Uma parada - Antonio Manuel e a imagem fotográfica do corpo. Brasil anos 67/77

Uma parada - Antonio Manuel - Entre os artistas contemporâneos no Brasil nos anos 60 e 70, acreditamos que Antonio Manuel foi o que guardou um profundo mistério na sua produção. Mesmo ao ser censurado, trilhou sua trajetória e, aos poucos, ocupou um espaço suficiente para causar uma inversão da rep...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Araujo, Virgínia Gil
Other Authors: Fabris, Annateresa
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2007
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27131/tde-23072009-204800/
Description
Summary:Uma parada - Antonio Manuel - Entre os artistas contemporâneos no Brasil nos anos 60 e 70, acreditamos que Antonio Manuel foi o que guardou um profundo mistério na sua produção. Mesmo ao ser censurado, trilhou sua trajetória e, aos poucos, ocupou um espaço suficiente para causar uma inversão da representação e encontrar um caminho errático que o fizesse, dinamicamente, atuar. Pela tomada do corpo, como gesto de liberdade, expandiu sua arte. Sua atitude de pensamento se transformou em fotografia. Quando falamos em \"uma parada\", queremos enfatizar a importância da pose pausada no auto-retrato do artista, para justificar a tese de que Antonio Manuel também expandiu a arte contemporânea pela fotografia. Essa ampliação doa to criativo se deu graças à presença constante das imagens fotográficas do corpo nos seus trabalhos, que, inquietos, iniciaram esse percurso, de modo a podermos afirmar que, hoje, a fotografia tem importante significado no conjunto de suas séries. Para corrigir a realidade imposta tão violentamente pela ditadura militar, timidamente, Antonio Manuel abandonou o desenho sobre jornais para se apropriar das fotografias da imprensa, como também transgredir, corajosamente, a gramática dos veículos de comunicação de massa. Interessa-nos apontar para a importância dessa atitude e, para isso, desenvolvemos algumas possibilidades de compreensão. Consideramos as estratégias propostas pelos críticos Mário Pedrosa e Frederico de Morais e, ainda, os diversos teóricos que estudamos para tornar o debate da época, sobre as estratégias da arte contemporânea no Brasil dos anos 60 e 70, plausível. A arte fotográfica de Antonio Manuel, particularmente as imagens fotográficas do corpo, tiveram uma incrível ressonância na crítica de arte nacional e internacional. Porém, não vem sendo exibida como uma das poucas manifestações visuais que soube estar em sintonia com as diferentes tendências da arte fotográfica das últimas duas décadas. Para confirmar sua importância conceitual, delimitamos sua produção entre os anos de 1967 e 1977. A estrutura dos capítulos não segue à risca uma ordem cronológica, mas principalmente, a relação do ato criativo com o conjunto das séries. Destacamos as análises dos auto-retratos e dos retratos, bem como dos filmes do artista, em que a arte da desaparição de Jean Baudrillard sustenta a noção de \"parada\" fotográfica. Uma Parada tem ênfase no retrato, nos objetos inquietantes e nas imagens perturbadoras, que gestaram a relação do artista com o mundo durante um período de crise da arte. Porém, a crise do sujeito em Antonio Manuel é desafiadora, porque subverteu os modelos e desarticulou as referências, por enfrentar o processo de trabalho com luta e criatividade. Da sua liberdade, o espectador-participador se torna cúmplice. === A paused pose - Antonio Manuel - Among the Brazilian contemporary artists of the 60s and 70s we believe that Antonio Manuel has been the one who has kept a profound mystery in his production. Even when he was banned, he managed to make his way and, little by little, take enough place to cause an inversion of representation, finding an erratic path that made him act dynamically. By taking the body as a gesture of freedom, he has expanded art. His way of thinking has turned into photography. When we say a pause, we want to emphasize the importance of the paused pose in the artists self portrait so as to justify the thesis that Antonio Manuel has also expanded contemporary art through photography. This enlargement of the creative act was due to the constant presence of photographic body images in his works, which, in a restless way, started this journey, enabling our statement that, today, photography has a meaning in the complex oh his series. In order to correct the reality so violently imposed by the military dictatorship, Antonio Manuel abandoned drawing over newspapers timidly to appropriated in pointing out the importance of this attitude and, for that purpose, we have developed some possibilities of comprehension. We have considered the strategies suggested by critics Mario Pedrosa and Frederico de Morais, as well as many other theorists we have studied, so as to make plausible the debate on the strategies of Brazilian contemporary art in the 60s and 70s at that time. The photography art of Antonio Manuel, particularly his photographic body images, has had an incredible resonance among the national and international art critic. However, it has not been exhibited as one of the few visual manifestations which knew how to be tuned with the different tendencies of photographic art in the last couple of decades. In order to confirm his conceptual importance, we have delimited his production between the years of 1967 and 1977. The structure of the chapters does not necessarily follow a chronological order, but rather the relationship between the creative act and the complex of series. We have highlighted the analysis oh his self portraits and portraits, as well as the film, where the art of disappearance by Jean Baudrillard supports the concept of photographic pause. A Paused Pose emphasizes the portrait, the disturbing objects and the alarming images which conceived the relationship between the artist and the world during a period of art crisis. However, the crisis of the subject in Antonio Manuel is challenging, for it has subverted the models and disarticulated the references by facing the work process with struggle and creativity. The spectator participant becomes an accomplice of this freedom.