Summary: | As doenças cardiovasculares se apresentam como uma das principais causas de morte e incapacidade na atualidade. Tais alterações compreendem a doença arterial coronariana ou isquêmica e apresentam etiologia multi-fatorial. No presente estudo objetivou-se avaliar os efeitos de uma intervenção cognitivo-comportamental sobre a qualidade de vida, sintomas depressivos, ansiosos e sob fatores de risco em pacientes isquêmicos que haviam apresentado um episódio agudo da doença nos últimos três meses. Participaram do estudo 71 pacientes, os quais foram divididos em dois grupos; controle (n=35) e experimental (n=36) e avaliados em três momentos: logo após o primeiro contato com pesquisadora; após 14 semanas (reavaliação) e depois de seis meses (seguimento). Nas avaliações os pacientes responderam a uma entrevista estruturada, ao Inventário de qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQUOL), ao Inventário de depressão de Beck (BDI) e ao Inventário de ansiedade de Beck (BAI). O grupo experimental foi submetido a um programa de intervenção cognitivo-comportamental, entre as duas primeiras avaliações. Este programa foi estruturado em oito sessões grupais semanais, com duração de duas horas cada. Durante as sessões foram trabalhadas técnicas de manejo de ansiedade, relaxamento e visualização, técnicas de resolução de problemas e discutidas informações sobre a doença cardíaca e seus fatores de risco (psicoeducação). Dentre os participantes, a maioria era do sexo masculino, tinham mais de 55 anos, era casada, haviam estudado por um período máximo de dez anos e se encontravam aposentados. Com relação aos dados sociodemográficos, não foram encontradas diferenças estatísticas entre os dois grupos. Verificou-se uma diminuição significativa do peso corporal e do índice de massa corpórea dentre os sujeitos do grupo experimental no decorrer das avaliações, bem como um aumento no número de atividades de lazer. Os resultados sugerem ainda uma diminuição dos sintomas depressivos dos pacientes do grupo experimental em relação aos do grupo controle, na reavaliação e no seguimento, e uma melhora na qualidade de vida do grupo experimental no decorrer das progressivas avaliações, o que não foi observado com relação ao grupo controle. Considera-se que o programa de intervenção cognitivo-comportamental apresentou resultados positivos na reabilitação de pacientes isquêmicos e na prevenção secundária da doença arterial coronariana, promovendo alterações físicas e emocionais importantes. === Cardiovascular diseases are presented as a major cause of death and disability in actuality. These changes include coronary artery disease or ischemic etiology and present multi-factorial. This study aimed to evaluate the effects of a cognitive-behavioral intervention on quality of life, depression, anxiety and under risk factors in ischemic patients who had shown an episode of acute illness in the last three months. Study participants were 71 patients, who were divided into two groups; control (n = 35) and experimental (n = 36) and evaluated in three times: soon after the first contact with researcher; after 14 weeks (revaluation) and after six months (follow up). In assessments the patients responded to a structured interview, the inventory quality of life of the World Health Organization (WHOQUOL), the Beck Depression Inventory (BDI) and the anxiety of Beck Inventory (BAI). The experimental group was subjected to a program of cognitive-behavioral intervention, between the top two ratings. This program has been structured into eight weekly group sessions, with duration of two hours each. During the sessions were worked techniques of management of anxiety, relaxation and visualization, techniques for solving problems and discussed information about heart disease and its risk factors. Among the participants, the majority were male, had more than 55 years, was married, had studied for a maximum period of ten years and were retired. With respect to sociodemographic data, no statistical differences were found between the two groups. There was a significant decrease in body weight and body mass index among the subjects of the experimental group in the course of the evaluations, as well as an increase in the number of leisure activities. The results also suggest a decrease in depressive symptoms of patients in the experimental group in relation to the control group, and following the revaluation, and an improvement in the quality of life of the experimental group in the course of progressive evaluations, which was not observed with respect the control group. It is considered that the programme of cognitive-behavioral intervention showed positive results in the rehabilitation of patients ischemic and secondary prevention of coronary artery disease, promoting physical and emotional changes important.
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