Summary: | A dissertação procura entender a relação entre o operário e a cidade de São Paulo no período de 1900 a 1917. Esse período é marcado por um grande crescimento populacional e geográfico da cidade, sendo que esse crescimento possibilita o surgimento de novos bairros na capital paulista. Por meio desse trabalho, demonstramos que conforme a cidade crescia surgia nela um processo de segregação espacial, separando geograficamente, em bairros com distintas paisagens, as classes mais populares (como os operários) e a elite paulistana, representada principalmente pela burguesia cafeeira e/ou burguesia industrial. Com esse processo de segregação espacial, os operários ficaram circunscritos à bairros sem muita infra-estrutura urbana (como ruas asfaltadas e arborizadas, serviços de água e esgoto), em contrapartida ao fato de serem eles os principais construtores da cidade. A partir disso, buscamos entender como ocorreria um questionamento a essa segregação espacial, ou seja, como e quando os operários, enquanto movimento organizado, "invadiam" as regiões mais centrais da cidade. Analisando as lutas contra a Carestia de Vida e a Greve de 1917, percebemos que, em momentos de grande agitação social, o operário chegava ao centro e questionava essa "ordem" urbana. Sendo assim, percebemos que a geografia do operário na cidade vai muito além de simplesmente localizar esse trabalhador na cidade. Ela passa a entender também o significado desse processo de apropriação espacial. === This dissertation is a search to understand the relation between the worker and the city of São Paulo from 1900 to 1917. Noticeably, in the period, there is rapid population and geographical growth which enables the development of new districts in the capital of the state of São Paulo. In this the dissertation, we demonstrated that as the city developed a spacial segregation process was brought about, separating geographically into districts with distinet layouts the more popular classes (as the workers) and the São Paulo elite, represented mainly by the coffee grower and/or the industrial bourgeoisies. In this special segregation process the workers were circumscribed (such as asphalt and trees along services) in spite of the fact that they are the main city builders. From this starting point we attempt to understand what would be a questioring on this spacial segregation or rather, how and when the workers, as an organized movement "invaded" the city center. Analyzing the struggles against the high cost of living and strike in 1917, we notice that in periods of great social commotion the workers get to the city center and question this urban "order". Thus, we perceive that the geography of the workers in the city goes far beyond to simply localize them in the city. It also analyses the meaning of this special take over process.
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