Praticas educativas parentais e comportamentos de proteção e risco à sáude em adolescentes

As práticas educativas parentais são consideradas determinantes primários no desenvolvimento de comportamentos socialmente competentes, problemas de comportamento e comportamentos relacionados à saúde na infância. Na adolescência, a influência parental sobre esses comportamentos tem literatura diver...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Salvo, Caroline Guisantes de
Other Authors: Silvares, Edwiges Ferreira de Mattos
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2010
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-30032010-141310/
Description
Summary:As práticas educativas parentais são consideradas determinantes primários no desenvolvimento de comportamentos socialmente competentes, problemas de comportamento e comportamentos relacionados à saúde na infância. Na adolescência, a influência parental sobre esses comportamentos tem literatura divergente, visto que diversos autores acreditam que a influência parental continua central, enquanto outros defendem a idéia de que a principal determinação vem do grupo de pares. Diante desse contexto, o objetivo geral dessa pesquisa foi o de relacionar as práticas educativas maternas e paternas aos comportamentos de proteção e risco à saúde na adolescência, bem como as variáveis de competência social (CS), problemas de comportamento (PC) e dificuldades com os pares, avaliando o grau de predição das práticas parentais sobre os comportamentos do adolescente. Para atingir tais objetivos, participaram deste estudo 485 adolescentes, divididos em três faixas etárias (11 a 13 anos, 14 e 15 anos, 16 e 17 anos). Todos responderam ao Inventário de Estilos Parentais materno e paterno, Inventário de auto-relato para jovens (YSR) e questionário de estilo de vida (HBSC). Os dados foram analisados através estatística descritiva, análises de correlação, de inferência estatística e análises multivariadas. Os principais resultados foram: 1) práticas educativas maternas e paternas não variaram em função do sexo dos adolescentes, porém foram diferentes entre as três faixas etárias (considerando p ≤ 0,05); 2) não houve diferença quanto à CS entre meninos e meninas, porém estas alcançaram maiores PC; 3) CS se relacionou às práticas positivas maternas (PPM) entre os mais jovens, e às PPM e às práticas positivas paternas (PPP) entre os mais velhos; 4) a partir da categorização dos índices de estilo parental em famílias com estilo parental de risco, intermediária e de proteção, observou-se que aquelas consideradas de proteção tiveram filhos com escores mais positivos de CS e menores escores nas escalas de PC, sendo que as famílias intermediárias tiveram seus filhos mais próximos das famílias de proteção na CS e mais próximo das famílias de risco nas escalas de PC nas três faixas etárias; 5) em relação aos comportamentos de proteção, os adolescentes mais jovens relataram maior freqüência desses, enquanto que os mais velhos alcançaram maiores escores nos comportamentos de risco; 6) as correlações entre estilo parental e comportamentos de proteção e risco foram significativos nas três faixas etárias, porém decaíram com o aumento da idade; 7) a partir da categorização de estilo parental, observouse que entre os adolescentes mais jovens, os de famílias de proteção tiveram filhos com escores significativamente melhores nos comportamentos de saúde e de risco; o que se manteve nas outras faixas etária, porém, em geral, não de forma significativa.; 8) os modelos de análise multivariada (modelo de regressões múltiplas e modelagem de equações estruturais) indicaram que as práticas parentais são preditoras de CS e PC nas três faixas etárias. Diante desses resultados, a pesquisa indica que a influência parental na adolescência ocorre de forma distinta em função da idade, sendo direta na fase inicial e esvanece gradualmente com o aumento da idade, porém ainda mostrando-se significativa, em especial no que concerne às práticas parentais negativas e aos comportamentos de risco. === The parental educational practices are considered primary determining in the development of socially competent behaviors, behavioral problems and behavior related to childhood health. At adolescence, the parental influence over those behaviors has divergent literature, given that several authors believe that the parental influence continues central, while others defend the idea that the main determination comes from the pair groups. In that context, the overall objective of this research was to relate the maternal and paternal educational practices to the behaviors of protection and risk to the health at adolescence, as well as the social competence (SC) variables, behavioral problems (BP) and difficulties with the pairs, evaluating the degree of prediction of the parental practices over the adolescent\'s behaviors. In order to achieve such objectives, 485 teenagers participated in this study, divided into three age groups (11 to 13; 14 and 15; 16 and 17 year-olds). They all answered the Maternal and Paternal Parental Style Inventory; the Young Self Relate (YSR) and the questionnaire of lifestyle (QLS). The data have been analyzed through descriptive statistics, correlation analysis, of statistics inferring and multi varied analysis. The main results were: 1) maternal and paternal practices did not vary according to the adolescents\' gender, on the other hand, were different according to the age groups (considering p ≤ 0,05); 2) there was no difference in SC between boys and girls, however these reached higher PC; 3) SC related to the Maternal Positive Practices (MPP) among the youngest, and to the Paternal Positive Practices (PPP) among the oldest; 4) with the categorization of the families\' parental style as risky, intermediate and protective, it has been observed that those considered protective had children with the highest SC scores and lower BP scores, being that the intermediate families had their children closer to the protective families\' SC scores and closer to the risky families in the BP scores for all three age groups; 5) concerning the protective behaviors, the youngest teenagers stated more frequency of those, while the oldest reached higher risky behavior scores; 6) the correlations between parental style and risk and protection behaviors were significant at all three age groups, however, decreased at higher ages; 7) from the categorization of parental style, it has been observed that among the younger teenagers, the ones from the protective families had kids with significantly higher scores at health and risk behaviors; which was maintained at the other age groups, although in general, not significantly; 8) the models with multi varied analysis ( multiple regression model and structural equations modeling) indicated that the parental practices are predictor of SC and BP at the three age groups. With those results, the research indicates that the parental influence in adolescents occurs in different ways according to the age, being more direct in the initial phase and vanishing gradually as age increases, although still significant, especially concerning the negative parental practices and the risk behaviors.