Summary: | Introdução: O objetivo do estudo foi investigar se há associação entre déficits na capacidade de reconhecimento de emoções faciais e déficits na flexibilidade mental e na adequação social em pacientes com Transtorno Bipolar do tipo I eutímicos quando comparados a sujeitos controles sem transtorno mental. Métodos: 65 pacientes com Transtorno Bipolar do tipo I eutímicos e 95 controles sem transtorno mental, foram avaliados no reconhecimento de emoções faciais, na flexibilidade mental e na adequação social através de avaliações clínicas e neuropsicológicas. Os sintomas afetivos foram avaliados através da Escala de Depressão de Hamilton e da Escala de Mania de Young, o reconhecimento de emoções faciais através da Facial Expressions of Emotion: Stimuli and Tests, a flexibilidade mental avaliada através do Wisconsin Card Sorting Test e a adequação social através da Escala de Auto- Avaliação de Adequação Social. Resultados: Pacientes com Transtorno Bipolar do tipo I eutímicos apresentam uma associação de maior intensidade comparativamente aos controles entre o reconhecimento de emoções faciais e a flexibilidade mental, indicando que quanto mais preservada a flexibilidade mental, melhor será a habilidade para reconhecer emoções faciais Neste grupo às correlações de todas as emoções são positivas com o total de acertos e as categorias e são negativas com as respostas perseverativas, total de erros, erros perseverativos e erros não perseverativos. Não houve uma correlação entre o reconhecimento de emoções faciais e a adequação social, apesar dos pacientes com Transtorno Bipolar do tipo I eutímicos apresentar uma pior adequação social, sinalizando que a pior adequação social não parece ser devida a uma dificuldade em reconhecer e interpretar adequadamente as expressões faciais. Os pacientes com Transtorno Bipolar do tipo I eutímicos não apresentam diferenças significativas no reconhecimento de emoções faciais em relação aos controles, entretanto no subteste surpresa (p=0,080) as diferenças estão no limite da significância estatística, indicando que portadores de transtorno bipolar do tipo I eutímicos tendem a apresentar um pior desempenho no reconhecimento da emoção surpresa em relação aos controles. Conclusão: Nossos resultados reforçam a hipótese de que existe uma associação entre o reconhecimento de emoções faciais e a preservação do funcionamento executivo, mais precisamente a flexibilidade mental, indicando que quanto maior a flexibilidade mental, melhor será a habilidade para reconhecer emoções faciais e melhorar o desempenho funcional do paciente. Pacientes bipolares do tipo I eutímicos apresentam uma pior adequação social quando comparados aos controles, o que pode ser uma consequência do Transtorno Bipolar que ratifica a necessidade de uma intervenção terapêutica rápida e eficaz nestes pacientes === Introduction: The aim of this study was to investigate whether there is an association between deficits in the ability to recognize facial emotions and deficits in mental flexibility and social adjustment in bipolar disorder type I euthymic patients compared to control subjects without mental disorder. Methods: 65 bipolar disorder type I euthymic patients and 95 controls without mental disorder were evaluated to recognition of facial emotions, mental flexibility and social adjustment through clinical and neuropsychological evaluations. Affective symptoms were assessed using the Hamilton Depression Rating Scale and Young Mania Rating Scale, recognition of facial emotions through Facial Expressions of Emotion: Stimuli and Tests, mental flexibility assessed using the Wisconsin Card Sorting Test and social adjustment through the Social Adjustment Scale- Self Report. Results: Bipolar Disorder type I euthymic patients have a higher association between recognition of facial emotions and mental flexibility compared to controls, indicating that the more mental flexibility preserved, the better the ability to recognize facial emotions. In this group the correlations of all emotions are positive with the total of correct answers and with the categories and are negative with perseverative responses, total errors, perseverative errors and non-perseverative errors. There was no correlation between the recognition of facial emotions and social fairness, although bipolar disorder type I euthymic patients present a worse social adjustment, showing that the worst social adaptation seems to be due to difficulty in recognizing and properly interpret Facial expressions. Bipolar Disorder type I Euthymic patients showed no significant differences in recognition of facial emotions compared to controls, however in the surprise subtest (p = 0.080) differences are at the limit of statistical significance, indicating that bipolar disorder type I euthymic people tend to have a worse performance in the recognition of surprise emotion compared to controls. Conclusion: Our results support the hypothesis that there is an association between the recognition of facial emotions and preservation of executive functioning, specifically mental flexibility, indicating that the greater mental flexibility, the better the ability to recognize facial emotions and improve the performances of the patient. Bipolar patients type I euthymic have a worse social adjustment compared to controls which may be a result of bipolar disorder which confirms the need for rapid and effective therapeutic intervention in these patients
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