Summary: | A ideia de que há um mal-estar resultante da renúncia pulsional necessária para vivermos com outros já foi sustentada por Freud em 1930. A novidade de o mal-estar maior residir no próprio consumo de bens trazidos pela cultura é inaugurada pelo discurso do capitalista que está assentado sobre a convicção de que a ciência torna compreensível tudo o que teríamos a conhecer, a tecnociência fabricaria tudo de que temos necessidade e o mercado nos daria acesso a tudo que nos falta. O sujeito sugestionado por esse discurso, embora constituído como efeito da articulação significante, acredita auto engendrar-se e poder completar-se com esse triplo tudo. Ele é seduzido pela promessa de poder completar-se com o objeto, se não esse, com o próximo objeto adquirido, transformando-se em indivíduo completado pelo gozo. Ele fica à deriva, errando de objeto em objeto, a não ser que consiga vincular o objeto causa de desejo com os objetos escolhidos. Esse trabalho apresenta o nascimento do sujeito, a passagem da \"noite do mundo\" ao domínio simbólico, assim como a entrada de cada um na linguagem a partir dos primeiros Outros no processo de alienação constitutiva. Sublinha a importância do processo de separação para a constituição do sujeito desejante. Apresenta as diferentes versões do sintoma em Freud e Lacan, assim como as funções do objeto a, destacando a função de nomeação do sinthoma como possibilidade de invenção de um Nome próprio para, com isso, apoiar-se sobre o que cada um é como objeto a, quando o sujeito descompleta o Outro, o universo simbólico, o universal === The idea that there is a malaise resulting from the pulsional resignation necessary for us to live with others has already been sustained by Freud in 1930. The novelty that the greatest malaise resides in the comsumption itself of goods brought by the culture is inaugurated by the capitalists discourse which is settled on the conviction that science makes everything we would have to know comprehensible, technoscience would make everything that we need and the market would give us access to everything that we lack. The subject questioned by this discourse, although being constituted as an effect of the signifying articulation, believes to engender himself and to be able to be complete with this triple everything. He is seduced by the promise of being able to be complete with the object, if not with this present one, with the next object obtained, transforming himself into an individual completed by jouissance. He remains adrift, wandering from object to object, unless he is able to link the object that causes the desire to the chosen objects. This work represents the birth of the subject, the passage from the night of the world to the symbolic domain, as well as each ones entrance into the language from the first Others in the process of constitutive alienation. It stresses the importance of the separation process for the constitution of the desiring subject. It presents the different versions of the symptom in Freud and Lacan, as well as the functions of object a, when the subject discompletes the Other, the symbolic universe, the universal
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