Summary: | Devido à grande incidência de pessoas com lesões de pele como queimaduras e úlceras e à baixa disponibilidade de doadores, houve a necessidade de desenvolvimento de biomateriais com a capacidade de mimetizar a pele. Para o desenvolvimento desses biomateriais, polímeros são utilizados na tentativa de alcançar características mais próximas as do órgão alvo. Neste sentido, nosso grupo vem desenvolvendo, há alguns anos, substitutos dermo-epidérmicos, particularmente membranas biodegradáveis e biocompatíveis constituídas de PVAl e quitosana. O PVAl, polímero sintético, foi utilizado para mimetizar a porção dérmica humana e a quitosana, polímero de origem natural, foi utilizada neste estudo para favorecer o crescimento e manutenção da porção epidérmica. Devido às variações destes polímeros obtidos comercialmente, o objetivo deste estudo foi caracterizar as suas propriedades físico-químicas, comparando-as com a membrana anteriormente obtida pelo nosso grupo, com o intuito de confirmar hipóteses de interferências ressaltadas nesse estudo. As membranas de PVAl em estudo (PVAl MP) que obtiveram características morfológicas mais semelhantes ao padrão, foram as irradiadas a 13 e 15 kGy, sendo esta última escolhida por atingir a dose mínima necessária para se obter um material estéril. Estas membranas também foram as que apresentaram maior porcentagem de poros entre 70 e 100 m2. Quanto à quitosana, as principais características estudadas foram o grau de acetilação (DA) e a massa molecular média, ambos os resultados indicaram características diferentes daquelas indicadas comercialmente. Diversos protocolos de preparações de membranas foram feitos a partir de solução de quitosana (2%). A membrana composta de solução de quitosana homogeneizada com glicerol (20%) e seca a temperatura ambiente, apresentou a melhor interação com os queratinócitos. Para a finalização do trabalho esta solução de quitosana foi vertida sobre a membrana de PVAl, liofilizada e intumescida com solução de quitosana (2%) e o conjunto foi mantido à temperatura ambiente até formação do filme de quitosana na face superior, obtendo-se assim uma membrana composta compatível com o sistema dermo-epidérmico. === Due to the frequent incidence of people with skin lesions such as burns and ulcers and the lack of available donors, biomaterials with the capacity to mimic skin must be developed. In order to develop these biomaterials, polymers are used in the attempt to achieve characteristics which are closer to the target organ. In this direction, for several years our group has been developing dermo-epidermic substitutes, specifically biodegradable and biocompatible membranes made up of PVAI and chitosan. PVAI, a synthetic polymer, was used to imitate part of the human dermis and chitosan, a polymer of organic origin, was used in this study to stimulate growth and maintenance of the epidermis. Due to the variations of these commercially obtained polymers, the objective of this study was to characterize their physical and chemical properties, comparing them with the membrane previously obtained by our group with the intention of confirming the hypotheses of interferences put forward in this study. The PVAI membranes in the study (PVAI MP) that obtained characteristics most similar to the standard were those irradiated with 13 and 15 kGy; this last was chosen because it was the minimum dose necessary to achieve sterility. These membranes were also those which had the largest percentage of pores between 70 and 100 m. For chitosan, the principal characteristics studied were the degree of acetylation (DA) and average molecular weight, both results demonstrated different characteristics than commercially indicated. Various membrane preparation protocols were carried out from the chitosan solution (2%). The membrane composed of the solution of chitosan homogenized with glycerol (20%) and dried at room temperature had the best interaction with keratinocytes. To finalize the study, this chitosan solution was poured over a PVAI membrane, lyophilized and impregnated with chitosan (2%) solution and the compound was kept at room temperature until a chitosan film formed on the upper surface, thus obtaining a composite membrane compatible with the dermo-epidermic system.
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