Tratamento das lesões intra-epiteliais cervicais de alto grau com cirurgia de alta freqüência em mulheres portadoras ou não do vírus da imunodeficiência humana

Introdução: Sabe-se que a elevada prevalência da infecção pelo HPV na população sexualmente ativa, associa-se ao desenvolvimento delesões intra-epiteliais cervicais de alto grau e de baixo grau (LIEAG e LIABG). A cirurgia dealta freqüência (CAF) veio contribuir para o tratamento da LIE, substitui...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Melli, Patrícia Pereira dos Santos
Other Authors: Duarte, Geraldo
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2005
Subjects:
CAF
HIV
HPV
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-27092013-151105/
Description
Summary:Introdução: Sabe-se que a elevada prevalência da infecção pelo HPV na população sexualmente ativa, associa-se ao desenvolvimento delesões intra-epiteliais cervicais de alto grau e de baixo grau (LIEAG e LIABG). A cirurgia dealta freqüência (CAF) veio contribuir para o tratamento da LIE, substituindo práticas invasivas e onerosas. A população contaminada pelo HPV é composta por pacientes imunocompetentes e imunodeprimidas, especialmente as infectadas pelo HIV, que poderão ter diferente resposta a esta cirurgia. Objetivos:Avaliar a efetividade da CAF no tratamento das LIEAG no colo uterino e a taxa de complicações tardias dessa modalidade terapêutica em pacientes portadoras ou não do HIV e avaliar se a infecção HIV favorece a persistência de LIEAG após a CAF. Pacientes e Métodos: Estudo observacional prospectivo longitudinal onde foram selecionadas 97 pacientes portadoras de LIEAGe tratadas com CAF divididas em dois grupos: 38 pacientes portadoras do HIV e 59 não infectadas por esse vírus, todas atendidas em Hospital Universitário de referência terciária. As pacientes foram submetidas a CAF e reavaliadas com coleta de colpocitologia e colposcopia com três, seis, nove e 12 meses após o procedimento. As taxas de efetividade da CAF consideraram a evolução da doença cervical ao longo do seguimento desses dois grupos de pacientes por um ano. Resultados:Após o seguimento de 12 meses foram observadas situações de cura (citologia e colposcopia normais), melhora (citologia e/ou comcolposcopia com sinais de infecção HPV ou LIEBG) ou de piora da LIEAG inicial (lesão microinvasora/invasora). Sendo assim, foram obtidos para as pacientes portadoras do HIV: 56,7% de cura; 32,4% de melhora e nenhum caso de piora após o tratamento inicial. Para as pacientes não portadoras do HIV os resultados foram: 75,8% de cura; 13,8% demelhora e 1,7% de piora, indicando desfecho clínico mais favorável entre as pacientes não portadoras do HIV (X 2 , p= 0,02). As taxas de estenose de canal cervical entre as pacientes portadoras do HIV (13,5%) não foram estatisticamente diferentes daquelas observadas entre as pacientes não portadoras do HIV (10,5%). A excisão completa da LIE que motivou a CAF ocorreu em 69 (71,2%) pacientes. Entretanto, 21 (21,7%) mulheres tiveram excisão incompleta com margens da peça cirúrgica comprometida pela LIE. Dessas 21 pacientes que apresentaram margens da peça cirúrgica comprometidas apenas cinco tiveram necessidade de novo tratamento. Também foram submetidas a novo tratamento três das mulheres que tiveram margens cirúrgicas livres da peça excisada e uma paciente com a margemcirúrgica carbonizada. Conclusões: Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos estudados em relação ao número de complicações após a realização da CAF e também na necessidade de novo tratamento no caso de mulheres portadoras do HIV. Entretanto, o desfecho clínico favorável (cura e melhora) para essa população estudada foi significativamente melhor para as pacientes não portadoras do HIV que para as infectadas por esse vírus após um ano de seguimento pós-CAF. A recidiva da LIEAG é mais freqüente em pacientes com margens cirúrgicas comprometidas, independente da presença da infecção pelo HIV. === Introduction: It is known that the high prevalence of HPV infection in the sexually active population is associated with the development of high and low-grade squamous intraepithelial lesions (HSIL and LSIL). Loop electrosurgical excision procedure (LEEP) has contributed to the treatment of SIL, replacing invasive and expensive procedures. The population contaminated with HPV consists of immunocompetent and immunodepressed patients, especially HIV-infected patients, who may respond differently to this surgery Objectives:To assess the effectiveness of LEEP in the treatment of HSIL in the uterine cervix and the rate of late complications of this therapeutic modality in patients infected or not with HIV and to determine whether HIV infection predisposes to the persistence of HSIL after LEEP. Patients and Methods: This was a prospective longitudinal observational study conducted on 97 patients with HSIL and treated with LEEP who were divided into two groups: 38 HIV-infected and 59 non-HIV-infected patients attended at a tertiary reference University Hospital. The patients were submitted to LEEP and re-evaluated bycolpocytology and colposcopy at three, six, nine and 12 months after the procedure.The rates of LEEP effectiveness were determined on the basis of the evolution of cervical disease along a one year follow-up of the two groups of patients Results:After a follow-up of 12 months, situations of cure (normal cytology and colposcopy), improvement (cytology and/or colposcopy with signs of HPV infection or HSIL) or of worsening of the original HSIL (microinvasive/invasive lesion) were observed. On this basis, the followingresults were obtained for HIV-infected patients: 55.2% of cure, 34.3% of improvement and no case of worsening after the initial treatment. For non-HIV-infected patients, the results were: 75.4% of cure, 14.1% of improvement and 1.7% of worsening, indicating a more favorable clinical outcome among non-HIV-infected patients (X 2 , p= 0.02). The rates of cervical canal stenosis among HIV-infected patients (13.5%) did not differ significantly from those among non-HIV-infected patients (10.5%). Complete excision of the SIL that motivated LEEP occurred in 69 (71.2%) patients. However, in 21 (21.7%) women, excision was incomplete, with SIL involvement of the margins of the surgical piece. Of these 21 patients with compromised surgical piece margins, only five required new treatment. Three of the women whose surgical margins were freeof disease and one patient with a carbonized surgical margin were also submitted to new treatment. Conclusions:No statistically significant difference was detected between the two groups regarding the number of complications after LEEP or also regarding the need for new treatment among HIV-infected women. However, a favorable clinical outcome (cure and improvement) for this population was significantly better for non-HIV-infected patients than for HIV-infected patients after one year of post-LEEP follow-up. HSIL recurrence was more frequent among patients with involved surgical margins regardless of the presence of HIV infection.