Summary: | A Organização Mundial de Saúde estima que existam hoje 285 milhões de pessoas com deficiência visual grave em todo o mundo. Com o advento da tecnologia, ambientes virtuais em 3D estão sendo cada vez mais utilizados para diversas aplicações. Muitas destas aplicações, no entanto, não são acessíveis para usuários com deficiência visual, criando uma divisão digital. O objetivo deste trabalho é desenvolver uma nova técnica de interação 3D de baixo custo que permita a identificação de objetos virtuais com autonomia usando apenas propriocepção e retorno de áudio. Foi desenvolvido um protótipo implementando esta técnica e foram realizados primeiramente testes funcionais com usuários com visão para avaliar se o protótipo implementou de fato a técnica proposta. Em seguida foi realizado um pré-teste com um deficiente visual, seguido de aprimoramento do protótipo e um experimento com oito usuários com deficiência em que deveriam diferenciar objetos virtuais usando somente a técnica proposta. Os resultados se mostraram bastante positivos, com cerca de 84\\% de acerto sem nenhum treino anterior. Este resultado sugere que a técnica desenvolvida pode trazer diversos benefícios para a sociedade e para a computação, como uma maior inclusão de pessoas com deficiência visual em tarefas que exijam interação com o objetos virtuais em três dimensões em diferentes áreas de aplicação, inclusive para educação, com boa usabilidade, acessibilidade e dispositivos disponíveis por custos relativamente baixos === The World Health Organization estimates that there are currently 285 million people with severe visual impairment worldwide. With the advent of technology, 3D virtual environments are being increasingly used for several applications. Many of these applications, however, are not accessible to visually impaired users, creating a digital divide. Our goal is to develop a novel and low cost 3D interaction technique to allow the identification of virtual objects with autonomy using only proprioception and hearing. We developed a prototype implementing this technique, which was first tested with sighted users simply to verify whether it correctly implemented the proposed technique. Then we conducted a preliminary experiment with a blind user followed by some prototype improvement and an experiment with eight users with visual impairment in which they were asked to classify tridimensional virtual objects using only the proposed technique. The results were quite positive, with approximately 84\\% correct answers without any prior training. This result suggests that our technique may benefit society and computing, such as a better inclusion of visually impaired users in tasks that require interaction with virtual objects in 3D in different areas of application, including education, with good usability, accessibility and devices available for relatively low costs
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