Efeitos da intervenção aquática em crianças com características de transtorno do desenvolvimento da coordenação (TDC)

Este estudo teve como objetivo investigar os efeitos da intervenção aquática em crianças com características de Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC). Mais especificamente, investigar estes efeitos no desempenho motor, nas atividades da vida diária (AVD´s) e nas atividades da vida escol...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ferreira, Lúcio Fernandes
Other Authors: Freudenheim, Andrea Michele
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2013
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39132/tde-28112013-151731/
Description
Summary:Este estudo teve como objetivo investigar os efeitos da intervenção aquática em crianças com características de Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC). Mais especificamente, investigar estes efeitos no desempenho motor, nas atividades da vida diária (AVD´s) e nas atividades da vida escolar (AVE´s); e compará-los com os efeitos da intervenção terrestre. A amostra foi composta de 66 crianças estudantes do ensino fundamental (27 meninas e 39 meninos), entre 6 e 10 anos de idade. As crianças com características de TDC (N = 47) constituíram os grupos: controle (TDC-C; N=12), de intervenção aquática (TDC-A; N=19) e de intervenção terrestre (TDC-T; N=16). Foi formado também um grupo controle com crianças de desenvolvimento típico (DT-C; N=19). Os grupos experimentais foram submetidos a intervenções específicas (meio terrestre ou meio aquático) durante 4 meses, com três aulas semanais de 60 minutos de duração, totalizando 50 sessões. Ambas as intervenções abordaram três temas: Habilidades de Estabilização, Habilidades de Locomoção e Habilidades de Manipulação. A variável dependente desempenho motor (escore total do MABC2 e escore Z) foi avaliada em quatro pontos no tempo Pré-teste, Pós, 3m-Pós e 6m-Pós - enquanto as variáveis dependentes AVDs e AVEs em três pontos no tempo Pré-teste, Pós e 6m-Pós. Os resultados referentes ao escore total do MABC2 revelaram diferença entre os grupos TDC-T e TDC-C, favorável ao primeiro, e entre o Pré-teste e os demais tempos, sem distinção de grupo. Mas somente para os grupos experimentais (TDC-A e TDC-T) o tamanho dos efeitos entre os tempos foi de grande magnitude, o que confere significância funcional às intervenções. Por sua vez, a análise do escore Z revelou diferença entre o grupo TDC-C e os grupos TDC-A e TDC-T, seis meses após a finalização das intervenções. Este resultado mostra que somente o desempenho motor dos grupos experimentais se aproximou da referência para crianças de desenvolvimento típico. A análise dos escores totais do Questionário de Pais e do Questionário de Professores mostrou que as intervenções aquática e terrestre favoreceram as AVDs e as AVEs. Os resultados revelaram ainda, que não houve diferença significante entre os grupos experimentais (TDC-A e TDC-T) nas variáveis dependentes deste estudo. Estes resultados permitem concluir que: a) a intervenção aquática favorece o desempenho motor, as AVDs e as AVEs de crianças com características de TDC; e, b) esses efeitos favoráveis da intervenção aquática não diferem daqueles da intervenção terrestre. Em suma, pode-se concluir que a intervenção motora, independentemente do meio ambiente em que ocorre, aquático ou terrestre, é altamente recomendada para as crianças com características de TDC, pois possibilita desempenho semelhante ao de crianças com desenvolvimento típico. A partir destes resultados e conclusões, estudos futuros devem ser desenvolvidos com o objetivo, por exemplo, de investigar os efeitos da intervenção aquática em relação às habilidades especificas a cada uma das subseções do teste MABC2 === This study aimed to investigate the effects of the aquatic intervention in children with Developmental Coordination Disorder (DCD) characteristics. More specifically, to investigate these effects in motor performance, daily life activities (DLAs) and school life activities (SLAs), and compare them with terrestrial intervention effects. The sample consisted of 66 elementary school students (27 girls and 39 boys) aged between 6 and 10 years. Children having DCD characteristics (N = 47) constituted the groups: control (DCD-C; N = 12), aquatic intervention (DCD-A; N = 19) and terrestrial intervention (DCD-T; N = 16). A control group of children with typical development (TD-C; N = 19) was also formed. The experimental groups underwent specific intervention programs (terrestrial or aquatic) for four months, with three weekly classes lasting 60 minutes, totalling 50 sessions. Both programs addressed three themes: Stabilization skills, locomotor skills and manipulative skills. The dependent variable motor performance (MABC2 total score and Z score) was assessed at four points in time - Pre-test, Post, 3m-Post and 6m-Post - while the dependent variables DLAs and SLAs at three points in time - Pre-test, post and 6m-post. The results for the total MABC2 score revealed differences between DCD-T and DCD-C, favorable to the former and between the pre test and the other times, irrespective of group. But only for the experimental groups (DCD-A and DCD-T) the effect size between the times was large, which confers interventions functional significance. In turn, the Z-score analysis revealed difference between DCD-C group in relation to DCD-A and DCD-T groups six months after the completion of interventions. This result shows that only the experimental groups motor performance approached the typically developing children benchmark. The analysis of the Parent Questionnaire and the Teacher Questionnaire total scores showed that aquatic and terrestrial interventions favored DLAs and SLAs. The results also revealed that there was no significant difference between the experimental groups (DCD-A and DCD-T) in these study dependent variables. These results allow coming to the conclusion that: a) the aquatic intervention favors motor performance, the DLAs and the SLAs of the children with DCD characteristics; and, b) these favorable effects of aquatic intervention did not differ from those of terrestrial intervention. In short, it can be concluded that motor intervention, regardless of the environment in which it occurs, aquatic or terrestrial, is highly recommended for children with DCD characteristics, as it allows similar performance to that of children with typical development. From these results and conclusions, future studies should be developed with the aim, for example, to investigate the effects of aquatic intervention in relation to the specific skills of each of the MABC2 test subsections