Summary: | As empresas podem financiar suas atividades por meio da utilização de recursos próprios e de terceiros, que juntos, formam a sua estrutura de capital. Na literatura financeira, o estudo sobre a estrutura de capital teve como marco a publicação do trabalho de Modigliani e Miller (1958), e desde então, vem sendo amplamente debatido no meio acadêmico. Todavia, pouco se concluiu a respeito dos fatores que determinam a estrutura de capital das organizações. O presente trabalho, procurou, por meio da aplicação de questionários em uma população composta por 356 empresas brasileiras de capital aberto, investigar os fatores que são determinantes na escolha das fontes de recursos de longo prazo utilizadas pelas organizações. Os questionários foram enviados para os e-mails do departamento de Relações com Investidores e da população, resultou uma amostra composta por 40 empresas que responderam os questionários. Tal amostra foi classificada como não-probabilística, o que impede que seus resultados sejam generalizados à população. Os setores de utilidade pública, materiais básicos e consumo cíclico foram responsáveis, juntos, por 63% do total de questionários respondidos. Diferente do que se esperava em relação à teoria mais utilizada pelas organizações na definição da estrutura de capital, o oportunismo foi considerado apenas por 13% das empresas, enquanto que a adoção de uma estrutura meta de capital foi a opção de metade da amostra. A teoria da hierarquia de fontes de recursos foi a escolha de 28% das empresas analisadas. Quanto aos motivos que levam as empresas a não utilizar o mercado de capitais, a não necessidade de captação de altos volumes, a excessiva burocracia e os elevados custos operacionais foram os considerados mais importantes pelas empresas analisadas. Por outro lado, esse mercado foi considerado uma fonte de recursos com custos atraentes (sendo o principal motivo da utilização do mercado de capitais para 25% das empresas). Estratégia de crescimento e/ou valorização da empresa, bem como maior visibilidade no mercado financeiro, também justificam a utilização do mercado de capitais pelas empresas pesquisadas. Os custos de transação foram considerados o fator que mais afeta a formação da estrutura de capital por 23% das empresas da amostra, o que é condizente com a importância dos juros na escolha das fontes de recursos. Flexibilidade financeira foi a segunda opção de 15% das empresas; rating e benefícios fiscais da dívida foram considerados a terceira opção para 13% das companhias da amostra. Percebeu-se que alguns resultados obtidos foram condizentes com as expectativas, outros não. A limitação do presente trabalho encontra-se na quantidade de empresas que compuseram a amostra, ficando como principal sugestão para trabalhos futuros, uma forma de aplicação de questionários mais abrangente. === One of the most contentious issues in the theory of finance has been the theory of capital structure. In recent years, a number of theories have been proposed to explain the variation in debt ratio across firms. The theories suggest that firms select their capital structure depending on attributes that determine the various costs and benefits associated with debt and equity financing. Modigliani e Miller (1958) showed that capital structure decisions do not affect firm value when capital markets are perfect and when corporate and personal taxes do not exist. However, when one or more of the M&M assumptions are relaxed, many authors demonstrate how firm value may vary with changes in the debt-equity mix. Since the discussion regarding to the capital structure of the firms is not finished in financial literature, the aim of this study was to find out what factors are more important when financial executives choose the sources of long term capital that will be used by their companies. For this proposal, a survey instrument was adeveloped and sent to a list of 356 brazilian companies. A total of 40 firms aswered the survey and for this reason, the sample analized in this study is classified as non-probabilistic, and its results can not be representative of the population. This survey showed that 50% of the firms have a target capital structure and 28% follow the Pecking Order Theory. When asked about what is the main motive the affects the debt ratio, 73% of the firms aswered that interest rates are the most important variable that has some influence on the capital structure decision of the company. Other interest results were found in this study and they can help to explain some of the decisions that are taken by financial executives regarding to the capital structure of their firms.
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