Summary: | Este trabalho analisa o processo histórico pelo qual modelos de organização da produção aparecem, consolidam-se e, eventualmente, desaparecem ou se transformam, no campo da engenharia de produção. Este processo é, ao mesmo tempo, o processo pelo qual se desenvolvem o modo de pensar e a metodologia da engenharia de produção. Após revisão da literatura a respeito da continuidade versus mudança dos modelos de produção, a partir do advento das práticas japonesas, é feita uma discussão histórica e conceitual a respeito da gênese e difusão do modelo clássico, da lógica e da prática desenvolvida no Japão e do esgotamento do modelo clássico. Por fim, analisa-se o processo de construção de um novo modelo, desenvolvido no ocidente a partir das práticas identificadas no Japão. A reflexão desenvolvida é ilustrada com entrevistas com tomadores de decisão em empresas montadoras de automóveis no Brasil. O Taylorismo, o Fordismo, o Modelo Japonês e a Lean Production são analisados enquanto quadros de representação da eficiência produtiva utilizados por tomadores de decisão nas empresas. Enquanto tal, esses modelos difundem-se, institucionalizam-se e tornam-se referências consideradas legítimas para as decisões organizacionais. A perspectiva histórico-conceitual adotada permite apontar o papel desempenhado por modelos institucionalizados enquanto referenciais para a tomada de decisão. === This thesis analyzes the historical process by which models for production organization are generated, consolidate, and disappear or are transformed in the field of Production Engineering. This encompasses, at the same time, the process through which the way of thinking as well the methodology of Production Engineering is developed. Following a literature review of continuity versus change in production models since the onset of Japanese practices, an historical and conceptual discussion is made regarding the genesis and diffusion of the classical model, the logic and practice developed in Japan and the exhaustion of the classical model. Finally, the process of building a new model in the West, from practices identified in Japan, is analyzed. The argument is illustrated through interviews with decision makers in automotive companies in Brazil. Taylorism, Fordism, Japanese model and Lean Production are analyzed while framework of representation of efficiency used by decision makers in companies. As such, these models diffuse, institutionalize, and become legitimate references for organizational decisions. The adopted historical and conceptual perspective allows to point out the role of institutionalized models as reference for decision making. The effects of institutionalization are discussed, indicating risks, for analysts and practitioners, of not understanding what is in fact changing in the field. Differences between change processes in the West and in Japan are pointed out.The conceptual distinction between models and practices is emphasized both as a fundamental issue in order to understand the actual transformations in plants and as a necessary condition for developing strategies of change with real possibilities of success.
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