Avaliação ecocardiográfica dos índices de função sistólica e diastólica de cães com cardiomiopatia dilatada idiopática submetidos ao tratamento com carvedilol

A cardiomiopatia dilatada idiopática (CMD) é a segunda cardiopatia mais prevalente na espécie canina, acometendo principalmente raças grandes e gigantes, bem como o Cocker Spaniel. É uma doença que possui alta letalidade, além de comprometer substancialmente a qualidade de vida do animal. O diagnóst...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Soares, Elaine Cristina
Other Authors: Larsson, Maria Helena Matiko Akao
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2006
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-30012007-144155/
Description
Summary:A cardiomiopatia dilatada idiopática (CMD) é a segunda cardiopatia mais prevalente na espécie canina, acometendo principalmente raças grandes e gigantes, bem como o Cocker Spaniel. É uma doença que possui alta letalidade, além de comprometer substancialmente a qualidade de vida do animal. O diagnóstico definitivo é realizado por meio da ecocardiografia, onde se observam dilatação das cavidades cardíacas, mais freqüentemente do ventrículo e átrio esquerdos, e diminuição da função sistólica. Estudos realizados em seres humanos com CMD mostram que, além da sistólica, a função diastólica está comprometida, e que a análise do fluxo transmitral, importante para a detecção de alterações de relaxamento e/ou distensibilidade tem importante valor prognóstico para a sobrevida e evolução dos sintomas. O tratamento da CMD tradicionalmente baseia-se na utilização de digitálicos, diuréticos, e vasodilatadores. Contudo, nos últimos anos, visto a importância da ativação do sistema nervoso simpático sobre a fisiopatologia desta doença, os β-bloqueadores têm sido empregados. Muitos trabalhos mostram que estes fármacos melhoram a função sistólica e/ou diastólica do ventrículo esquerdo, e com isso aumentam a sobrevida e diminuindo a progressão dos sintomas. Estudaram-se 45 cães com cardiomiopatia dilatada, que foram divididos em dois grupos (A e B). O grupo A (n=25) recebeu o tratamento convencional, ou seja, digitálicos, diuréticos e vasodilatadores, e o grupo B (n=20) recebeu estes mesmos medicamentos acrescidos do carvedilol, um β-bloqueador de terceira geração. Os animais foram submetidos aos exames clínico e ecocardiográfico antes e após três, 13, 26 e 52 semanas do início do tratamento ou até o óbito. Não foram observadas diferenças nos valores dos índices de função sistólica e diastólica entre os grupos. Verificou-se que o grupo tratado com carvedilol apresentou maior tempo médio de sobrevida, porém esta diferença não foi estatisticamente significante. Quanto aos sintomas (classe funcional), observou-se que o grupo tratado com carvedilol apresentou evolução mais favorável, com maior número de animais classificados como "sintomas leves" após três meses de tratamento. Assim, embora o carvedilol tenha se mostrado benéfico, principalmente com relação aos sintomas, não se pode correlacionar esta melhora à ação do fármaco sobre as funções sistólica e diastólica === Dilated Cardiomyopathy (DCM) is the second more common heart disease in dogs, wherein large and giant breeds, as well as Cockers Spaniels, are predisposed. Such disease has a high mortality rate besides reducing the quality of life of the affected animals. The definitive diagnosis is based upon echocardiography which is characterized by dilation of cardiac chambers, mainly the left ones, and by reduced systolic function. Human medicine studies have reported that the diastolic dysfunction also plays an important role; so, an abnormal transmitral flow pattern, which represents the ventricular diastolic filling, has a great prognostic value in terms of survival and symptoms status (heart failure functional class) The management of DCM traditionally consists of digitalis, diuretics and vasodilators, however, in the late years, some attention has being paid to the importance of the sympathetic nervous system on the pathophysiology of this disorder; being so, β-blockers have been included in the therapy. Many authors have reported that these drugs improve the left ventricle systolic and diastolic function, and so they increase the survival rate and reduce the symptoms progression. Forty-five dogs with idiopathic dilated cardiomyopathy, divided into two groups (A and B), were studied. The group A (n=25) consisted of dogs that were put on the traditional therapy (digitalis, diuretics and vasodilators) and the group B (n=20) included those who were treated with all these drugs plus carvedilol, a third generation β-blocker. The animals went through clinical and echocardiographic assesment before and 3, 13, 26 and 52 weeks after starting the treatment or until death. The variables of systolic and diastolic function were not statistically different between the two groups. The median survival time of the dogs treated with carvedilol was higher, but the difference was not statistically significant. Concerning to the symptoms (heart failure funcional class), dogs who were put on carvedilol had a better progression, as more of them were classified as "mild symptoms" after three months of therapy. In conclusion, despite the beneficial effects of carvedilol on the symptoms, these can not be correlate with the systolic and diastolic functions