Papilomavírus humano e prognóstico de tumores de cabeça e pescoço

Introdução. O Papilomavírus humano (HPV), particularmente o tipo 16, têm sido associado com risco e prognóstico de tumores de cabeça e pescoço. Contudo, o papel do DNA do HPV e resposta sorológica na sobrevida neste grupo de pacientes ainda não está claro. Objetivos. Avaliar o efeito do HPV (respos...

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Bibliographic Details
Main Author: López, Rossana Verónica Mendoza
Other Authors: Wunsch Filho, Victor
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2011
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-20012012-145544/
Description
Summary:Introdução. O Papilomavírus humano (HPV), particularmente o tipo 16, têm sido associado com risco e prognóstico de tumores de cabeça e pescoço. Contudo, o papel do DNA do HPV e resposta sorológica na sobrevida neste grupo de pacientes ainda não está claro. Objetivos. Avaliar o efeito do HPV (resposta sorológica e detecção do DNA no tecido tumoral) na sobrevida de pacientes com carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço, considerando-se as distintas localizações anatômicas (cavidade oral, orofaringe, hipofaringe e laringe). Material e métodos. Coorte de 1.475 pacientes com carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço, oriundos de dois estudos multicêntricos, diagnosticados entre novembro de 1998 e dezembro de 2008 e acompanhados até 30 de junho de 2009. Detecção de DNA do HPV no tecido tumoral foi feita pela técnica de PCR (Polymerase Chain Reaction) em tecido fresco e material parafinado. Resposta sorológica às proteínas do HPV foi determinada pela técnica Multiplex Luminex. Sobrevida global e específica pela doença foram calculadas pelo método atuarial (tábuas de vida). Curvas de sobrevida de Kaplan-Meier e teste Log-rank para comparação de curvas de sobrevida foram calculados. Hazard ratio (HR) do efeito da infecção pelo HPV nos tumores de cabeça e pescoço e respectivo intervalo com 95 por cento de confiança (IC95 por cento ) foram calculados via modelo de regressão de Cox ajustado pelas variáveis: estudo de origem dos casos, sexo, idade, educação, consumo de tabaco e de álcool, estadiamento do tumor e tratamento, assim como hábitos sexuais para a subcoorte com esta informação. Resultados. Prevalência de DNA do HPV 16 no tecido tumoral foi de 6,7 por cento nos casos recentes (2003-2008) comparado com 1 por cento nos casos iniciais (1998-2002) para a subcoorte de São Paulo. Aumento da soropositividade para HPV 16 E7 nos casos do estudo mais recente (2003-2008) comparado com os casos do estudo inicial (1998-2002) resultou estatisticamente significante. Foi observada pobre concordância entre os resultados de sorologia e DNA do HPV. Pacientes mais jovens (50 anos), que não fumavam e com tumores de orofaringe apresentaram risco aumentado na resposta sorológica à proteína E6 do HPV 16. Prática de sexo oral associou-se com resposta sorológica conjunta às proteínas E6 e E7 do HPV 16. Pacientes soropositivos para HPV 16 E6 apresentaram maior sobrevida global (HR=0,62; IC95 por cento =0,44-0,87), adicionalmente observou-se que a resposta sorológica conjunta às proteínas E6 e E7 do HPV incrementou a sobrevida dos pacientes com tumores de cabeça e pescoço (HR=0,34; IC95 por cento 0,17-0,70) e de orofaringe (HR=0,17; IC95 por cento 0,05-0,59). Conclusões. A prevalência da infecção pelo HPV entre pacientes com tumores de cabeça e pescoço aumentou no período estudado. O estudo sugere que resposta sorológica conjunta às proteínas E6 e E7 do HPV 16 pode estar associada com maior sobrevida global nos tumores de cabeça e pescoço, especificamente nos pacientes com tumores de orofaringe === Introduction. Human papillomavirus (HPV), especially type 16, had been associated with risk and prognostic of head and neck cancer. However, the role of HPV DNA and serological response in survival of patients with head and neck cancer is not yet clear. Objectives. Evaluate the effect of HPV (serological response and HPV DNA tumor status) in survival of patients with squamous cell carcinoma of head and neck (SCCHN), according to anatomical sites (oral cavity, oropharynx, hypopharynx and larynx). Material and methods. Cohort of 1,475 patients with SCCHN, from two multicentre studies diagnosed between November 1998 and December 2008 and followed-up until 30 of June 2009. HPV DNA detection was evaluated by PCR (Polymerase Chain Reaction) in fresh tissue and paraffin blocks. Antibodies to HPV in the serum were determinated by Multiplex Luminex technique. Overall and disease specific survival were calculated by actuarial method. Kaplan-Meier survival curves and Log-rank test in order to compare survival curves were calculated. Hazard ratio (HR) and 95 per cent of interval confidence (95 per cent IC) for Cox model regression were used to evaluate the effect of HPV infection in SCCHN, adjusted by variables: study group, sociodemographics, tobacco and alcohol consumption, tumor clinical stage and treatment, and also sexual habits in the subcohort with available information. Results. HPV DNA 16 tumoral status prevalence was 6.7 per cent in recent cases (2003-2008) compared to 1 per cent in old cases (1998-2002), only for subcohort of São Paulo. Seropositivity to HPV 16 E7 increased in the late cases (2003-2008) compared to old cases (1998-2002) and was statistically significant. Poor concordance was showed between DNA HPV and serological response to HPV. Younger patients (50 years old), no smokers and with oropharyngeal tumors showed increased risk to HPV 16 E6 serological response. Oral sex was associated with HPV 16 E6 and E7 simultaneously. Seropositivity to HPV 16 E6 had longer overall survival (HR=0.62; 95 per cent CI=0.440.87), additionally HPV 16 E6 and E7 serological response increased the survival of head and neck cancers (HR=0.34; 95 per cent CI 0.17-0.70) and oropharyngeal cancer (HR=0.17; 95 per cent CI 0.05-0.59) Conclusions. Prevalence of HPV infection in patients with SCCHN had increased in the study period. The study suggests that HPV 16 E6 serological response could be associated with increased overall survival in patients with SCCHN tumors and specifically with oropharyngeal cancer