Avaliação das interações medicamentosas potenciais para pacientes internados na clínica médica do Hospital Universitário da USP visando à elaboração de instrumento para identificação de eventos adversos a medicamentos evitáveis

O estudo caracterizou o perfil biodemográfico e clínico dos pacientes internados na clínica médica do Hospital Universitário da USP e os fármacos prescritos, avaliou as prescrições médicas em relação à ocorrência ou não de interações medicamentosas potenciais (IMP) e os fatores relacionados a elas p...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Melo, Daniela Oliveira de
Other Authors: Ribeiro, Eliane
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2010
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9139/tde-12072011-105407/
Description
Summary:O estudo caracterizou o perfil biodemográfico e clínico dos pacientes internados na clínica médica do Hospital Universitário da USP e os fármacos prescritos, avaliou as prescrições médicas em relação à ocorrência ou não de interações medicamentosas potenciais (IMP) e os fatores relacionados a elas para elaboração de instrumento educativo para auxiliar a atuação da equipe multidisciplinar na detecção de eventos adversos evitáveis potenciais de relevância clínica. Foram extraídos dos prontuários médicos os dados referentes à internação, identificação e estado clínico dos pacientes internados na clínica médica, entre março e agosto de 2006. Coletou-se ainda o diagnóstico principal no resumo de alta e o tempo de internação. Os fármacos prescritos foram coletados das prescrições médicas para análise da ocorrência de interações medicamentosas potenciais e classificação, empregando-se o banco de monografias Micromedex&#174; DrugReax&#174;. Empregou-se estatística descritiva e regressão logística multivariada na análise dos dados. Analisaram-se 5.666 prescrições médicas, a média de idade foi de 56,7±19,8 anos e o tempo médio de internação 10,7±9,4 dias. Os diagnósticos mais freqüentes foram broncopneumonia (138; 21,3%) e infarto agudo do miocárdio (57; 8,8%). Os grupos anatômicos mais freqüentemente prescritos, segundo o Anatomical Therapeutical Chemical, foram C (21,2%), A (17,5%), N (15,6%), B (15,0%) e J (13,6%). O número médio de fármacos por prescrição foi 5,7±2,9. Para a análise de IMP foram consideradas somente as prescrições com dois ou mais fármacos prescritos (5.336), das quais 3.097 (58,0%) apresentavam IMP. O número médio de fármacos entre essas prescrições foi 6,2±2,3. Observou-se associação significativa com as IMP identificadas no estudo: idade (p<0,001), tempo de internação (p<0,001), doenças cardiovasculares (p=0,0059) e número de fármacos (p<0,001). Tanto hipertensão arterial sistêmica quanto diabetes mellitus foram fatores de risco para ocorrência de IMP, com chances 4,93 e 2,79 vezes maiores de prescrição com IMP, respectivamente. Das 9.951 IMP observadas, 2.637 (26,5%) eram graves e bem documentadas. Observou-se associação entre o número de IMP graves e os pacientes com idade igual ou maior que 60 anos (p= 0,0007, chance 1,29 vezes maior). Diante do volume de informação sobre medicamentos e necessidade de consulta rápida para auxílio na tomada de decisões, os instrumentos educativos são de fundamental importância na garantia da qualidade e segurança da farmacoterapia. === The study characterized the demographic and clinical profile of patients admitted to the internal medicine unit of the USP University Hospital and the drugs prescribed, the prescriptions evaluated in relation to the occurrence of potential drug interactions (PDI) and factors related to them for developing educational tool to assist the performance of the multidisciplinary team in the detection of preventable adverse drug events of clinical relevance. Data were extracted from medical records regarding the identification and clinical status of patients from March to August 2006. It was still collected the main diagnosis in the discharge summary and the time of admission. The drugs prescribed were obtained from medical prescriptions for analysis of the occurrence of potential drug interactions and classification, using the database monographs Micromedex&#174; DrugReax&#174;. Descriptive statistics and logistic regression were used in data analysis. From 5.666 prescriptions evaluated, the average age was 56.7 ± 19.8 years and mean length of stay was 10.7 ± 9.4 days. The most common diagnoses were pneumonia (138, 21.3%) and heart infarct (57, 8.8%). The anatomical groups most frequently prescribed were C (21.2%), A (17.5%), N (15.6%), B (15.0%) and J (13.6%) according Anatomical Therapeutical Chemical. The average number of drugs per prescription was 5.7 ± 2.9. For the analysis of PDI were considered only the prescriptions with two or more drugs (5.336), and 3.097 (58.0%) presented PDI. The average number of drugs per prescription was 6.2 ± 2.3. There was a significant association the PDI identified in the study with: age (p <0.001), length of stay (p <0.001), cardiovascular diseases (p = 0.0059) and number of drugs prescribed (p <0.001). Both hypertension and diabetes mellitus were risk factors for the occurrence of PDI, with odds ratios 4.93 and 2.79, respectively. The frequency of major and well-documented drug interactions was 26.5%. From 9.951 PDI observed in 2.637 (26.5%) were considered major and well documented. There was association between the number of major PDI and elderly patients (p=0.0007, with odds ratio 1.29). Taking in consideration the excessive data available about drugs and the necessity of concise information to help clinical decisions, educational tools are essential to assure the quality and safety of pharmacotherapy.