Summary: | Imunossenescência, termo que designa o envelhecimento do sistema imune, contribui com o aumento das infecções, doença autoimune, câncer e baixa eficiência das vacinações, favorecendo o aumento da morbi-mortalidade entre os indivíduos idosos. Dentre as mudanças, destacam-se as alterações no tamanho da subpopulação de célula T, com aumento de células de memória e diminuição de células naive; no padrão de secreção de citocinas, na capacidade de replicação das células e na produção de anticorpos, as quais culminam em um estado pró-inflamatório chamado \'inflamm-aging\' e uma capacidade diminuída para responder a novos antígenos. Além disto, o acúmulo de linfócitos T CD8+CD28- nos idosos também se correlaciona com uma diminuição do controle sobre a infecção. No entanto, há poucos relatos sobre o papel do exercício regular na prevenção ou tratamento de imunossenescência. O objetivo deste estudo foi verificar os efeitos da atividade física intensa e regular na imunossenescência de idosos. Foram selecionados 15 indivíduos idosos em treinamento intenso de corrida (meia maratona e/ou maratona há pelo menos 5 anos, TI), e 16 indivíduos idosos não praticantes de atividade física, NT. Todos os indivíduos eram do sexo masculino, com idade entre 65 a 85 anos, apresentavam auto percepção de saúde positiva e ausência de co-morbidades e/ou em tratamento com impacto significativo para o sistema imune. Foram avaliadas as subpopulações de células T (CD8+CD28+ e CD8+CD28-; CD4+ naive e de memória) em relação ao comprimento de seus telômeros, resposta proliferativa e marcadores de apoptose, síntese de citocinas (Th1/Th2); níveis séricos de citocinas inflamatórias; frequência das subpopulações (naive, memória central, memória efetora e terminalmente diferenciada) dos linfócitos T CD4+ e CD8+ no sangue periférico e a quantificação da produção de anticorpos anti-Influenza. Verificamos no grupo TI, em relação ao NT, aumento de células TME e diminuição de TEMRA; maior proliferação de linfócitos T CD4+ naive estimulados com mitógeno; maior comprimento do telômero em linfócitos T CD3+, T CD3+CD8+ e T CD3+CD8+CD28-, esta última considerada subpopulação associada à imunossenescência; preservação dos mecanismos anti-apoptóricos, verificado pelo aumento da expressão in vitro de Bcl-2 e redução de caspase-3 em células TCD4+ (memória e naive) e T CD8+ (senescentes e não senescentes) não estimuladas; parâmetros estes denotando uma provável melhor capacidade funcional de células T. Além disso, verificamos aumento da produção sérica de títulos de anticorpos anti-influenza pré e pós-vacinação, evidenciando possível papel adjuvante do exercício intenso na resposta vacinal. E finalmente, observamos equivalência entre os dois grupos com relação ao padrão de secreção de citocinas séricas e secretadas in vitro associadas com o Inflammaging. Os resultados evidenciaram que a prática da atividade física intensa e regular teria um efeito protetor contra alguns parâmetros associados à imunossenescência === Immunosenescence, the term used to designate the process of aging of the immune system, is associated with to the increased rate of infections, autoimmune diseases, cancer and low efficiency of vaccinations in elderly, favoring their increased morbidity and mortality. Immunosenescence is associated with changes in the size of the T cell subpopulation with increased proportion of memory T cells and decrease proportion of naive T cells, in the pattern of cytokine secretion, in cell replication capability and in antibody production, all of which culminate in a pro-inflammatory state called \"inflamm-aging\" and diminished capacity to responding to new antigens. In addition, the accumulation of CD8+CD28- lymphocytes in elderly also correlates with a decreased control of infections. However, there are few reports on the role of chronic regular exercise in the prevention or treatment of immunosenescence. The objective of this study was to investigate the effects of intense regular physical activity on immunosenescence of elderly men. We selected 15 elderly men with intensive training for at least the last 5 years (IT, participating in half marathon and/or marathon), and 16 elderly men not training, NT. They were 65-85 years and had self perception of positive health and lack of co-morbidities and/or treatment with significant impact on the immune system. T-cell subpopulations were assessed (CD8+CD28+ and CD8+CD28-; CD4+ naive and memory) with respect to telomere length, proliferative responses, apoptosis markers, cytokine synthesis (Th1/Th2); serum levels of inflammatory cytokines; distribution of the naive, central memory, effector memory, and terminally differentiated CD4+ and CD8+ lymphocyte subpopulations in peripheral blood, and anti-influenza antibodies production. We found in the IT group, compared with the NT, in the T-cell subsets, increased percentages of effector memory T-cells and decreased percentages of terminally differentiated T-cells; higher proliferation of naive CD4+T cells stimulated with mitogen; larger telomere length in TCD3+, TCD3+CD8+ and TCD3+CD8+CD28- cells (the latter subset being a marker of immunosenescence), preservation of the anti-apoptotic mechanisms, indicated by increased Bcl-2 expression and decreased caspase-3 expression in in vitro resting memory and naive CD4+ T-cell and in senescent and non-senescent CD8+ T-cells; all of which denote a potentially better T-cell functioning. There was also increased anti-influenza antibody titers pre and post-vaccination, indicating a possible adjuvant role of intense exercise in vaccine responses. Finally there was a similar pattern between the two groups in in vitro secreted and in serum cytokines associated with Inflamm-aging. The results showed that the practice of regular intense physical activity has a protective effect against some parameters associated with immunosenescence
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