O constituinte-QU in situ no português brasileiro infantil

Este trabalho tem como tema a aquisição do constituinte-QU in situ por crianças adquirindo o Português Brasileiro (doravante PB). Tal construção é encontrada em outras línguas também e, de modo análogo ao PB, é aparentemente opcional no Espanhol e no Francês. Realizando um paralelo entre os estudos...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Vieira, Clariana Lara
Other Authors: Grolla, Elaine Bicudo
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2018
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-12112018-111116/
Description
Summary:Este trabalho tem como tema a aquisição do constituinte-QU in situ por crianças adquirindo o Português Brasileiro (doravante PB). Tal construção é encontrada em outras línguas também e, de modo análogo ao PB, é aparentemente opcional no Espanhol e no Francês. Realizando um paralelo entre os estudos de outras línguas e o PB, analisamos a frequência da construção na fala infantil no PB, comparada à fala adulta, e, principalmente, os contextos que favorecem sua produção, em oposição à contraparte movida. Para tanto, utilizamos uma metodologia experimental que elicia perguntas em contextos sem e com Common Ground (informação previamente compartilhada) e com priming sintático (fenômeno em que a exposição a uma sentença facilita o processamento de uma outra sentença com estrutura igual ou similar), com o objetivo de verificar em quais contextos a produção de QU-in situ é facilitada. Além disso, observamos também a escolha da estratégia de pergunta diante da influência exercida pelo estatuto do elemento-QU (como adjunto ou argumento). Os resultados das análises quantitativas sugerem que, na fala infantil, há um favorecimento do QU-in situ em contextos de Common Ground. Também ficou clara a influência do priming sintático na fala de ambos os grupos, infantil e adulto. Podemos dizer, então, que a metodologia obteve sucesso na eliciação da construção estudada e evidenciou que as perguntas com QU-in situ e QU-movido, embora aparentemente opcionais, não são intercambiáveis, já que o primeiro tipo de pergunta ocorreria na fala infantil apenas em um contexto pragmático específico. === This study explores the acquisition of Wh-questions in which the whconstituent remains in situ by children acquiring Brazilian Portuguese (henceforth BP). Such construction is found in other languages as well and, like in BP, it is optional in Spanish and in French. Drawing a parallel between the studies of other languages and BP, we analyze the frequency of the construction in child speech, compared to the adult speech, and, most importantly, the contexts that favor its production, in opposition to its moved counterpart. In order to do so, we used an experimental methodology that elicits questions in contexts with and without Common Ground (previously shared information) and contexts with syntactic Priming (phenomenon in which the exposure to an utterance facilitates the processing of another utterance with the same or similar structure), with the purpose of checking which contexts facilitate the production of Wh-in situ. Besides that, we also investigated the choice of question strategy in face of the influence imposed by the status of the wh-element (as adjunct or argument). Results of the quantitative analyses suggest that, in child speech,Wh-in situ is favored in contexts of Common Ground. It also has been clear that theres an influence of the syntactic Priming in both adult and child speech. Therefore, we point out that the methodology was successful in eliciting Wh-in situ questions and has made it clear that Wh-in situ and moved Wh, although apparently optional, are not interchangeable, since the first one is bound to a specific pragmatic context in child speech.