Manuel Bandeira e Jules Laforgue: Dor, ironia

O presente trabalho consiste em apresentar uma leitura de poemas de Manuel Bandeira e Jules Laforgue com o objetivo de trazer a discussão a respeito da dor e da ironia nas duas obras. O estudo tem como objetivo principal ampliar a reflexão sobre a ironia bandeiriana, a partir de elementos relacionad...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Lago, Flavia Togni do
Other Authors: Rosenbaum, Yudith
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2012
Subjects:
Dor
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-26102012-123505/
Description
Summary:O presente trabalho consiste em apresentar uma leitura de poemas de Manuel Bandeira e Jules Laforgue com o objetivo de trazer a discussão a respeito da dor e da ironia nas duas obras. O estudo tem como objetivo principal ampliar a reflexão sobre a ironia bandeiriana, a partir de elementos relacionados com a obra de Jules Laforgue. Como pudemos comprovar, Bandeira foi um grande admirador e leitor do poeta francês, e embora haja diferenças visíveis entre as obras, estes mesmos pontos de afastamento nos ajudarão a compreender o processo criativo que resultará na construção da ironia em Bandeira. Tentamos recuperar poemas relacionados a um dos temas principais das obras: a morte. Aos poucos, para Manuel Bandeira, veremos que a dor da finitude se transforma em recolhimento e sabedoria, num processo de maturação crescente que acompanha a abertura para o modernismo. Sendo assim, a ironia de Laforgue pode ser considerada mais cruel, ou seja, ela é aparentemente utilizada como arma de defesa ou de libertação de seu desejo de morte presente desde os seus primeiros versos. Em Bandeira, a ironia se relaciona diretamente ao par morte/superação, ou seja, podemos dizer que a ironia banderiana é uma ironia residual, onde após a experiência da dor e do aprendizado para a morte, seria possível rir. A partir dessas primeiras elaborações, a figura do Pierrot transformou-se num ponto de convergência das duas obras, sintetizando em sua imagem os temas trabalhados nesta pesquisa: dor e ironia. === This study consists to present one reading of Manuel Bandeira and Jules Laforgue poems, with a specific objective: to estabilish a discussion on pain and irony in both poethical works. The main subject of this investigation intends to make a contribution on the bandeirian irony - in one hand -, related to some meaningfull elements of Laforgue\'s work - in another. As we can see, Bandeira was, indeed, not only a reader but also a great admiror of the french poet; and instead one can observe some artistic differences between them, these points of distance will help us understand the creative process of Bandeira\'s irony. First of all, the study recovers the death theme in the earliest poems of both authors. In consequence, we could verify that in Bandeira\'s earliest books this theme is permeated by an idea of overcoming and, in the opposite hand of Laforgue, here death emerges as the only way of reconciliation with the world. Thus, we shall consider that the irony in Laforgue\'s work is more cruel, it\'s apparently used as a defensive or liberator weapon towards his death desire, which is presented since his earliest verses. In Bandeira, instead, irony is directly related to death as an overcoming, i.e, his irony is residual, allowing him to laugh after all the pain of life learning experienced. After this initial findings, the image of the Pierrot emerges as a point of convergence between the two works, summarizing in one figure the most important themes studied in this research: pain and irony.