Summary: | Historicamente o uso do álcool faz parte das tradições culturais da humanidade desde os tempos mais remotos, sendo considerado legal e aceito em muitas sociedades. Porém, a cultura da aceitação da combinação lazer e álcool e álcool e direção fizeram dos acidentes de trânsito uma das principais consequências do uso inadequado do produto em todo o mundo ocasionando sérias percussões socioeconômicas e de saúde. Este estudo objetivou conhecer e correlacionar o padrão habitual de consumo e o uso momentâneo de álcool a lesões por acidentes de trânsito que motivaram internações em Hospital Público Universitário de Uberlândia, Minas Gerais. Os dados foram coletados por contato direto com os pacientes através de entrevistas, entre os meses de abril e novembro de 2013. Na amostra predominaram indivíduos jovens e adultos jovens (56,7%); idade média 33,9 anos; do gênero masculino (82,4%); não brancos (60,5%); não casados (59,5%); católicos (56,6%); procedentes do município (74,6%); de baixa escolaridade (47,0%) e renda (65,6%); trabalhadores de serviços gerais (53,4%); sem emprego regular (53,0%). As colisões (61,6%) foram o tipo de acidente mais comum; envolvendo principalmente motociclistas (74,9%). As segundas (18,3%), os finais de semana (30,1%); e a tarde (39,8%) os dias e turnos mais frequentes destes eventos. Das vítimas, 77,4% conduziam o veículo; 72,7% eram habilitadas; 56,3% há mais de 6 anos; 79,6% utilizavam equipamento de proteção. Fraturas (81,2%); de membros (84,0%); em especial inferiores (64,3%) se destacaram. Dos entrevistados, 22,6% haviam ingerido álcool antes do acidente; especialmente cerveja (84,1%); em quantidade >=a 4 doses (81,0%); no máximo 2 horas antes (79,3%). Destes, 46,0% eram trabalhadores de serviços gerais; 69,8% não regulares; 63,5% de baixa renda. Entre os que beberam, os acidentes ocorreram mais frequentemente nos finais de semana (52,4%); envolveram motociclistas (71,4%); condutores (81,0%); habilitados (63,5%); há mais de um ano (54,0%); utilizando equipamento de segurança (73,0%). Principalmente jovens entre 14 e 33 anos (43,0%); não brancos (28,7%); solteiros (44,6%); católicos (47,4%); com pouca escolaridade (48,0%) se mostraram os mais expostos ao risco de envolvimento em acidentes de trânsito sob a influência de álcool. De acordo com o Alcohol Use Disorders Identification Test, 41,6% da população, bebe de forma arriscada. Entre as mulheres, 75,5% faziam uso de álcool considerado de baixo risco; dos homens, 45,2% eram bebedores de risco. Entre os consumidores de risco (41,6%), 58,6% tinham de 14 a 33 anos; 66,4% dos trabalhadores não qualificados eram bebedores de risco. Dos trabalhadores regulares 39,0%; dos não regulares 44,3%; e daqueles com baixa renda 43,3%, também foram identificados como bebedores de risco (AUDIT). Choque contra objetos fixos predominaram entre estes. Concluiu-se que acidentes de trânsito envolvendo álcool é um fenômeno relativamente comum; que o gênero é um fator preponderante no consumo de álcool, sendo superior em relação aos homens e que quanto menor a renda, a escolaridade e a idade, maior o risco destes acidentes. Este estudo fornece informações sobre indivíduos em situação de risco o que pode auxiliar no planejamento e na implementação de ações de enfrentamento dos fatores determinantes e condicionantes destes acidentes === Historically, the use of alcohol is a part of our culture since ancient times, being considered legal and accepted by many societies. However, the accepting culture of the combination of leisure, alcohol and driving turned car accidents into one of the main consequences of the inadequate use of alcohol in the whole world, leading to serious socio-economic and health consequences. This study aims to comprehend and correlate the standard and casual consumption of alcohol to the injuries from car accidents that led the victims to be hospitalized at the Hospital Publico Universitario in Uberlandia, Brazil. The data were collected through direct contact with the patients over interviews carried out between April and November 2013. In the sample, most subjects were young people and young adults (56.7%); had an average age of 33.9 years old; were male (82.4%); non-whites (60.5%); single (59.5%), Catholics (56.6%); born in the city of Uberlandia (74.6%); had low schooling (47.0%) and income (65.6%); worked with services that didn\'t require much qualification (53.4%); and had non-steady jobs (53.0%). The collisions (61.6%) were the most common type of accident, involving primarily motorcyclists (74.9%). They occurred at Mondays (18.3%); weekends (30.1%); and during the afternoon (39.8%); these were the days and most common shifts for these events. On the victims, 77.4% were driving the vehicle; 72.7% had a driver\'s license; 56.3% had the driver\'s license for over 6 years; and 79.6% were using protective gear. They suffered fractures (81.2%); of body members (84.0%); and especially on inferior members (64.3%). Among the interviewees, 22.6% had consumed alcohol before the accident; mostly beer (84.1%); in amounts >= than 4 doses (81.0%); at maximum of 2 hours before the accident (79.3%). Among these, 46.0% had jobs that didn\'t require much qualification; 63.5% had non-steady jobs and 63.5% were of low income. Among the ones that used alcohol, the accidents occurred most frequently during the weekends (52.4%); they involved motorcyclists (71.4%); and drivers in general (81.0%); on the drivers, 63.5% had a driver\'s license; 54.0% had it for over a year; and 73.0% of them were using protective gear. The victims were mostly young people between 14 and 33 years old (43.0%); non-whites (28.7%); single (44.6%); Catholics (47.4%); of low schooling (48.0%); and these subjects showed themselves to be most likely exposed to the risk of becoming involved in crashes under the influence of alcohol. According to the Alcohol Disorders Identification Test (AUDIT), 41.6% of the population abuses alcohol. Among women, 75.5% consumed alcohol with moderation; contrary to that, among men, 45.2% were high risk consumers. Among the high risk consumers (41.6%), 58.6% had 14 to 33 years old; and 66.4% of the non-qualified employees were high risk consumers. Employees with steady jobs (39.0%); non-steady jobs 44.3%; and of low income 43.3%; were also identified as high risk consumers (AUDIT). Lastly, crashes against fixed obstacles in the road were predominant among these. It was concluded that crashes involving alcohol are a fairly common phenomenon; that the sex is a major factor when it comes to alcohol consumption; being superior among men, and also, the lowest the income, schooling and age, the higher the risks of accidents. This study provides information about subjects at risk, which could help in the planning and implementation of actions to fight the conditions and determinant factors to these accidents
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