Avaliação da prevalência de sintomas não motores em pacientes com distonias focais e segmentares idiopáticas

Distonia é o terceiro distúrbio do movimento mais comum. Caracteriza-se por contrações musculares sustentadas ou intermitentes que podem gerar posturas anormais. Nos últimos anos, muitos estudos tentaram relacionar a presença de sintomas não motores como parte da manifestação clínica dessa patologia...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Novaretti, Nathália
Other Authors: Tumas, Vitor
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2017
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17161/tde-22082017-171325/
Description
Summary:Distonia é o terceiro distúrbio do movimento mais comum. Caracteriza-se por contrações musculares sustentadas ou intermitentes que podem gerar posturas anormais. Nos últimos anos, muitos estudos tentaram relacionar a presença de sintomas não motores como parte da manifestação clínica dessa patologia; no entanto, os resultados ainda são controversos. Objetivo: Avaliar a prevalência de sintomas não motores em pacientes com distonia focal ou segmentar idiopática e seu impacto na qualidade de vida. Métodos: Foram avaliados 80 pacientes e 80 controles sem patologias neurológicas pareados para sexo, idade e anos de estudo. Os pacientes foram questionados quanto ao tempo e gravidade de doença. Dados demográficos, comorbidades e medicações em uso foram coletados de ambos os grupos. Os sintomas não motores foram avaliados por meio de escalas validadas para a população brasileira. Foram avaliados sintomas de depressão, ansiedade, fobia social, apatia, sonolência diurna, qualidade do sono, cognição e dor, assim como qualidade de vida. Resultados: 80 pacientes foram avaliados: 28 com diagnóstico de blefaroespasmo ou distonia de Meige, 28 com distonia cervical ou orocervical e 24 com distonia de membro, em sua maioria, distonia tarefa-específica da escrita (cãibra do escrivão). Os pacientes apresentaram mais sintomas de depressão, ansiedade e apatia do que os controles, assim como uma pior qualidade do sono e mais queixas de dor. Ao avaliarmos pelo tipo de distonia, os pacientes com blefaroespasmo foram os mais sintomáticos com relação a esses sintomas. Qualidade de vida foi pior nos pacientes que nos controles. Conclusões: Pacientes com distonia, principalmente com blefaroespasmo, apresentaram maior prevalência de sintomas de depressão, de ansiedade, de apatia, pior qualidade do sono e dor. Esses sintomas causaram impacto negativo na qualidade de vida desses pacientes === Dystonia is the third most common movement disorder. It´s characterized by sustained or intermittent muscle contractions causing abnormal postures. In recent years many studies have sought to relate the presence of non-motor symptoms as part of clinical manifestation of this disease, however, results are still controversial. Objective: To assess prevalence of non-motor symptoms in patients with idiopathic focal or segmental dystonia and its impact in life quality. Methods: We evaluated 80 patients and 80 healthy controls matched for sex, age and years of schooling. Questions about the time at onset and severity of illness were asked to patients. Clinical and demographic data were noted in both groups. Non-motor symptoms were assessed using validated scales for Brazilian population. We assessed symptoms of depression, anxiety, social phobia, apathy, daytime sleepiness, sleep quality, cognition and pain, as well as quality of life. Results: We evaluated 80 patients: 28 with blepharospasm or Meige syndrome, 28 with cervical or orocervical dystonia and 24 with limb dystonia, mostly with specific writing task dystonia (writer´s cramp). Patients had more symptoms of depression, anxiety and apathy than controls, as well as worse quality of sleep and more pain complaints. Analysing by type of dystonia, patients with blepharospasm were the most symptomatic group in relation to these symptoms. Quality of life was worse in dystonic patients. Conclusions: Patients with dystonia, mainly those with blepharospasm, had a higher prevalence of symptoms of depression, anxiety, apathy, worse quality of sleep and pain. These symptoms had a negative impact on these patients\' quality of life