"Do vivendo para brincar ao brincando para viver: o desvelar da criança com câncer em tratamento ambulatorial na brinquedoteca"

O câncer infantil é uma doença crônica que demanda um tratamento longo, invasivo e doloroso. Os avanços terapêuticos possibilitam sua realização ao nível ambulatorial, no entanto, este se mostra tão desgastante e cansativo quanto a hospitalização. Com isso, é importante que a criança com câncer tenh...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Melo, Luciana de Lione
Other Authors: Valle, Elizabeth Ranier Martins do
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2003
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-28062006-143055/
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Melo, Luciana de Lione
"Do vivendo para brincar ao brincando para viver: o desvelar da criança com câncer em tratamento ambulatorial na brinquedoteca"
description O câncer infantil é uma doença crônica que demanda um tratamento longo, invasivo e doloroso. Os avanços terapêuticos possibilitam sua realização ao nível ambulatorial, no entanto, este se mostra tão desgastante e cansativo quanto a hospitalização. Com isso, é importante que a criança com câncer tenha um espaço para que possa distrair-se, além de expressar suas angústias e ansiedades com relação a sua nova realidade – o mundo da doença e do tratamento oncológico – enquanto aguarda ser atendida. A brinquedoteca se mostra como o espaço capaz de favorecer o desenvolvimento da criança, além de ajudá-la a compreender o que está acontecendo consigo por meio do brincar. A proposta deste estudo é desvelar o sentido de Ser-criança com câncer em tratamento ambulatorial, utilizando a brinquedoteca como possibilidade de favorecer a expressão, pela criança, de seu mundo cotidiano. Para isso foi implantada uma brinquedoteca em um hospital filantrópico de Ribeirão Preto, S. P. Houve a participação de sete crianças entre 3 e 9 anos com diagnóstico de algum tipo de câncer infantil, no período de agosto/01 a janeiro/02. Durante o retorno médico, a criança era convidada a brincar na brinquedoteca e orientada a permanecer o período que desejasse. Após as “sessões de brinquedo", as fitas foram transcritas e complementadas com as observações anotadas. A fim de desvelar o sentido das vivências das crianças com câncer em tratamento ambulatorial, foi realizada uma análise à luz da fenomenologia existencial de Martin Heidegger. A criança-com-câncer configurou-se como um ir e vir permeado ora pela autenticidade, quando a criança assumia sua doença e seu ser-para-a-morte, ora pela inautenticidade, quando deixava-se levar pelo modo de ser da decadência dos familiares e da equipe de saúde. O brincar pôde favorecer um rico acesso às vivências da criança gravemente doente. === Children’s cancer is a chronic disease that demands a long, invasive and painful treatment. The therapeutic advances enable the ambulatory treatment. However, it is as stressful as the hospitalization. Therefore, it is important for the child to have space to express their anxieties regarding this new reality – the disease’s world and the oncology treatment– when they are waiting to receive their treatment. The playing room is a place that favors the children’s development and help them to understand what is happening with them while they play. The purpose of this study is to learn the meaning of being children with cancer being submitted to ambulatory treatment and using the play room as a possibility to enable their expression about their world. Thus, a play room was built at a philanthropic hospital in the city of Ribeirão Preto, SP, Brazil. Seven children from 3 to 9 years of age with the diagnosis of cancer participated in the study from August, 2001 to January, 2002. During their appointments, the children were invited to play and oriented to stay there as long as they wanted. After the playing sessions, the tapes were transcribed and complemented with observations. Aiming at learning about the meaning of these experiences to children with cancer, author analyzed these data based on the Marting Heidegger’s existential phenomenology. The children-with-cancer showed a movement that was permeated sometimes by the authenticity, when the child assumed the disease and their being-to-death and also by the lack of authenticity, when they were influenced by their family and members of the health team. The situation of playing enabled the access to these children who were severely ill.
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