O plástico \"verde\" e o mercado brasileiro de etanol

Com o consumo de etanol superando o de gasolina desde 2008, o Brasil é único país do mundo onde domina o combustível renovável, e o fóssil é o \"alternativo\". O foco deste trabalho é apresentar o projeto para produção do plástico verde, um biopolímero produzido com etanol da cana. O etano...

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Bibliographic Details
Main Author: Marques, José Jorge
Other Authors: Nascimento, Paulo Tromboni de Souza
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2011
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-22082011-204407/
Description
Summary:Com o consumo de etanol superando o de gasolina desde 2008, o Brasil é único país do mundo onde domina o combustível renovável, e o fóssil é o \"alternativo\". O foco deste trabalho é apresentar o projeto para produção do plástico verde, um biopolímero produzido com etanol da cana. O etanol destaca-se como uma alternativa à nafta (do petróleo). O eteno de origem fóssil, que provém da nafta, responde por 90% a 95% dos custos totais da cadeia de suprimento dos plásticos. No Brasil, a cana-deaçúcar e o etanol mostram-se mais competitivos que a nafta, \"grosso modo\", sempre que o barril do petróleo supera US$ 55. Quando comparado com o plástico da nafta, em torno de 4,5 kg de CO2 não são adicionados à atmosfera no processo para produção de 1,0 kg do plástico verde. Essa pode ser categorizada como mudança tecnológica \"empurrada\" no primeiro momento (anos 60) e \"puxada\" no momento atual (DOSI, 1982). Trata-se de uma ideia pré-existente na organização que foi novamente aplicada (HARGADON; SUTTON, 2000) e uma variação do processo genérico de desenvolvimento de produto proposto por Ulrich e Eppinger (2004). Contribui com o modelo de fatores que impactam no sucesso do produto sugerido por Brown e Eisenhardt (1995) ao agregar o fator \"processo tecnológico\" ao modelo. Este estudo também busca analisar implicações no mercado brasileiro de etanol mediante o movimento de inserção do álcool na cadeia produtiva petroquímica (alcoolquímica). A análise de mercado no curto prazo (2011) aponta uma demanda tímida para a alcoolquímica de cerca de 2% ou 700 milhões de litros/ano do total da demanda prevista de 33 bilhões de litros de etanol. Serão necessárias em torno de 688,5 milhões de toneladas de cana para suprir o mercado interno e externo de álcool e açúcar, que ocuparão cerca de 8,3 milhões de hectares (2,4% das terras aráveis brasileiras). Chama a atenção o crescente aumento da frota flex fuel brasileira, que poderá demandar cerca de 55 bilhões de litros de etanol até 2020, salvo desequilíbrio no preço do álcool versus o preço da gasolina e o potencial do mercado externo de 39 bilhões de litros. Estudo da ABIQUIM (2007), BNDES Setorial 2009 aponta a possibilidade de déficit de capacidade de eteno e propeno em 2020. Hoje, o País produz 70% do que consome de nafta (a produção de nafta representa apenas 8% dos derivados produzidos no País). Com a demanda global de eteno, em 2005, de 105 milhões de toneladas (CMAI, 2005 apud HORTA NOGUEIRA, 2008), com uma penetração de apenas 10% do etanol em v substituição a outros insumos, tem-se um mercado de 23 bilhões de litros de etanol, o que pode ser um desafio para a produção brasileira. === With ethanol consumption exceeding that of gasoline since 2008, Brazil is only country in the world where it dominates the renewable fuel, and the fossil is the alternative. The focus of this paper is to present the project for production of green plastic, a biopolymer produced ethanol from sugarcane. Ethanol stands out as an alternative to naphtha (petroleum). The ethylene produced from fossil fuels, which comes from naphtha accounts for 90% to 95% of the total supply chain of plastics. In Brazil, sugar cane and ethanol show to be more competitive than naphtha, \"roughly\" where a barrel of oil exceeds US$ 55. When compared with plastic naphtha, about 4,5 kg of CO2 are not added to the atmosphere in the process to produce 1,0 kg of green plastic. This can be categorized as technological change \"pushed\" at first (60) and \"pull\" at the present time (DOSI, 1982). This is an idea to pre-existing organization that was reapplied (HARGADON, SUTTON, 2000) and a variation of the general process of product development proposed by Ulrich and Eppinger (2004). Contributes to the model of factors that impact the success of the product suggested by Brown and Eisenhardt (1995) by adding the factor \"process technology\" to the model. This study also seeks to analyze the implications of the Brazilian ethanol market by the movement of insertion of alcohol in the petrochemical production chain. The market in the short term (2011) points to a demand for Ethanol timid about 2% or 700 million liters / year of total projected demand of 33 billion liters of ethanol. Will be needed around 688,5 million tons of sugarcane to supply the domestic and foreign alcohol and sugar, which occupy about 8,3 million hectares (2,4% of arable land in Brazil). Draws attention to the increasing Brazilian flex-fuel fleet, which will require about 55 billion liters of ethanol by 2020 unless imbalance in the price of ethanol versus gasoline prices and the potential foreign market of 39 billion liters. Study ABIQUIM (2007), BNDES Sector 2009 suggests the possibility of capacity shortage of ethylene and propylene in 2020. Today the country produces 70% of its consumption of naphtha (naphtha production accounts for only 8% of products produced in the country). With global demand for ethylene in 2005 was 105 million tons (CMAI, 2005 apud HORTA NOGUEIRA, 2008), with a penetration of only 10% of ethanol to substitute other inputs, has a market of 23 billion liters of ethanol, which can be a challenge for the brazilian production.