Summary: | Em um estudo recente, Guadagnoli e Lee (2004) propuseram que o efeito de interferência contextual (IC) depende da dificuldade funcional de uma tarefa motora, com reversão do efeito de aprendizagem esperado quando a dificuldade imposta pela tarefa é elevada. No presente estudo esta hipótese foi testada em crianças na aprendizagem de uma tarefa de desenhos de padrões gráficos em uma base digitalizadora, recebendo feedback visual imediato invertido em um monitor de microcomputador. Foram avaliadas 30 crianças de 8-9 anos de idade, as quais foram designadas a três grupos: baixa IC, com prática variada entre blocos de tentativas possuindo o mesmo padrão gráfico; alta IC, com variação aleatorizada dos padrões gráficos entre as tentativas dentro de cada bloco; e controle, sem prática na tarefa. Após a etapa de prática, o tempo de movimento foi comparado entre os grupos em testes de retenção, transferência ipsilateral e transferência contralateral de aprendizagem. Os resultados mostraram que os dois grupos experimentais obtiveram resultados semelhantes de aprendizagem em todas as avaliações realizadas, com ambos os grupos apresentando resultados superiores ao grupo controle. A ausência de diferença entre os grupos experimentais indica que ambos os modos de variar a prática, sob baixa e alta IC, induziram efeitos semelhantes de aprendizagem, oferecendo apenas suporte parcial à hipótese de Guadagnoli e Lee. A vantagem dos grupos experimentais no teste de transferência contralateral indica que a adaptação devida à aprendizagem da tarefa não foi específica ao sistema neuromuscular empregado durante a prática === In a recent study, Guadagnoli and Lee (2004) proposed that the contextual interference (CI) effect depends on the functional difficulty of a motor task, with reversion of the expected learning effect when the difficulty imposed by a task is high. In the present study that hypothesis was tested in children in the learning of a task of drawing graphic patterns on a digitizing tablet while receiving immediate inversed visual feedback on a microcomputer monitor. Thirty 8-9 year-old children were assessed, who were assigned to three groups: low CI, with variability between blocks of trials composed of the same graphic pattern; high CI, with random variability within blocks of trials; and control, without practice on the task. Following the practice phase movement time was compared between the groups in retention, ipsilateral transfer, and contralateral transfer tests. Results showed that both experimental groups achieved similar results of learning in all tests, with the two groups presenting better results in comparison with the controls. Absence of difference between the experimental groups indicates that both modes of practice variability, under low and high CI, induced similar effects of learning, offering only partial support for the Guadagnoli and Lees hypothesis. The advantage of the experimental groups over the controls in the contralateral transfer of learning indicates that adaptation was not specific to the neuromuscular system employed during practice
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