Eficácia e segurança da suplementação de creatina em pacientes com dermatomiosite de início juvenil

Introdução: A dermatomiosite juvenil (DMJ) é uma doença autoimune idiopática caracterizada pela presença de lesão cutânea, perda de massa muscular, fraqueza muscular proximal, fadiga e redução da aptidão física. Nesse contexto, a suplementação de creatina emerge como estratégia terapêutica não farma...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Solis, Marina Yazigi
Other Authors: Gualano, Bruno
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2014
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5164/tde-14112014-152617/
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topic Adolescent
Adolescente
Aptidão física
Child
Clinical trial
Creatina
Creatine
Criança
Dermatomiosite
Dermatomyositis
Ensaio clínico
Força muscular
Muscle strength
Muscles/metabolism
Músculo/metabolismo
Physical fitness
Resultado do tratamento
Treatment outcome
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Muscle strength
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Músculo/metabolismo
Physical fitness
Resultado do tratamento
Treatment outcome
Solis, Marina Yazigi
Eficácia e segurança da suplementação de creatina em pacientes com dermatomiosite de início juvenil
description Introdução: A dermatomiosite juvenil (DMJ) é uma doença autoimune idiopática caracterizada pela presença de lesão cutânea, perda de massa muscular, fraqueza muscular proximal, fadiga e redução da aptidão física. Nesse contexto, a suplementação de creatina emerge como estratégia terapêutica não farmacológica para atenuar os sintomas ocasionados pela disfunção muscular e perda de massa muscular em diversas condições, como nas doenças reumatológicas pediátricas; Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia e a segurança da suplementação de creatina em pacientes com DM de início juvenil; Métodos: Trata-se de um estudo duplo-cego, crossover, balanceado e controlado por placebo. Todos os voluntários (n = 15) receberam dois tratamentos, a saber: creatina (0,1 g/kg/dia) ou dextrose (placebo - 0,1 g/kg/dia). Para cada tratamento, o período de suplementação foi de 12 semanas, interpassadas por um período de washout de oito semanas. A ordem dos tratamentos foi determinada de forma aleatória e contrabalanceada. Tanto nos períodos pré-suplementação, como nos períodos pós-suplementação foram avaliadas a força e função musculares (desfechos primários), além da composição corporal, densidade mineral óssea, marcadores bioquímicos do remodelamento ósseo, citocinas inflamatórias, aptidão aeróbia, qualidade de vida, parâmetros relacionados à atividade da doença, consumo alimentar e conteúdo intramuscular de fosforilcreatina. Nos mesmos períodos de tempo, a segurança da intervenção foi avaliada por parâmetros laboratoriais e por clearance de 51Cr-EDTA. Os eventos adversos foram registrados durante todo o estudo; Resultados: Não houve diferença significativa no conteúdo intramuscular de fosforilcreatina entre as condições, antes e após as intervenções (Creatina - Pré: 21,4 ± 5,3/Pós: 20,6 ± 2,7, delta escore = -0,3 ± 2,5 mmol/kg peso úmido; Placebo - Pré: 20,4 ± 3,7/Pós: 20,7 ± 3,6, delta escore = -0,1 ± 4,2 mmol/kg peso úmido, p = 0,45 da interação entre as condições). Também, não houve diferença significativa entre as condições placebo e creatina para função muscular, capacidade aeróbia, composição corporal, densidade mineral óssea e qualidade de vida. Além disso, não houve alteração na função renal após a suplementação de creatina e nenhum efeito adverso foi observado; Conclusão: O protocolo de suplementação de creatina (0,1 g/kg/d) por 12 semanas foi bem tolerado e livre de efeitos adversos. Entretanto, a suplementação de creatina não foi capaz de aumentar o conteúdo intramuscular de fosforilcreatina, o que se traduziu em ausência de melhora da função muscular, aptidão aeróbia, composição corporal e parâmetros de qualidade de vida em pacientes com DM de início juvenil === Introduction: Juvenile dermatomyositis (JDM) is an autoimmune idiopathic disease characterized by skin rashes, insidious loss of muscle mass, symmetrical proximal muscle weakness, decreased physical capacity, and fatigue. In this context, creatine supplementation has emerged as a promising non-pharmacological therapeutic strategy to counteract muscle dysfunction and low lean mass in a variety of conditions, including in pediatric and rheumatic diseases. Objective: To examine the safety and efficacy of creatine supplementation in Juvenile Dermatomyositis (JDM) patients; Methods: JDM patients (n = 15) received placebo or creatine supplementation (0.1 g/kg/d) in a randomized, crossover, double-blind design. Subjects were assessed at baseline and after 12 weeks, with an 8-week washout period. Primary outcome was muscle function. Secondary outcomes included body composition, bone mineral density, biochemical markers of bone remodeling, inflammatory cytokines, aerobic conditioning, health-related quality of life, disease-related parameters, dietary intake and muscle phosphorylcreatine (PCR) content. Safety was assessed by laboratory parameters and kidney function measurements such as 51Cr-EDTA clearance; Results: Intramuscular PCR content was not significantly different between creatine and placebo before or after the intervention (Creatine - Pre: 21.4 ± 5.3, Post: 20.6 ± 2.7, delta score = -0.3 ± 2.5 mmol/kg wet muscle, ES = -0.15; Placebo - Pre: 20.4 ± 3.7, Post: 20.7 ± 3.6, delta score = -0.1 ± 4.2 mmol/kg wet muscle, ES = -0.15; 95% CI for delta score = -2.8 ± 2.4, p = 0.45 for interaction between intervention). No significant changes between placebo and creatine for muscle function and aerobic conditioning, body composition, bone mineral density, and quality of life were detected, probably due to the lack of change in intramuscular PCR content. Kidney function was not changed after creatine supplementation and no side effects were noticed; Conclusion: a 12-week creatine supplementation protocol is well tolerable and free of adverse effects but did not affect intramuscular PCR, muscle function, body composition, bone mineral density or quality of life in JDM patients
