Summary: | O tema desta dissertação é o impacto do alcoolismo nas relações sociais, em especial, na família e no trabalho. No mundo existem 500 milhões de dependentes, 10 a 15% da população têm propensão à dependência. O consumo de álcool e outras drogas em ambiente de trabalho atinge 10 a 14% dos trabalhadores, eleva os atendimentos médicos e diminui a produtividade. O trabalho tem como ponto de partida a freqüência a reuniões de Alcoólicos Anônimos (AA) em regiões centrais e periféricas da cidade de São Paulo. A análise teórica é baseada nos conceitos de identidade e socialização. Segundo Habermas (1983) a identidade é gerada pela socialização, isto é, pela integração do sujeito ao sistema social, por meio da apropriação dos universais simbólicos. Contudo, em fase posterior, ela é garantida e desenvolvida pela individualização, ou seja, pela independência em relação aos sistemas sociais. O álcool, em princípio, exerce a função de \"modelador social\", favorecendo o relacionamento social, mas, a partir do avanço do processo de alcoolização, domina e destrói o cotidiano pessoal. Conforme avança o processo de alcoolização, maior o prejuízo das relações sociais. Conclui-se que o discurso médico influencia o AA e seus freqüentadores. Existem importantes diferenças entre os membros de AA, tais como, o período de desenvolvimento da dependência alcoólica, os tipos de profissão e os níveis educacionais e de rendimento. === This research presents an investigation on the impact of alcoholism in social relations, mainly in family and work ones. There are 500 million alcohol addicts in the world and 10 to 15% of the population is likely to be dependent one day. The consumption of alcohol and other drugs in work environments has impact on 10 to 14% of workers, which increases hospital assistance and decreases work productivity. The analysis in this investigation starts from AA meetings\' attendance in downtown and surrounding areas in São Paulo city. The theoretical analysis is underpinned by the concepts of identity and socialization. According to Habermas (1983), identity is created by socialization; i.e, by the acquisition of symbolic universals. However, later on, it is sustained and developed by the process of individualization; i.e., by getting independent in relation to social systems. At the beginning, alcohol has the function of social \"modeler\" and it favors social relationship. However, as the process of addiction advances, it dominates and destroys everyday life. As a conclusion, medical discourse influences AA and its participants. There are important differences among AA members, such as, development period of alcohol dependence, kind of occupation, educational and income levels.
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