Summary: | Introdução: A prevalência de doenças crônicas, sobretudo na população idosa, nos coloca diante da necessidade de modelos longitudinais de cuidado. Atualmente os sujeitos estão sendo cada vez mais responsabilizados pelo gerenciamento de sua saúde através do uso de dispositivos de monitoramento, tais como o glicosímetro e o aferidor de pressão arterial. Esta nova realidade culmina na tomada de decisão no próprio domicílio. Objetivos: Identificar a tomada de decisão de idosos no monitoramento domiciliar das condições crônicas; identificar se as variáveis: sexo, escolaridade e renda influenciam a tomada de decisão; identificar a percepção dos idosos quanto às ações de cuidado no domicílio; identificar as dificuldades e estratégias no manuseio dos dispositivos de monitoramento. Materiais e métodos: Estudo quantitativo, exploratório e transversal. Casuística: 150 sujeitos com 60 anos de idade ou mais, sem comprometimento cognitivo, sem depressão e que façam uso do glicosímetro e/ou do aferidor de pressão arterial no domicílio. Instrumentos para seleção dos participantes: (1) Mini Exame do Estado Mental; (2) Escala de Depressão Geriátrica e (3) Escala de Atividades Instrumentais de Vida Diária de Lawton e Brody; Coleta de dados: realizada na cidade de Ribeirão Preto - SP entre setembro de 2014 e outubro de 2015. Instrumentos: (1) Questionário Socioeconômico; (2) Questionário sobre a tomada de decisão no monitoramento da saúde no domicílio (3) Classificação do uso de dispositivos eletrônicos voltados aos cuidados à saúde. Análise dos dados: Realizada estatística descritiva e quantificações absolutas e percentuais para identificar a relação entre tomada de decisão de acordo com o sexo, escolaridade e renda. Resultados: Participaram 150 idosos, sendo 117 mulheres e 33 homens, com média de idade de 72 anos. Destes, 113 são hipertensos e 62 são diabéticos. Quanto à tomada de decisão imediata, tanto os que fazem uso do aferidor de pressão arterial (n=128) quanto do glicosímetro (n=62) referem em sua maioria procurar ajuda médica, seguida da administração do medicamento prescrito e opções alternativas de tratamento. Em médio prazo destaca-se a procura por ajuda profissional para a maioria dos idosos em ambos os grupos. Foi notada pequena diferença na tomada de decisão com relação ao sexo. Quanto à escolaridade, os idosos com mais anos de estudos tendem a procurar mais pelo serviço de saúde se comparado aos idosos de menor escolaridade. A renda não mostrou influencia entre os usuários do glicosímetro. Já entre os usuários do aferidor de pressão arterial, idosos de maior renda tendem a procurar mais pelo serviço de saúde. A maioria dos participantes se refere ao monitoramento domiciliar da saúde de maneira positiva, principalmente pela praticidade em não sair de casa, obtenção rápida de resultados e possibilidade de controle contínuo da doença. As principais dificuldades no manuseio do glicosímetro estão relacionadas ao uso da lanceta e fita reagente, seguida da checagem dos resultados armazenados. Já as dificuldades no uso do aferidor de pressão arterial estão relacionadas a conferir o resultado após cada medida e ao posicionamento correto do corpo durante o monitoramento. Em ambos os grupos as estratégias utilizadas são pedir o auxílio de terceiros e tentativa e erro. Conclusão: Os idosos tem se mostrado favoráveis às ações de monitoramento domiciliar da saúde. De maneira geral, de imediato decidem por ações dentro do próprio domicílio para o controle dos sintomas e isto reforça a necessidade do investimento em informação de qualidade e educação em saúde para que o gerenciamento domiciliar possa vir a ser uma vertente do cuidado integral no tratamento das condições crônicas. === Introduction: The prevalence of chronic diseases, especially in the elderly population, face us to the need for longitudinal models of care. Currently, the subjects are increasingly being held accountable for managing their health through the use of home monitoring devices such as glucose meter and blood pressure gauge. This new reality culminates in decision making in home. Objectives: To identify the decision-making by elderly in the home monitoring of chronic conditions; identify whether the variables: sex, education and income will be influenced by the decision-taking; identify the perception of the care actions at home; identify difficulties and strategies in handling the monitoring devices. Materials and Methods: Quantitative study, exploratory and cross. Sample: 150 people aged 60 years or older, without cognitive commitment, without depression and making use of glucometer and/or blood pressure gauge at home. Tools for selection of participants: (1) Mini-Mental State Examination; (2) Geriatric Depression Scale and (3) Instrumental Activities of Daily Living Scale of Lawton and Brody; Data collection: Realized in the city of Ribeirão Preto - SP between September 2014 and October 2015. Instruments: (1) Socioeconomic Questionnaire; (2) Questionnaire on the decision yaking in health monitoring at home (3) Ranked use of electronic devices focused care to health. Data Analisys: Performed descriptive statistics and absolute measurements and percentages to identify decision-making according to sex, education and income. Results: 150 elderly participated of the study, 117 women and 33 men, with around 72 years old. Between these, 113 are hypertensive and 62 are diabetic. The taking of immediate decision, both those who use the blood pressure gauge (n=128) as the glucometer (n=62) reported mostly seek medical help, administration of prescribed medication and alternative treatment options. In the medium term it highlights the demand for professional help for most of the elderly in both groups. It is noted a little difference in the decision-taking of the participants regarding to sex. For education, the elderly with more years of studies tend to look for more health services compared to those who are less educated elderly. Income showed no influence among users of glucometer. Among the users of blood pressure gauge, higher-income seniors tend to look more for the health service. Most of the participants refer to home monitoring of health in a positive way, especially for the convenience of not needing to leave home, fast delivery of results and continuous control of the disease. The difficulties in handling the glucometer are related to the use of the lancet and reagent strip, followed by checking the stored results. On the other hand, the difficulties in the use of blood pressure gauge are related to check the result after each measurement and the correct positioning of the body. In both groups the strategies are to ask for third-party assistance and trial and error. Conclusion: The elderly have been shown to be favorable to home monitoring actions of health. In general, immediately decide on actions within their own homes for the control of symptoms and this reinforces the need for investment in quality information and health education for the domestic management might be a part of the comprehensive care in the treatment of chronic conditions.
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