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Nesse contexto, a suplementação de creatina emerge como estratégia terapêutica não farmacológica para atenuar os sintomas ocasionados pela disfunção muscular e perda de massa muscular em diversas condições, como nas doenças reumatológicas pediátricas; Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia e a segurança da suplementação de creatina em pacientes com DM de início juvenil; Métodos: Trata-se de um estudo duplo-cego, crossover, balanceado e controlado por placebo. Todos os voluntários (n = 15) receberam dois tratamentos, a saber: creatina (0,1 g/kg/dia) ou dextrose (placebo - 0,1 g/kg/dia). Para cada tratamento, o período de suplementação foi de 12 semanas, interpassadas por um período de washout de oito semanas. A ordem dos tratamentos foi determinada de forma aleatória e contrabalanceada. Tanto nos períodos pré-suplementação, como nos períodos pós-suplementação foram avaliadas a força e função musculares (desfechos primários), além da composição corporal, densidade mineral óssea, marcadores bioquímicos do remodelamento ósseo, citocinas inflamatórias, aptidão aeróbia, qualidade de vida, parâmetros relacionados à atividade da doença, consumo alimentar e conteúdo intramuscular de fosforilcreatina. Nos mesmos períodos de tempo, a segurança da intervenção foi avaliada por parâmetros laboratoriais e por clearance de 51Cr-EDTA. Os eventos adversos foram registrados durante todo o estudo; Resultados: Não houve diferença significativa no conteúdo intramuscular de fosforilcreatina entre as condições, antes e após as intervenções (Creatina - Pré: 21,4 ± 5,3/Pós: 20,6 ± 2,7, delta escore = -0,3 ± 2,5 mmol/kg peso úmido; Placebo - Pré: 20,4 ± 3,7/Pós: 20,7 ± 3,6, delta escore = -0,1 ± 4,2 mmol/kg peso úmido, p = 0,45 da interação entre as condições). Também, não houve diferença significativa entre as condições placebo e creatina para função muscular, capacidade aeróbia, composição corporal, densidade mineral óssea e qualidade de vida. Além disso, não houve alteração na função renal após a suplementação de creatina e nenhum efeito adverso foi observado; Conclusão: O protocolo de suplementação de creatina (0,1 g/kg/d) por 12 semanas foi bem tolerado e livre de efeitos adversos. Entretanto, a suplementação de creatina não foi capaz de aumentar o conteúdo intramuscular de fosforilcreatina, o que se traduziu em ausência de melhora da função muscular, aptidão aeróbia, composição corporal e parâmetros de qualidade de vida em pacientes com DM de início juvenil Introduction: Juvenile dermatomyositis (JDM) is an autoimmune idiopathic disease characterized by skin rashes, insidious loss of muscle mass, symmetrical proximal muscle weakness, decreased physical capacity, and fatigue. In this context, creatine supplementation has emerged as a promising non-pharmacological therapeutic strategy to counteract muscle dysfunction and low lean mass in a variety of conditions, including in pediatric and rheumatic diseases. Objective: To examine the safety and efficacy of creatine supplementation in Juvenile Dermatomyositis (JDM) patients; Methods: JDM patients (n = 15) received placebo or creatine supplementation (0.1 g/kg/d) in a randomized, crossover, double-blind design. Subjects were assessed at baseline and after 12 weeks, with an 8-week washout period. Primary outcome was muscle function. Secondary outcomes included body composition, bone mineral density, biochemical markers of bone remodeling, inflammatory cytokines, aerobic conditioning, health-related quality of life, disease-related parameters, dietary intake and muscle phosphorylcreatine (PCR) content. Safety was assessed by laboratory parameters and kidney function measurements such as 51Cr-EDTA clearance; Results: Intramuscular PCR content was not significantly different between creatine and placebo before or after the intervention (Creatine - Pre: 21.4 ± 5.3, Post: 20.6 ± 2.7, delta score = -0.3 ± 2.5 mmol/kg wet muscle, ES = -0.15; Placebo - Pre: 20.4 ± 3.7, Post: 20.7 ± 3.6, delta score = -0.1 ± 4.2 mmol/kg wet muscle, ES = -0.15; 95% CI for delta score = -2.8 ± 2.4, p = 0.45 for interaction between intervention). No significant changes between placebo and creatine for muscle function and aerobic conditioning, body composition, bone mineral density, and quality of life were detected, probably due to the lack of change in intramuscular PCR content. Kidney function was not changed after creatine supplementation and no side effects were noticed; Conclusion: a 12-week creatine supplementation protocol is well tolerable and free of adverse effects but did not affect intramuscular PCR, muscle function, body composition, bone mineral density or quality of life in JDM patients Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP Gualano, Bruno Silva, Clovis Artur Almeida da 2014-07-10 Tese de Doutorado application/pdf http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5164/tde-14112014-152617/ pt Liberar o conteúdo para acesso público.