Institutions, inequality, and long-term development: a perspective from Brazilian regions

In this paper, we present evidence on the relationship between inequality and long-term development using data on different Brazilian regions. A new framework of analysis is provided in the sense that our empirical approach is developed within a constant de jure institutional environment - Brazil -...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Funari, Pedro Paulo Pereira
Other Authors: Colistete, Renato Perim
Format: Others
Language:en
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2014
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12138/tde-29092014-175025/
Description
Summary:In this paper, we present evidence on the relationship between inequality and long-term development using data on different Brazilian regions. A new framework of analysis is provided in the sense that our empirical approach is developed within a constant de jure institutional environment - Brazil - accounting for possible differences in the de facto institutional environments (Brazilian regions) rooted in distinct colonial experiences within the same national territory. New inequality indicators are constructed from scratch for Brazilian municipalities in 1920 (using the Census of 1920, which, surprisingly, had thus far been ignored for such purposes). We find no significant relationship between economic (land) inequality (proxied by the Land Gini) and political concentration (proxied by the percentage of eligible voters) for Brazilian municipalities in the early twentieth century. And although our econometric analysis indicates a positive robust relationship between economic inequality and long-term development indicators for Southeastern states (São Paulo, the center of coffee production in the nineteenth and twentieth centuries and a state with a large influx of European immigrants, which became the most dynamic Brazilian region; and Minas Gerais, the gold cycle region, shaped also by cattle-farming and coffee production), we find no relationship for Pernambuco, a state in the Northeast region representative of the old agrarian structure of colonial sugar plantations; and a positive and robust relationship for Rio Grande do Sul, a Southern state with a colonial experience more similar to that of the United States and Canada. We found no evidence of a robust relationship between the percentage of eligible voters and long-term development, a surprising result in light of the results provided in development literature, but likely consistent with a politically captured system with very low levels of enfranchisement. These results are shown to hold even when controlling for proxies for structural changes that happened in this time span, namely: urbanization, industrialization, and immigration. Moreover, land inequality in 1920 is at most weakly related to contemporaneous income inequality for Minas Gerais and São Paulo, but significant for Pernambuco and Rio Grande do Sul. In other words, evidence suggests that the positive effects of inequality are associated to a particular structural organization at a specific time, in contrast to a more structural inequality, which, as exemplified by the cases of Pernambuco and Rio Grande do Sul, would have negative or no significant effects on long-term development. Finally, we find no robust relationship between the overall land Gini and long-term economic development. These results highlight the importance of the study of historical and social elements in their respective context, as the results are consistent with the picture of a rural Brazil dominated by agrarian elites within a complex institutional environment. === Este estudo apresenta novas evidências sobre a relação entre desigualdade e desenvolvimento de longo prazo a partir de dados de diferentes regiões brasileiras. A análise é realizada a partir de uma original estratégia de identificação: trabalhamos dentro de um ambiente institucional de jure constante - o Brasil - permitindo possíveis efeitos heterogêneos a partir de ambientes institucionais de facto (estados brasileiros) diferentes, resultantes de diferentes experiências coloniais. Novos indicadores de desigualdade são construídos a partir de dados primários para os municípios brasileiros em 1920 (usamos o Censo de 1920, que não foi sistematicamente utilizado para tais propósitos): o índice de Gini da distribuição de terras (entre donos de terras e considerando toda a população) e a porcentagem de potenciais eleitores. Primeiro, não encontramos uma relação significativa entre a desigualdade da distribuição de terras e a relativa concentração política para os municípios considerados no início do século XX. Segundo, e, de certo modo, surpreendente, encontramos, através de exercícios econométricos, relações entre desigualdade e desenvolvimento no longo-prazo particulares para cada conjunto de observações: (i) uma relação positiva entre desigualdade da distribuição de terras e desenvolvimento para os estados da região Sudeste, São Paulo (o centro da produção cafeeira nos séculos XIX e XX que recebeu um forte fluxo de imigrantes e que se tornou o estado brasileiro mais dinâmico) e Minas Gerais (estado particularmente influenciado pelo ciclo do ouro, moldado também pela atividade de criação e produção de café); (ii) uma ausência de relação significativa entre os indicadores de desigualdade no início do século XX e desenvolvimento contemporâneo para o estado de Pernambuco (estado da região Nordeste, representativo da antiga estrutura colonial de produção de açúcar); e (iii) uma relação negativa entre desigualdade e desenvolvimento para o Rio Grande do Sul (estado da região Sul, com colonização mais associada a países da América do Norte). Terceiro, não encontramos uma relação estatisticamente robusta entre nosso indicador de concentração política e desenvolvimento no longo-prazo. O que seria um resultado possivelmente contra-intuitivo à luz da literatura internacional, é provavelmente consistente com um sistema político capturado e níveis bastante baixos de acesso ao voto. Os resultados acima são mantidos mesmo após controlarmos para proxies de mudanças estruturais ocorridas no período, entre elas: urbanização, industrialização e imigração. Além desses resultados, apresentamos evidência de que a desigualdade da distribuição da terra em 1920 é, no máximo, fracamente relacionada à desigualdade contemporânea para Minas Gerais e São Paulo, enquanto é significante para o Rio Grande do Sul e Pernambuco. Em outras palavras, nossas evidências sugerem que os efeitos positivos da desigualdade no início do século estão associados a uma particular organização em um período histórico específico, em contraste com uma desigualdade mais estrutural, exemplificada pelos casos de Pernambuco e Rio Grande do Sul, no qual os efeitos da desigualdade são negativos ou insignificantes no desenvolvimento de longo prazo. Finalmente, não encontramos uma relação estatisticamente robusta entre o índice de Gini da distribuição de terras considerando toda a população e o desenvolvimento das regiões consideradas. Estes resultados ressaltam a importância do estudo de elementos históricos no seu respectivo contexto, uma vez que são consistentes com um Brasil rural dominado por elites agrárias em um complexo ambiente institucional.