Summary: | Introdução: Nas atividades exercidas pelos profissionais da área da saúde, há exposições a diversos riscos, tais como riscos físicos, biológicos, químicos, ergonômicos, mecânicos e de acidentes. O risco biológico representa uma grande ameaça à saúde dos profissionais dessa área, em especial aos da enfermagem, por manterem contato direto com fluidos orgânicos potencialmente contaminados. Objetivo: Avaliar a adesão ao seguimento clínico, caracterizar as exposições ocupacionais e identificar o perfil das fontes envolvidas nos acidentes ocupacionais com material biológico potencialmente contaminado sofrido por profissionais e estudantes da área da saúde. Metodologia: Estudo descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa. Desenvolvido no Centro de Referência em Moléstias Infecto Contagiosas \"Dr. José Roberto Campi\". A população do estudo foi composta por profissionais e estudantes da área da saúde que sofreram exposição ocupacional a material biológico potencialmente contaminado no período de 2005 a 2010. Para caraterização da adesão foram estabelecidos conceitos e definições. Foi utilizado um instrumento adaptado da ficha utilizada pelo Ministério da Saúde para a coleta de dados, e os dados foram organizados em planilhas do Excel e exportados para o Statistical Package for the Social Sciences, versão 15.0. Utilizou-se estatística descritiva para realizar a caracterização dos sujeitos quanto às variáveis coletadas. Aplicou-se o Teste Qui-quadrado para verificar a associação entre as variáveis do estudo e a regressão logística univariada e multivariada para quantificar a associação, onde se calculou o odds ratio com intervalos de confiança de 95%. Valores menores que 0,05 foram considerados significativos. Resultados: encontrou-se o registro de 521 acidentes envolvendo 461 profissionais e estudantes da área da saúde, sendo que 449 (86,2%) eram profissionais e 72 (13,8%) estudantes. Destaca-se o ano de 2006 com o maior número de ocorrências de acidente, com 98 (21,3%) casos. A categoria mais acometida foi a equipe de enfermagem com 218 (47,3%) casos, seguida pela equipe odontológica, com 103 (22,3%) e os estudantes, com 72 (15,6%). Houve o predomínio do sexo feminino 375 (81,3%), e a faixa etária predominante foi entre 20 e 29 anos (36,2%); Em 400 (86,8%) casos a fonte era conhecida, e em 42 (9,1%) apresentaram sorologia positiva. Em 202 (43,8%) deles, houve a procura por atendimento pós- exposição ocupacional em até duas horas ocorrido a exposição. Em 289 (62,7%) dos acidentes foi utilizado algum tipo de equipamento de proteção individual; o instrumento perfurocortante envolveu 370 (80,3%) dos acidentes. Em 118 (25,6%) exposições foi recomendado o uso de antirretrovirais, como quimioprofilaxia. Destes, em 50 (42,4%) casos constatou-se a adesão ao uso. Foi identificada a adesão ao seguimento clínico em 307 (66,6%). O indivíduo com fonte conhecida e positiva apresentou 29 vezes chance de aderir ao seguimento clínico, e o que possuía vacina contra hepatite B foi 5 vezes maior em relação ao que não possuía. Conclusão: Faz necessários programas de educação para que os profissionais sejam orientados quanto à importância ao seguimento clínico pós-exposição ocupacional === Introduction: Health workers\' activities imply exposure to several risks, which may be physical, biological, chemical, ergonomic, mechanic, as well as accidents. Biological risks are a threat to health workers, particularly nurses, as they are constantly handling potentially contaminated organic fluids. Objective: To evaluate clinical treatment adherence, characterize the occupational exposures and identify the profile of the sources involved in occupational accidents with potentially contaminated biological material suffered by health workers and students. Method: This descriptive, retrospective study was performed using a quantitative approach. The study was developed at the \"Dr. José Roberto Campi\" Reference Center for Communicable Diseases, and the study population was composed by health workers and students who had undergone occupation exposure to potentially contaminated biological material in the period between 2005 and 2010. Adherence was characterized according to pre-established concepts and definitions. An instrument adapted from the form used by the Brazilian Ministry of Health was used for data collection. The data were organized into Excel spreadsheets and exported to Statistical Package for the Social Sciences version 15.0. Descriptive analysis was used to characterize subjects according to the variables collected. The Chi-Square Test was applied to verify associations between variables and univariate and multivariate logistic regression was used to quantify the association, obtaining the odds ratio with confidence intervals of 95%. Values below 0.05 were considered significant. Results: a total of 521 records were found for accidents involving health workers and students, involving 461 subjects; 449 (86.2%) workers and 72 (13.8%) students. The year of 2006 is highlighted as the one with the highest incidence for accidents, with a total of 98 (21.3%). The most affected category was the nursing team (218 or 47.3%), followed by dentists (103 or 22.3%) and students (72 or 15.6%). Most subjects were female (375 or 81.3%), the predominant age group was 20 to 29 years (36.2%); In 400 subjects (86.8%) the source was known, and 42 (9.1%) presented a positive serologic test. There were 202 (43.8%) subjects who sought health care within two hours following the occupational exposure. In 289 (62.7%) of the accidents, some kind of personal protection equipment was used; sharp materials were involved in 370 (80.3%) accidents. In 118 (25.6%) exposures there was a prescription for antiretroviral agents such as chemoprophylaxis, and adherence was observed in 50 (42.4%); clinical treatment adherence was observed in 307 (66.6%). The individual with a known and positive source was 29 times more likely to comply with the clinical treatment, and there were five times more subjects who had taken vaccination against hepatitis B that those who had not been immunized. Conclusion: There is a need for education programs to guide workers regarding the importance of following clinical treatment after an occupational exposure
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