Summary: | Com o avanço da tecnologia e a conseqüente produção de equipamentos mais sofisticados, a microcirurgia vem ganhando cada vez mais espaço no campo da investigação experimental referente a recuperação de nervos periféricos. É sabido que no caso de uma simples secção do nervo, sem perda tecidual, a neurorrafia término-terminal é a técnica mais aconselhável. Porém, em uma situação onde ocorre perda de tecido nervoso ou, quando não se têm mais o coto distal do nervo, outras técnicas devem ser empregadas, mesmo porque, não se pode de forma alguma tracionar o nervo numa tentativa de coaptá-lo novamente. Assim várias técnicas de tubulização utilizando-se de materiais biológicos (vasos, nervos, músculos, pericárdio, veia e músculo combinado, moléculas de adesão, etc) ou não biológicos (tubos de polietileno, silicone, etc) estão sendo testados com resultados ainda insatisfatórios, principalmente sob o ponto de vista funcional. É sabido que em um trauma sem perda tecidual, numa neuropraxia, por exemplo, o nervo recupera espontaneamente de forma satisfatória. É sabido também que em um feixe vásculo-nervoso, o nervo periférico encontra-se em íntimo contato com a adventícia de artérias e veias. A adventícia dos vasos é constituída por tecido conjuntivo frouxo, rico em adipócitos. Assim, em um trauma, os neuritos oriundos do coto proximal do nervo lesado, ficam diretamente em contato com esses adipócitos. Seguindo este raciocínio, e com base em trabalhos anteriores onde foi usada veia preenchida com músculo esquelético a fresco como enxerto, decidimos testar a possibilidade de crescimento axonal por meio de enxerto venoso preenchido por tecido adiposo autólogo. Para tanto foi utilizada a veia jugular externa do rato preenchido com tecido adiposo in natura retirado das adjacências da referida veia, na tentativa de se recuperar o nervo ciático e um de seus ramos, o nervo fibular comum. A certificação do sucesso da recuperação do nervo foi feita por meio da análise dos nervos (Ciático e Fibular Comum), e dos músculos Extensor Longo dos Dedos (EDL) e Tibial Cranial (TC), sempre comparando com os respectivos grupos controles. Técnicas de microcirurgia, microscopia, morfometria, e análise fisiológica (foot print), além da utilização do Laser de Baixa Potência (LBP), foram empregadas nesta investigação. === With technology advance and the resultant production of more sophisticated equipment, microsurgery has been obtaining more attention in the experimental investigation field referred to peripheral nerves repair. It is know that in case of simple nerve section, without tissue loss, the end-to-side-neurorraphy is the most recommended technique. However, in each situation where nerve tissue loss occurs or, when there is no nerve distal stump anymore, other techniques should be used, precisely because the nerve cannot be put on traction to try nerve coaptation. Thus, many tubulization techniques which use biological materials (veins, nerves, muscles, pericardium, veins and muscles combined, adherence molecule) or non-biological materials (polyethylene tubes, silicon, among others) are being tested and the results has been unsatisfactory yet, especially concerning functional point of view. It is known that in trauma without tissue loss, like neuropraxy, for example, the nerve recovers spontaneously in a satisfactory way. It is also known that in a vascular-nervous bundle, the peripheral nerve is very closed to arteries and veins adventitious layer. The vein adventitious is built by weak conjunctive tissue, which is rich in fat cells. Thus, in a trauma, the neurites, derived from proximal stump of injured nerve, have direct contact with the fat cells. Following this argumentation and based on previous works that used vein fulfilled with fresh skeleton muscle as graft, we have decided to test the possibility of axon growth through vein graft fulfilled with autologous fat tissue. To achieve this, it was used rats external jugular vein fulfilled with in natura fat tissue removed from the adjacencies of the referred vein, in a trial to recover the sciatic nerve and one of its branches, the common peroneal nerve. The certification of successful nerve recovering was done through the analysis of nerves (Sciatic and Common Peroneal Nerve) and muscles (Extensor Digitorium Longus - EDL and Tibial Cranial Muscle TC), always comparing them with the respective control groups. Techniques of microsurgery, microscopy, morphometry and physiological analysis (foot print) were employed, besides the use of Low-Power Laser (LPL).
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