Summary: | Fornecer dicas durante o período de manutenção de estímulos em tarefas de memória de trabalho melhora o desempenho dos participantes tanto para a acurácia quanto para o tempo de resposta (TR). Esse fenômeno é chamado de efeito de dicas retroativas. Nós realizamos três experimentos usando uma tarefa de reconhecimento de itens para testar a suposição de que o efeito das dicas retroativas é dependente de uma representação imagética disponível à inspeção consciente no momento da apresentação da dica. No Experimento 1, nós manipulamos o tamanho do conjunto (2 e 3 itens) a ser memorizado e inserimos uma tarefa de busca visual no intervalo de retenção para evitar a recitação visual dos estímulos. Nós aplicamos o método dos fatores aditivos de Sternberg para medir o tempo gasto pelos participantes para reativar os itens memorizados na forma de imagens mentais. O intercepto da função linear entre TR e tamanho do conjunto sofreu um incremento de 400 ms na presença da busca visual. No Experimento 2, nós inserimos 500 ms de tela em branco após a tarefa de busca visual e imediatamente antes do aparecimento da dica, para que os participantes usassem esse intervalo para reativar os itens na forma de imagens mentais. O efeito da dica retroativa ocorreu tanto para o TR quanto para o índice de discriminação (d). No Experimento 3, nós manipulamos a natureza da tarefa concorrente durante o intervalo de retenção: busca visual, monitoramento de tons e discriminação de cores. A busca visual foi a mais prejudicial ao desempenho dos participantes e ao efeito da dica retroativa, seguida pela discriminação de cores. A combinação de demanda atencional e necessidade de processamento visual presente na busca visual é especialmente prejudicial ao desempenho. Concluímos que o funcionamento das dicas retroativas é modulado por esses dois fatores, e não só por recursos atencionais centrais. Os resultados apoiam um modelo de memória de trabalho que considera o fenômeno da imaginação mental em sua arquitetura === Providing cues during the maintenance period of working memory tasks improves participants\' performance in terms of accuracy and response times (RT). This phenomenon is known as the retro-cue effect. We performed three experiments to test the assumption that the retro-cue effect relies on an imagetic representation of the stimuli, available to conscious inspection at the moment of the cue\'s onset. In Experiment 1, we manipulated the number of stimuli (set size 2 and 3) and inserted a visual search task during the retention interval to prevent visual rehearsal. We applied the Sternberg\'s additive factors method to measure the time participants spent to reactivate the items under the form of mental images. The intercept of the linear function between RT and set size increased 400 ms in the presence of the visual search. In Experiment 2, we added 500 ms of blank screen after the visual search task and immediately before the cue\'s onset, so that participants could use this interval to reactivate the items as mental images. The retro-cue effect occurred both for the RT and the discrimination index (d\'). In Experiment 3, we manipulated the type of the concurrent task during the retention interval: visual search, tone monitoring, and color discrimination. The visual search was the most deleterious task for the participants\' performance and for the retro-cue effect, followed by the color discrimination. The combination of attentional demand and visual processing in the visual search was particularly deleterious to performance. We concluded that the functioning of retro-cues is modulated by those two factors, and not only by central attentional resources. The results support a working memory model that considers the phenomenon of mental imagery in its architecture
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