Os demonstrativos no português do Brasil e no espanhol: discutindo a construção de referências nas duas línguas e os diferentes graus de (in)definição em algumas expressões com demonstrativos

Este estudo trata dos demonstrativos no português do Brasil e em espanhol a partir de uma análise quantitativa e do estudo de casos extraídos de um corpus de língua oral formado por intervenções de ouvintes em programas de rádios do Brasil, da Argentina e da Espanha. O estudo tem um enfoque enunciat...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Moreira, Gisele Souza
Other Authors: Fanjul, Adrian Pablo
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2013
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-18042013-095708/
Description
Summary:Este estudo trata dos demonstrativos no português do Brasil e em espanhol a partir de uma análise quantitativa e do estudo de casos extraídos de um corpus de língua oral formado por intervenções de ouvintes em programas de rádios do Brasil, da Argentina e da Espanha. O estudo tem um enfoque enunciativo, privilegiando uma visão da linguagem como representação que constitui, no próprio discurso, relações entre as pessoas e os objetos representados; os demonstrativos são focalizados na sua participação na construção dessa representação. Para as análises feitas, consideramos os demonstrativos como formas cujo sentido só pode ser construído na enunciação e cujas referências também só se constituem no universo do discurso. O corpus inicial está formado por mil ocorrências de demonstrativos, que foram gravadas e transcritas, divididas por séries e contabilizadas. Foi constatada a hipótese inicial de uma distribuição das três séries que difere da que se apresenta em diversos instrumentos normativos e descritivos em relação às três pessoas do discurso. Partindo dos resultados encontrados, fazemos uma análise de casos que ilustram o funcionamento dos demonstrativos nas duas línguas, e as conclusões às quais chegamos sobre o nosso corpus explicitam semelhanças e diferenças no emprego dos demonstrativos no português do Brasil e em espanhol. Observamos uma alternância de formas para referir-se a um mesmo referente e observamos também expressões que têm um efeito de maior indefinição das quais os demonstrativos participam, o que nos levou a pensá-los como formas que talvez não se caracterizem somente por criar um efeito de definição da expressão nominal da qual participam, mas que têm funções que vão além da função referencial. === This study deals with demonstrative pronouns in Brazilian Portuguese and Spanish taken from a quantitative analysis and case studies drawn from a spoken language corpus consisting of radio listeners interventions in Spain, Brazil, and Argentina. The study has an enunciative approach, favoring a view of the language as a representation that constitutes, in the speech itself, relationships between people and the objects represented; the demonstrative pronouns are focused on their participation in the construction of this representation. For the cases studied, we considered the demonstrative pronouns as forms which meanings can only be built on enunciation and which references are also only in the universe of the speech. The initial corpus is composed of a thousand cases of demonstrative pronouns that were recorded and transcribed, divided by series and counted. The initial hypothesis of the three-series distribution that differs from the one that is presented in various normative and descriptive instruments in relation to the speeches of three people was verified. Based on the results, we make case analysis that illustrate the statements operation in the two languages, and the conclusions which we arrived on our corpus elucidate the similarities and the differences in the use of pronouns in Brazilian Portuguese and in Spanish. It was observed an alternation of forms to refer to the same referent and we also noticed expressions that have an effect of greater uncertainty in which the statements are involved, which led us to think of them as forms that might not characterize themselves only by creating an effect definition of the nominal expression in which they participate, but that have functions that go beyond the referential function.