Summary: | As concepções empiristas de aprendizagem no ensino de História centram-se, via de regra, na transmissão de fatos e conceitos por meio da exposição do conteúdo e dos exercícios de fixação. No ensino da língua escrita, privilegiam o domínio do código e da ortografia, centrando-se mais nas estruturas do que nos usos. Opondo-se a isso, o presente estudo parte de uma revisão conceitual sobre a História e o ensino de História, a escrita e o processo de aprendizagem desse sistema de representação, instituindo-os como um paradigma educativo voltado para a formação do sujeito pensante. Com base nesse pressuposto, o presente trabalho pretende contribuir para a compreensão dos processos cognitivos movidos na complexidade das relações interdisciplinares, mais especificamente, tomando o imbricamento entre o desenvolvimento da consciência histórica e da competência narrativa. Calcada nas reflexões de Vygotsky e Bakhtin sobre a relação palavra e consciência, e de Rüsen sobre a consciência histórica enquanto aprendizagem, a pesquisa teve como objetivo mapear, nas produções escritas, as operações lingüísticas dos alunos, das quais emergem e se transformam fragmentos da consciência histórica. O corpus da investigação foi constituído por 134 produções textuais de 67 estudantes (29 da 5ª série e 38 da 8ª série do Ensino Fundamental) de uma escola municipal de São Paulo. Com o fim de avaliar o processo de transformação da língua e da consciência histórica, a coleta incidiu na escrita e reescrita de um texto: na primeira produção, os alunos foram convidados a se pronunciar sobre um fato cotidiano, explicando a sua ocorrência no presente; na segunda, foram desafiados a reconsiderar a sua produção a partir de uma vivência que pretendeu ampliar os recursos lingüísticos e a complexidade da situação em pauta. A análise comparativa de ambas as produções foi feita com base no paradigma indiciário formulado por Guinzburg. Os resultados apontam para a pluralidade dos processos cognitivos e das estratégias de linguagem, evidenciando a natureza das relações entre a aprendizagem de História e da escrita. Nessa perspectiva, as conclusões fortalecem, indiscutivelmente, as bases para a constituição de uma educação transformadora. === The empiricist conceptions of learning in the teaching of History are centered, mostly, in the transmission of facts and concepts through the exhibition of the content and fixation exercises. In the teaching of the written language, they privilege the domain of the code and of the spelling, being centered more in the structures than in the usage. Opposed to that, the present study, which is part of a conceptual revision on the History and the teaching of History, the writing and the learning process of that representation system, instituting them as an educational paradigm turning back to the thinking subject\'s formation. Based on that presupposition, it is intended, with this research, to contribute for the understanding of the cognitive processes moved in the complexity of the interdisciplinary relationships, more specifically, taking the imbricament among the development of the historical consciousness and the narrative competence. Looking into the reflections of Vygotsky and Bakhtin on the relationship word and consciousness of Rüsen on the historical consciousness as learning, the research had as its objective, mapping the written productions, the students\' linguistic operations, of which emerge and change fragments of the historical consciousness. The corpus of the investigation was constituted by 134 textual productions of 67 students (29 of the 5th grade and 38 of the 8th grade of the secondary school) of a municipal school of São Paulo. In order to evaluate the transformation process of the language and the historical consciousness, the collection happened in the writing and in the rewriting of a text: in the first production, the students were invited to pronounce themselves on a daily fact, explaining their occurrence in the present; in the second, they were challenged to reconsider their composition starting from an existence that intended to enlarge the linguistic resources and the complexity of the situation in the agenda. The comparative analysis of both productions were made upon indicia paradigm formulated by Ginzburg. The results appear for the plurality of the cognitive processes and of the language strategies, evidencing the nature of the relationships among the History learning and writing. Under this prospect, the conclusions unquestionably strengthen the bases for the constitution of a transformed education.
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