, and (iii) the latter establishment of a normative political philosophy that is a result and a fundamental component of the above mentioned. My main thesis is that the notion of contingency (the priority of the particular over the universal, of the created over the spontaneous, of the artificial over the natural, of the contingent over the necessary) permeated and guided these three steps of their analysis. To shed light on the matter, I examine how this applies structurally in the three different moments and also in the dialog established between the two interpreters, seeking to evidence the similarities and differences in their positions. Finally, I explore the limitations and strengths of both theoretical positions while in contact with external criticism, always relying on the notion of contingency as an evaluation criteria. As a result, I suggest that, when talking specifically about the second and third moments here discussed and this is my secondary thesis Skinner\'s theories are in a privileged position when compared to those of Pocock.