Presos no círculo, prostrados no asfalto: tensões entre o móvel e o imóvel

O presente trabalho analisa e discute a crise de mobilidade cotidiana nas duas últimas décadas, em São Paulo, tendo em vista o agravamento gradativo das condições de circulação viária na metrópole paulistana. Considerando o espaço como produto, condição e meio de reprodução das relações sociais, def...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Souza, André dos Santos Baldraia
Other Authors: Lencioni, Sandra
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2014
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-29092014-152548/
Description
Summary:O presente trabalho analisa e discute a crise de mobilidade cotidiana nas duas últimas décadas, em São Paulo, tendo em vista o agravamento gradativo das condições de circulação viária na metrópole paulistana. Considerando o espaço como produto, condição e meio de reprodução das relações sociais, defendemos a tese de que a atual crise da mobilidade cotidiana advém de um conjunto de medidas que foram formuladas e implantadas através de políticas econômicas de orientação neoliberal, com destaque para os novos meios de financiamento à produção do espaço urbano e à reorganização produtiva da indústria automobilística nacional, bem como para as estratégias voltadas ao incentivo do consumo de bens duráveis, viabilizado pela ampliação das linhas de crédito para a aquisição de bens duráveis, principalmente carros. A esses elementos associam-se outros, tais como: a extensão e a densidade da ocupação urbana, a baixa qualidade dos sistemas de transportes coletivos e o traçado da infraestrutura viária. A apreciação conjunta desses elementos constitui o quadro a partir do qual realizamos nossa análise === This dissertation analyzes and discusses the crisis of daily mobility in the past two decades in São Paulo, caused by the gradual worsening of the conditions of road circulation in the metropolis. Regarding space as a product, a condition and a means of the reproduction of social relations, we put forth the hypothesis that the current crisis of mobility is the outcome of a number of actions that were formulated and implemented as part of neoliberal economic policymaking. Among such actions are the new sources of credit for the production of urban space, the restructuring of the domestic automobile industry and the strategies that encourage the purchase of durable goods (especially cars) made possible by the expansion of consumer credit. Other elements combine with these three basic causes, such as the low quality of public transit systems and the road layout. By taking account of all these elements together, we build the framework upon which we carry out our analysis