A experiência no tempo, nas epistemologias do sul e na docência: reflexões sobre a história da ciência no ensino de química

Esta pesquisa, reflete sobre a História e Filosofia da Ciência no ensino de química. A aproximação entre estas duas áreas do conhecimento se dá a partir do acesso à palavra experiência, em sua multiplicidade de sentidos. Apoiei-me nas ideias do filósofo Jorge Larrosa, quando diz que em nosso dia a d...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Silva, Aroldo Nascimento
Other Authors: Pataca, Ermelinda Moutinho
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2018
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-12122018-150418/
Description
Summary:Esta pesquisa, reflete sobre a História e Filosofia da Ciência no ensino de química. A aproximação entre estas duas áreas do conhecimento se dá a partir do acesso à palavra experiência, em sua multiplicidade de sentidos. Apoiei-me nas ideias do filósofo Jorge Larrosa, quando diz que em nosso dia a dia muitas coisas se passam, mas poucas nos tocam, nos atravessam, ou seja, poucas se tornam de fato experiência. Em um movimento de espiral, na busca por novos sentidos e significados, lançamos a palavra experiência em outros universos, a saber: Tempo, Epistemologias do Sul e Docência. Na perspectiva do sociólogo Norbert Elias, apresentamos a construção simbólica do tempo e discutimos como nossas experiências dependem da forma como os acontecimentos se desenvolvem no âmbito da relação espaço-tempo. O acesso à experiência atrelada ao tempo traz à tona questões como: o empobrecimento da experiência impactado pelo controle mais efetivo do tempo, característica marcante da modernidade; a perspectiva do tempo, que se modifica na passagem da alquimia para a química; e as diferentes camadas de significados que a palavra experiência assume ao longo do tempo, levamos em conta para este último aspecto os trabalhos de Daston, Lunbeck e Pomata. De modo a (re)pensar os limites teóricos e sociológicos da ciência moderna, por meio de uma abordagem social, política e econômica, dialogamos com o sociólogo Boaventura de Sousa Santos e sua definição das Epistemologias do Sul. Trata-se de um exercício epistêmico, que busca validar os saberes que estão fora do eixo central europeu e que ficaram historicamente marginalizados. Por fim, ao se pensar na experiência atrelada à docência, discutimos o processo formativo do professor de química em uma perspectiva teórica e prática, no qual articulamos a nossa concepção de ensino com as discussões do filósofo Jacques Rancière e sua educação pensada a partir da igualdade das inteligências. E compartilhamos duas experiências que aproximaram a História e Filosofia da Ciência e o Ensino de Química. A primeira foi a colaboração nas discussões de estruturação de um roteiro de estudos para um curso de graduação à distância. E a segunda, voltada para o ensino médio, foi uma sequência de ensino envolvendo a temática do Equilíbrio Químico a partir do trabalho do cientista alemão Fritz Haber, na síntese da amônia e em sua participação no programa de armas químicas durante a Primeira Guerra Mundial. === This research reflects on History and Philosophy of Science in the teaching of chemistry. The meeting of these fields of knowledge comes through the word experience in its multiple meanings. I started with the ideas of philosopher Jorge Larrosa, who says that in our day to day many things happen, but few touch us, go through us, that is, few actually become experience. In a spiral movement, in the search for new meanings, we launch the word experience in other universes, namely: Time, Epistemologies of the South and Teaching. From the perspective of sociologist Norbert Elias, we present the symbolic construction of time and discuss how our experience depends on how events unfold within the space-time relationship. Access to time-related experience raises questions such as: the impoverishment of experience impacted by the most effective control of time, a striking feature of modernity; the perspective of time, which changes in the passage from alchemy to chemistry; and the different layers of meanings that the word experience assumes over time. For the latter aspect, we take into account the works of Daston, Lunbeck and Pomata. In order to (re)think the theoretical and sociological limits of modern science, through a social, political and economic approach, we dialogue with sociologist Boaventura de Sousa Santos and his definition of the Epistemologies of the South. It is an epistemic exercise, which seeks to validate the knowledges that are outside the hegemonic European axis and which has been historically marginalized. Finally, when thinking about the experience linked to teaching, we discuss the formative process of the Chemistry teacher in a theoretical and practical perspective, in which we articulate our idea of teaching with the work of philosopher Jacques Rancière and his education based on equality of the intelligences. And we share two experiences that brought together History and Philosophy of Science and the teaching of Chemistry. The first was the collaboration in the discussions for the structuring of a study roadmap for a distance-learning course. And the second, aimed at high school, was a teaching sequence involving the theme of Chemical Equilibrium from the work of German scientist Fritz Haber, the synthesis of ammonia and its participation in the program of chemical weapons during World War I.