Summary: | Esta dissertação é um estudo etnográfico sobre a arte mural zapatista. Os murais com os quais trabalhamos se encontram pintados nas paredes dos edifícios públicos que abrigam as atividades organizativas do movimento. À pesquisa interessa perseguir uma filosofia do aparecimento entre os índios tzotziles de San Pedro Polhó. Nela, nos questionamos pelo estatuto da arte mural difundida pelos territórios autônomos buscando nos encontrar com a sua eficácia estética a partir de uma criatividade nativa, sob o olhar dos sanpedrinos. A pergunta central que a organiza é o que faz um mural zapatista?. Atentaremos, para isso, para o modo em que os tzotziles de San Pedro o entendem. Argumentamos que a arte mural é vista como uma técnica de variação ontológica e de produção da unidade virtual do movimento zapatista, indicando um acoplamento entre pessoas e a possibilidade da conjunção, o que permite que o zapatismo seja entendido como uma comunidade estendida. Neste contexto, o mural faz aparecer a condição zapatista, resultando e ativando relações ao torná-las visíveis. O território autônomo se configura, então, como uma rede de lugares, pontos em que os zapatistas emergem e podem encontra-se com outros zapatistas a partir de uma filosofia da assemelhação. === This research is an ethnographic study of Zapatista mural art. The murals we work with are painted on the walls of public buildings that house the movement\'s organizational activities. The research is interested in pursuing a philosophy of appearance among the Tzotzil Indians of San Pedro Polho. We question the status of mural art spreaded by the autonomous territories seeking to meet with its aesthetic effectiveness from a native point of view of creativity, conceived by the eyes of the sanpedrinos. The central question that organizes it is \"what does a Zapatista mural do?\", considering how the Tzotziles of San Pedro understand it. We argue that mural art is seen as a technique of ontological variation and production of the virtual unity of the Zapatista movement, indicating a coupling between people and the possibility of conjunction, which allows Zapatismo to be understood as an extended community. In this context, the mural makes the Zapatista condition evident and appearing, resulting in and activating relationships by making them visible. The autonomous territory then becomes a network of places, points where the Zapatistas emerge and can meet with other Zapatistas.
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