Vigilância epidemiológica dos vírus da influenza aviária em aves migratórias na região costeira da Amazônia
Os vírus da influenza aviária, ou vírus da influenza A, podem acometer inúmeras espécies de aves e mamíferos, e são conhecidos pelos relevantes impactos gerados na economia e Saúde Pública. As aves pertencentes às ordens Anseriformes (patos, marrecos e cisnes) e Charadriiformes (maçaricos, gaivotas...
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Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
2014
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Os vírus da influenza aviária, ou vírus da influenza A, podem acometer inúmeras espécies de aves e mamíferos, e são conhecidos pelos relevantes impactos gerados na economia e Saúde Pública. As aves pertencentes às ordens Anseriformes (patos, marrecos e cisnes) e Charadriiformes (maçaricos, gaivotas e trinta-réis) são consideradas reservatórios, sendo que o comportamento migratório de muitas destas espécies pode favorecer a disseminação viral entre países. Existem poucos estudos sobre a circulação dos vírus da influenza aviária na América do Sul, dificultando a compreensão da ecologia e epidemiologia destes patógenos no Brasil. Este trabalho tem como objetivo monitorar as aves migratórias, em áreas de descanso e invernada na região Amazônica brasileira, por meio da detecção e caracterização dos vírus da influenza A. Através de seis expedições científicas ao norte do estado do Pará entre 2008 e 2010 foram colhidos swabs orotraqueais e cloacais de 1093 aves silvestres, principalmente Anseriformes e Charadriiformes. Pela técnica de Real time RT-PCR, nove aves foram positivas: 2 Actitis macularius, 4 Arenaria interpres, 1 Calidris pusilla, 1 Charadrius semipalmatus e 1 Dendrocygna viduata. Destas, o isolamento viral foi realizado com sucesso a partir das amostras de três Arenaria interpres, corroborando estudos que demonstram uma elevada prevalência do vírus da influenza A nesta espécie. As reações de inibição da hemaglutinação e de inibição da neuraminidase revelaram tratar-se do subtipo viral H11N9, considerado de baixa patogenicidade e relativamente comum nestas aves. O sequenciamento genético indicou estreita relação filogenética entre as estirpes virais deste estudo e aquelas isoladas na América do Norte, evidenciando um vínculo epidemiológico entre estas populações. Assim, é essencial a contínua vigilância epidemiológica dos vírus da influenza aviária em aves silvestres nesta região, visando a obtenção de informações sobre a prevalência do vírus, subtipos circulantes e suas características patogênicas, para subsidiar medidas apropriadas de prevenção e controle caso ocorram surtos no país. === Avian influenza viruses infect a variety of birds and mammals and are known for their relevant enconomic and public health impacts. Anseriformes (ducks, mallards and geese) and Charadriiformes (shorebirds, seagulls and terns) are natural reservoirs of avian influenza viruses, and the migratory behaviour of many of these species can result in the spread of the virus among countries. There are few studies investigating the occorrence of these viruses in South America, hindering understanding of their ecology and epidemiology in Brazil. This study aims to detect and characterize avian influenza viruses in migratory birds in wintering areas on the Amazon coast. Orotracheal and cloacal swabs were obtained from 1093 wild birds, mostly Anseriformes and Charadriiformes, during six expeditions between 2008 and 2010 to the state of Pará, Brazil. Samples from nine birds were positive to Real time RT-PCR: 2 Actitis macularius, 4 Arenaria interpres, 1 Calidris pusilla, 1 Charadrius semipalmatus e 1 Dendrocygna viduata. Virus isolation was successfully carried out for the samples from three Arenaria interpres, in agreement with previous studies reporting high prevalence in this species. Hemaglutinin and neuraminidase inhibition assays indicated these strains belonged to subtype H11N9, considered low pathogenic and relatively common in shorebirds. Gene sequencing demonstrated close phylogenetic relationship between the strains isolated in this study and those found in North America, revealing the existence of epidemiological conectivity among these populations. It is therefore vital to maintain active epidemilogical surveillance of wild birds in this region, collecting information on virus prevalence, subtype and pathogenicity that may in turn be used to implement prevention and control policies for avian influenza outbreaks. |
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