Limites subjetivos da convenção de arbitragem

A convenção de arbitragem pode possuir uma abrangência subjetiva maior do que aquela que aparentemente lhe é conferida pelo contrato no qual está inserida. Podem ser partes sujeitos que a ela não aderiram expressamente, o que não contraria a autonomia da vontade, pois o fato de não terem consentido...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Cardoso, Paula Butti
Other Authors: Carmona, Carlos Alberto
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2013
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2137/tde-23032017-145153/
id ndltd-usp.br-oai-teses.usp.br-tde-23032017-145153
record_format oai_dc
spelling ndltd-usp.br-oai-teses.usp.br-tde-23032017-1451532019-08-02T04:37:51Z Limites subjetivos da convenção de arbitragem Parties to the arbitration agrément. Cardoso, Paula Butti Arbitragem Arbitration Arbitration agreement Assignment Consent Contractual subrogation Contratos Estoppel Extension Groups of companies Groups of contracts Incorporation by reference Limits Non-signatories Parties Piercing the corporate veil Representation Scope Signatories Sociedade comercial Solução de conflito Succession Third party beneficiary A convenção de arbitragem pode possuir uma abrangência subjetiva maior do que aquela que aparentemente lhe é conferida pelo contrato no qual está inserida. Podem ser partes sujeitos que a ela não aderiram expressamente, o que não contraria a autonomia da vontade, pois o fato de não terem consentido por escrito não impede que o tenham feito de maneira tácita. Dessa forma, é possível que não signatários sejam partes da convenção de arbitragem. A prática arbitral identificou algumas situações que frequentemente colocam os julgadores diante da missão de determinar se há consentimento por parte de não signatários: a existência de um grupo de sociedades ou de um grupo de contratos; a incorporação por referência; a estipulação em favor de terceiro; a existência de representação; a transferência de um contrato por meio de cessão ou sucessão e a subrogação; e o desvio da personalidade jurídica, que pode levar à sua desconsideração. Além disso, os tribunais norte-americanos se utilizam da teoria chamada estoppel, de acordo com a qual um sujeito, sob determinadas circunstâncias, fica impedido de negar a aplicabilidade da cláusula compromissória. Os limites subjetivos da convenção de arbitragem são objeto de estudo no meio arbitral há bastante tempo, mas não faz muitos anos que a questão começou a ser debatida no Brasil. A análise da Lei de Arbitragem brasileira demonstra que muitas das lições aprendidas no cenário internacional podem ser aproveitadas no país. The arbitration agreement may have a larger subjective scope than the one that is actually conferred to it by the agreement in which it operates. Individuals who have not adhered expressly to the arbitration agreement may be subject to it, and such situation does not imply that referred arbitration agreement is against their free will, since the fact that they have not consented in writing does not mean that they have not done so tacitly. Thus, it is possible that non-signatories are parties to the arbitration agreement. The arbitral practice identified several situations in which judges and arbitrators often have to determine whether there is a consent by non-signatories: the existence of a group of companies or a group of contracts; incorporation by reference; the stipulation in favor of third party; the existence of representation; the transfer of an agreement by assignment or succession and subrogation; and the abuse of legal personality, which can lead to the piercing of the corporate veil. Moreover, U.S. courts make use of a theory called estoppel, according to which an individual, under certain circumstances, is estopped from denying the enforceability of the arbitration clause. The limits of the arbitration agreement have been object of study in the arbitration scene for a long period of time, but only recently the question began to be discussed in Brazil. Analysis of the Brazilian Arbitration Law demonstrates that many of the lessons learned in the international arena may be applicable in Brazil. Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP Carmona, Carlos Alberto 2013-06-04 Dissertação de Mestrado application/pdf http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2137/tde-23032017-145153/ pt Liberar o conteúdo para acesso público.
