Estudo exploratório dos indicadores clínicos de risco para o desenvolvimento infantil e da avaliação psicanalítica aos 3 anos para avaliar a qualidade de vida e condição sintomática aos seis anos

A pedido do Ministério da Saúde foi desenvolvido e validado um protocolo de Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil (IRDIs) com poder de detecção de riscos para problemas de desenvolvimento em bebês de 0 a 18 meses. Tal pesquisa configurou-se como um Projeto Temático da FAPESP...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Di Paolo, Angela Flexa
Other Authors: Lerner, Rogerio
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2010
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-20012011-152611/
Description
Summary:A pedido do Ministério da Saúde foi desenvolvido e validado um protocolo de Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil (IRDIs) com poder de detecção de riscos para problemas de desenvolvimento em bebês de 0 a 18 meses. Tal pesquisa configurou-se como um Projeto Temático da FAPESP no período 2004-2008. Com a finalidade de realizar o desfecho clínico, um novo instrumento de avaliação foi criado, a Avaliação Psicanalítica aos 3 anos (AP3). A fim de dar continuidade à pesquisa, o presente trabalho teve como objetivo fazer um estudo exploratório que sirva de base para futuro estudo de associação entre resultados obtidos em IRDI e AP3 com os obtidos para qualidade de vida e condição sintomática em idades posteriores. Buscou-se verificar em que medida resultados referentes a condições psíquicas e de desenvolvimento obtidos com a aplicação do IRDI e da AP3 associam-se com resultados referentes à qualidade de vida e à condição sintomática da criança aos seis anos, obtidos com Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant Imagé AUQUEI, Child Health Questionnaire CHQ e Child Behavioral Checklist CBCL; para responder a tal pergunta de pesquisa, utilizou-se um método estatístico. Além disso, buscou-se verificar em que medida aspectos singulares de quatro casos avaliados apresentaram manifestações de tendência; para responder a tal pergunta de pesquisa, utilizou-se um método de discussão de caso. A amostra foi composta por 46 crianças distribuídas em três centros de saúde de São Paulo. Os resultados indicaram que tanto o IRDI como a AP3 não se associaram à avaliação de qualidade de vida obtida com o uso do AUQUEI, sendo consistentes com outros estudos realizados com tal instrumento. No entanto, a associação estatisticamente significativa encontrada entre resultados obtidos no IRDI e no CHQ mostrou maior capacidade do IRDI para predizer qualidade de vida relacionada ao índice psicossocial do que ao índice físico do mesmo instrumento. A associação entre AP3 e CHQ apontou resultados significativos para os índices físico e psicossocial. Em relação à associação realizada entre IRDI e CBCL, os resultados apontaram que não há evidências de que seja significativa. Quanto à relação entre AP3 e CBCL, foi observado que há uma associação considerável entre ambos, embora não estatisticamente significativa. Os resultados apontaram para associações consideráveis entre variáveis que justificam futuros estudos com maiores unidades amostrais. Foi possível questionar o uso da noção de qualidade de vida, bem como a metodologia utilizada para investigá-la. Para efeitos de conclusão, tem-se uma pesquisa que, a partir da psicanálise, buscou um diálogo com outras áreas do saber em especial, a medicina e a saúde pública a fim de apontar indícios de quando há tendências de problemas no desenvolvimento psíquico infantil com impacto para a qualidade de vida === At the request of the Ministry of Health was developed and validated a protocol of Clinical Risk Indicators for Child Development (CRICD) Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil (IRDI\'s) with power to detect risk for developmental problems in babies from 0 to 18 months. This research was configured as FAPESP Thematic Project along 2004-2008. In order to accomplish the clinical outcome, a new evaluation instrument was created, the Psychoanalytical Evaluation at the age of 3 (PE3) Avaliação Psicanalítica aos 3 anos (AP3). To continue the research, this work aimed to make an exploratory study sarving as a basis for future study of association between the results obtained in IRDI and AP3 with those obtained for quality of life and symptomatic condition at later ages. We attempted to ascertain to what extent the results for psychic conditions and development achieved through applied IRDI and AP3 are associated with the results for quality of life and symptomatic condition of children to six years. It later was obtained with Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant Image - AUQUEI, Child Health Questionnaire - CHQ and Child Behavioral Checklist CBCL. To answer this subject matter, we used a statistical method. In addition, we attempted to ascertain to what extent the unique aspects of four cases evaluated showed manifestations of the trend. To answer this second subject matter, we used a method of case discussion. The sample consisted of 46 children divided into three health centers of Sao Paulo. The results indicated that both IRDI and AP3 were not associated with assessing quality of life obtained with the use of AUQUEI. It was consistent with other studies accomplished with this instrument. However, the significant association found between results obtained in IRDI and CHQ showed greater capacity of IRDI to predict quality of life in terms psychosocial score. The same association showed less capacity of IRDI to predict quality of life physical score. The association between AP3 and CHQ showed significant results for physical and psychosocial scores. Association made between IRDI and CBCL indicated that there was no evidence of significance. Regarding the relationship between AP3 and CBCL, there was a considerable association between them, although not statistically significant. Results showed a significant association between the variables that justify future studies with larger sampling units. It was possible to question the use of the quality of life concept as well as the methodology used to investigate it. In conclusion, from psychoanalysis we sought a dialogue with other disciplines - especially medicine and public health. We sought also to point out problems trends for childrens psychic development with an impact on quality of life