Summary: | Introdução: A cirurgia de retalho faríngeo (CRF) é um procedimento indicado para o tratamento da insuficiência velofaríngea, cujo principal sintoma é a hipernasalidade. Para complementar os achados perceptivos dos resultados de fala da CRF são utilizados métodos instrumentais, como a nasometria e a técnica fluxo-pressão. Objetivos: Verificar os resultados de fala da cirurgia de retalho faríngeo comparando-se os três tipos de fissura labiopalatina mais incidentes: fissura de lábio e palato unilateral (FLPU), fissura de lábio e palato bilateral (FLPB) e fissura isolada de palato (FP). Material e Métodos: Estudo transversal, por meio da análise retrospectiva de registros pré e pós-operatórios quanto à avaliação nasométrica e aerodinâmica de 290 pacientes (73 FLPU, 105 FLPB e 112 FP) submetidos à CRF de pedículo superior. A nasalância (correlato acústico da nasalidade) é determinada durante a leitura de amostras de fala padronizadas, utilizando-se um nasômetro (Kay Elemetrics Corp.). Valores de nasalância superiores a 27% são considerados sugestivos de hipernasalidade. Na avaliação aerodinâmica, o fechamento velofaríngeo é estimado a partir da medida da área seccional velofaríngea (sistema PERCI-SARS), durante a produção do fone [p] inserido no vocábulo rampa, permitindo estimá-lo de acordo com a seguinte classificação: valores de 0 a 4,9 mm2=fechamento adequado, 5 a 9,9 mm2=adequado para marginal, 10 a 19,9 mm2=marginal para inadequado e 20 mm2=fechamento inadequado. O teste t pareado comparou os valores de nasalância pré e pós-operatórios em cada tipo de fissura labiopalatina. e os testes ANOVA e Tukey verificaram as diferenças entre os três tipos de fissuras labiopalatinas, nas condições pré e pós-operatória. A área velofaríngea pré e pós-operatória foi analisada por meio do teste de Wilcoxon, em cada tipo de fissura labiopalatina. O teste de Kruskal-Wallis verificou a comparação intergrupos antes e após a cirurgia. Resultados: Os valores médios de nasalância obtidos foram de 40%, 39% e 44% (Pré) e 25%, 24% e 26% (Pós), respectivamente, para FLPB, FLPU e FP. As proporções de casos com fechamento velofaríngeo adequado no pré-cirúrgico e fechamento velofaríngeo adequado no pós-cirúrgico, para os três grupos (FLPB, FLPU e FP) foram de 27%, 6% e 12% e 78%, 75% e 72%, respectivamente. Em ambos os métodos não houve diferença entre os resultados obtidos nos três tipos de fissuras. Conclusão: A CRF mostrou-se igualmente efetiva na correção da insuficiência velofaríngea nos três tipos de fissuras labiopalatinas analisadas: FLPB, FLPU e FP === Introduction: Pharyngeal flap surgery (PFS) is a procedure employed in the treatment of velopharyngeal insufficiency, which main symptom is hypernasality. In order to complement the perceptual findings of speech results of the PFS, instrumental methods such as nasometry and pressure-flow technique are used. Purpose: To investigate the effect of PFS on speech outcomes comparing the three types of more incidents cleft lip and palate: unilateral cleft lip and palate (UCLP), bilateral cleft lip and palate (BCLP) and isolated cleft palate (CP). Methods: Cross-sectional study by means of retrospective analysis of pre- and postoperative findings on nasometric and aerodynamic assessments of 290 patients (73 UCLP, 105 BCLP and 112 CP) who underwent superiorly based pharyngeal flap surgery. Nasalance (acoustic correlate of nasality) is determined during the reading of standardized speech samples, using a nasometer (Kay Elemetrics Corp.), with a cutoff of 27%. In the aerodynamic assessment, the velopharyngeal closure is estimated from the measure of the velopharyngeal minimum cross-sectional area (PERCI-SARS system), during the production of the phone [p], inserted in the word \"rampa\", allowing to estimate it according to the following classification: values from 0 to 4,9 mm2=adequate closure, 5 to 9,9 mm2=adequate-borderline, 10 to 19,9 mm2=borderline-inadequate and 20 mm2=inadequate closure. Paired t-test compared pre and postoperative nasalance scores for each cleft typeand Anova and Tukey tests verified the differences among the three types of cleft lip and palate, in pre- and postoperative condition. Pre- and postoperative velopharyngeal area was analyzed using the Wilcoxon test for each cleft type. The Kruskal-Wallis test verified the comparison between groups before and after surgery. Results: Mean nasalance scores obtained were 40%, 39% and 44% (Pre) and 25%, 24% and 26% (Post), respectively, for BCLP, UCLP and CP. The proportions of cases with inadequate velopharyngeal closure preoperatively and adequate velopharyngeal closure postoperatively for the three groups (BCLP, UCLP and CP), were 67%, 69% and 80% and 78%, 75% and 72%. In both methods there was no difference in the outcomes between cleft type. Conclusion: PFS was shown to be equally effective in correcting velopharyngeal insufficiency in the three types of cleft lip and palate analyzed: BCLP, UCLP and CP
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