collection NDLTD
language pt
format Others
sources NDLTD
topic Arbitragem
Arbitration
Arbitration agreement
Assignment
Consent
Contractual subrogation
Contratos
Estoppel
Extension
Groups of companies
Groups of contracts
Incorporation by reference
Limits
Non-signatories
Parties
Piercing the corporate veil
Representation
Scope
Signatories
Sociedade comercial
Solução de conflito
Succession
Third party beneficiary
spellingShingle Arbitragem
Arbitration
Arbitration agreement
Assignment
Consent
Contractual subrogation
Contratos
Estoppel
Extension
Groups of companies
Groups of contracts
Incorporation by reference
Limits
Non-signatories
Parties
Piercing the corporate veil
Representation
Scope
Signatories
Sociedade comercial
Solução de conflito
Succession
Third party beneficiary
Cardoso, Paula Butti
Limites subjetivos da convenção de arbitragem
description A convenção de arbitragem pode possuir uma abrangência subjetiva maior do que aquela que aparentemente lhe é conferida pelo contrato no qual está inserida. Podem ser partes sujeitos que a ela não aderiram expressamente, o que não contraria a autonomia da vontade, pois o fato de não terem consentido por escrito não impede que o tenham feito de maneira tácita. Dessa forma, é possível que não signatários sejam partes da convenção de arbitragem. A prática arbitral identificou algumas situações que frequentemente colocam os julgadores diante da missão de determinar se há consentimento por parte de não signatários: a existência de um grupo de sociedades ou de um grupo de contratos; a incorporação por referência; a estipulação em favor de terceiro; a existência de representação; a transferência de um contrato por meio de cessão ou sucessão e a subrogação; e o desvio da personalidade jurídica, que pode levar à sua desconsideração. Além disso, os tribunais norte-americanos se utilizam da teoria chamada estoppel, de acordo com a qual um sujeito, sob determinadas circunstâncias, fica impedido de negar a aplicabilidade da cláusula compromissória. Os limites subjetivos da convenção de arbitragem são objeto de estudo no meio arbitral há bastante tempo, mas não faz muitos anos que a questão começou a ser debatida no Brasil. A análise da Lei de Arbitragem brasileira demonstra que muitas das lições aprendidas no cenário internacional podem ser aproveitadas no país. === The arbitration agreement may have a larger subjective scope than the one that is actually conferred to it by the agreement in which it operates. Individuals who have not adhered expressly to the arbitration agreement may be subject to it, and such situation does not imply that referred arbitration agreement is against their free will, since the fact that they have not consented in writing does not mean that they have not done so tacitly. Thus, it is possible that non-signatories are parties to the arbitration agreement. The arbitral practice identified several situations in which judges and arbitrators often have to determine whether there is a consent by non-signatories: the existence of a group of companies or a group of contracts; incorporation by reference; the stipulation in favor of third party; the existence of representation; the transfer of an agreement by assignment or succession and subrogation; and the abuse of legal personality, which can lead to the piercing of the corporate veil. Moreover, U.S. courts make use of a theory called estoppel, according to which an individual, under certain circumstances, is estopped from denying the enforceability of the arbitration clause. The limits of the arbitration agreement have been object of study in the arbitration scene for a long period of time, but only recently the question began to be discussed in Brazil. Analysis of the Brazilian Arbitration Law demonstrates that many of the lessons learned in the international arena may be applicable in Brazil.
author2 Carmona, Carlos Alberto
author_facet Carmona, Carlos Alberto
Cardoso, Paula Butti
author Cardoso, Paula Butti
author_sort Cardoso, Paula Butti
title Limites subjetivos da convenção de arbitragem
title_short Limites subjetivos da convenção de arbitragem
title_full Limites subjetivos da convenção de arbitragem
title_fullStr Limites subjetivos da convenção de arbitragem
title_full_unstemmed Limites subjetivos da convenção de arbitragem
title_sort limites subjetivos da convenção de arbitragem
publisher Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publishDate 2013
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2137/tde-23032017-145153/
work_keys_str_mv AT cardosopaulabutti limitessubjetivosdaconvencaodearbitragem
AT cardosopaulabutti partiestothearbitrationagrement
_version_ 1719232203809882112